ENE Santa Maria encerra projetando luta contra reformas nocivas à educação SVG: calendario Publicada em 18/06/18 18h13m
SVG: atualizacao Atualizada em 18/06/18 18h35m
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Discussões ocorridas nos Grupos de Trabalho serão sistematizadas e enviadas à coordenação estadual do ENE

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Dezenas de apontamentos surgiram das discussões realizadas nos Grupos de Trabalho durante a etapa municipal do III Encontro Nacional de Educação (ENE). Ocorrida na Escola Estadual Cilon Rosa, a etapa de Santa Maria teve início na sexta, 15, e se estendeu ao longo do sábado, 16, abrangendo, em sua programação, debates e formulação de proposições acerca da educação brasileira – suas debilidades, potencialidades e pautas de luta.

O tema desta etapa, “Resistir para existir: por uma educação classista e democrática”, já dá conta de adiantar o tom da conversa realizada entre os (as) educadores (as), estudantes, dirigentes sindicais e movimentos sociais na sexta e no sábado: denúncia dos sucessivos cortes de verba orquestrados pelos governos de todas as esferas na educação; resistência a projetos como a Escola Sem Partido e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vêm retirar a criticidade e a formação humana da grade curricular da educação básica; luta pela valorização dos trabalhadores da educação e pela formação continuada; defesa de escolas orientadas por uma pedagogia verdadeiramente inclusiva e acolhedora às mais variadas filiações identitárias dos sujeitos.

Grupos de Trabalho

A sexta-feira foi marcada pela mesa de debate intitulada “Projeto atual de educação: o que temos (BNCC) e o que queremos (classista e democrático)”, sobre a qual pode ser lido aqui, e, no sábado pela manhã, os participantes da etapa municipal do III ENE dividiram-se em quatro Grupos de Trabalho (GT’s): 1 - Acesso e Permanência; 2 - Terceirização, Mercantilização, Gestão e Financiamento; 3 - Opressões: gênero, sexualidade, orientação sexual, questões étnico-raciais e pessoas com deficiência; 4 - Trabalho, Precarização e Formação.

Após almoço coletivo, todos os GT’s reuniram-se e um integrante de cada grupo repassou à plenária geral um resumo da discussão feita em seu grupo. Um exemplo foi o repasse trazido pela professora do curso de Dança da UFSM, Tatiana Joseph, que integrou o GT de Opressões. Ela explicou que, de todas as discussões realizadas em seu grupo, imperou a ideia de que a escola brasileira, hoje, não tem contemplado as questões de gênero, de raça, de orientação sexual. Constata-se, ao contrário, um movimento de invisibilização das demandas desses sujeitos.

Outro ponto bastante trazido pela docente, que também é conselheira da Sedufsm, foi a necessidade de uma acessibilidade verdadeira das pessoas com deficiência à escola, oportunizada por ações como a implantação do ensino bilíngue (oralidade e língua de sinais) em todas as escolas.

“Debatemos [no Grupo de Trabalho] a importância de uma educação democrática e classista, pautada por uma pedagogia feminista e interseccional, que contemple o sujeito em sua complexidade. É preciso respeito aos lugares de fala e às identidades não-binárias, bem como à liberdade de criação e pensamento. O ensino de libras, também, deveria começar já no ensino básico, assim como hoje é ensinado o inglês e o espanhol, por exemplo”, explicou Tatiana, destacando, ainda, a importância da arte e da dança para o processo educativo. “Temos de tirar a arte dessa aura de romantismo e idealização. Arte é trabalho e luta”, concluiu.

Precarização, Formação e Trabalho

Outro GT a repassar suas discussões para a plenária geral foi o que tratou da Precarização, da Formação e do Trabalho. Glece Coser, técnico-administrativa em educação na UFSM e membro do Conselho Deliberativo da ATENS (Seção Sindical dos Técnicos de Nível Superior da UFSM), foi a responsável por falar à plenária.

“Debatemos [no GT] sobre a desmotivação da sociedade em geral, e dos docentes em particular; a perda do valor social do professor; as diversas reformas impostas às escolas e universidades; a importância da formação dos professores licenciados que estão indo lecionar nas escolas. Queremos a retomada do protagonismo e o resgate da identidade do professor e do aluno; a mobilização da sociedade, com união dos trabalhadores não só da educação, mas dos outros setores (comércio, indústria); o resgate da criticidade e da autonomia”, disse Glece.

E um dos caminhos apontados para a conquista de tais demandas é a superação das ações meramente pontuais na educação – que, embora importantes, carecem de uma continuidade e permanência. “Precisamos de encontros comuns e formações conjuntas”, atesta Glece.

Relatório ao ENE Estadual

Todas as discussões realizadas nos quatro GT’s serão sistematizadas e repassadas à coordenação estadual do Encontro Nacional de Educação, como forma de contribuir nos debates a serem realizados durante a etapa estadual do encontro, ainda com data a ser definida.

Já o ENE nacional teve sua realização adiada para o ano que vem.

Histórico do ENE

O início da manhã do sábado, 16, foi reservada ao histórico do ENE, realizado pela professora Maristela Souza, diretora da Sedufsm, que contou aos presentes um pouco da história do Encontro, cujas bases assentam-se em fóruns de educação já da década de 1980. 

 

Texto e fotos: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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