Aumento da passagem é alvo de indignação em Santa Maria
Publicada em
22/05/18 15h46m
Atualizada em
23/05/18 09h45m
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Protesto nesta terça-feira, 22, apontou irregularidades no cálculo da tarifa urbana
Um protesto organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) UFSM, em conjunto com outras entidades e movimentos sociais da cidade, mobilizou a população que passava pela praça Saldanha Marinho entre o meio-dia e as duas horas da tarde desta terça-feira, 22.
O motivo do protesto: indignação com o aumento no valor da tarifa de ônibus, que, a partir desta quarta-feira, 23, deixa de ser o atual R$ 3,60 e sobe para R$ 3,90 (a tarifa no transporte público seletivo, ou ‘azulzinho’, será de R$ 4,70). Após o Conselho Municipal de Transportes (CMT) aprovar o aumento para R$ 3,93, o prefeito Jorge Pozzobon (PSDB) assinou Decreto Executivo na sexta (18) chancelando os R$ 3,90.
Mateus Lazzaretti, coordenador-geral do DCE-UFSM, explica que a mobilização desta terça foi aprovada em assembleia estudantil realizada no campus universitário. “Como viemos apontando já nas reuniões do CMT e nas postagens [na Internet] e panfletagens, existe uma série de irregularidades nesse cálculo da tarifa. As empresas basicamente se autofiscalizam. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já vem apontando, há algum tempo, que a prefeitura não apresenta um método de fiscalização. Ou seja, é um jogo de cartas marcadas. Tem erro de cálculo, erro de procedimento, muitas irregularidades."
CPI na Câmara
Um dos objetivos do ato desta terça era visbilizar a iniciativa de protocolar, na Câmara Municipal de Vereadores, um pedido para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo Urbano de Santa Maria. Os manifestantes também fariam o uso da Tribuna Livre.
Tiago Aires, presidente do PCdoB em Santa Maria, fez uso da palavra durante o ato e, referindo-se à tarifação do transporte público como “roubalheira”, disse que, quando aumenta o valor da passagem, todas as pessoas, independentemente de usarem ônibus ou não, são afetadas.
“Todo mundo que consome dentro de Santa Maria paga pela superestimação da tarifa. Isso porque o empregado contribui com até 6% do seu salário para a passagem; quando passa de 6%, é o comerciante quem paga. E o comerciante repassa esse custo para o seu produto final – que toda a cidade vai adquirir. Então, quando compra comida, remédio, tênis, roupa, todo mundo paga pela roubalheira do transporte coletivo em Santa Maria”, ponderou Aires.
Outra crítica tecida por ele foi em relação ao CMT, que não daria a transparência necessária ao cálculo da tarifa e não permitiria a manifestação dos cidadãos. “O prefeito desrespeita a Lei Orgânica de Santa Maria, quando essa diz que o cálculo da tarifa deve levar em consideração o poder aquisitivo da população da cidade”, concluiu Aires.
Texto e fotos: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm