Governo chileno manterá “ditadura” em currículo escolar
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Atualizada em
09/01/12 15h40m
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Recuo do Ministério da Educação se deve à pressão da população
Os currículos das escolas de ensino fundamental do Chile continuarão denominando o governo de Pinochet (1973-1990) como ditadura militar. Após gerar polêmica anunciando que a expressão ‘’ditadura’’ seria substituída por ‘’regime”, o governo de Sebastián Piñera anunciou que os professores podem continuar lecionando com as palavras que julgarem convenientes.
A proposta de alteração, que envolvia os livros destinados às crianças de 6 a 12 anos e estava inserida na Lei Geral de Educação, foi justificada pelo governo chileno como a busca por uma expressão “mais geral”.
Diversos setores da população manifestaram-se contrários à proposta. O Conselho Nacional de Educação (CNED), no entanto, ressaltou a complexidade do tema: “É uma discussão que não terá fim. Temos de lembrar que o atual governo é formado, em pelo menos 50%, de gente que era partidária de Pinochet. Não me surpreende em nada que tenham escolhido mostrar a história dessa forma. São maneiras de identificar quem promove esse tipo de visão das coisas. Parece-me legítimo”, disse a membro do CNED, Elizabeth Lira.
A suspensão da medida deve ser analisada na próxima reunião do Conselho de Educação, em data a ser definida. Na sexta-feira, 6, o ministro de Educação, Harald Beyer, afirmou em entrevista coletiva que a intenção do governo não era gerar controvérsia e polêmica: “O governo nunca teve a intenção de ignorar a natureza antidemocrática do regime de violações de direitos humanos que ocorreu durante o regime militar”.
Fonte: Portal Vermelho
Foto: meganoticias.cl
Edição: Bruna Homrich (estagiária) e Fritz Nunes, da SEDUFSM