Brasileiro reduz gastos com educação e leitura
Publicada em
18/01/12 15h32m
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Novo perfil de consumo foi detectado em pesquisa do IBGE
Os brasileiros vêm delineando um novo perfil de consumo na última década. A afirmação decorre da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, de 2008 a 2009. Os consumidores brasileiros diminuíram, de 8,74% para 7,37%, os gastos com o grupo Educação, Leitura e Recreação, no cálculo dos indicadores da família dos Índices de Preços ao Consumidor (IPC).
Observou-se também que, no quesito Educação, os brasileiros minimizaram para 3,8% o valor investido, que antes correspondia a 5,7%. Na Leitura, o corte de gastos foi mais brando: de 0,4% para 0,3%, apesar de já se demonstrar um índice muito baixo.
Por outro lado, se tais aspectos não vêm sendo priorizados pela população, outros passaram a ganhar mais importância e vêm gerando dispêndios mais acentuados da renda familiar, como por exemplo, a aquisição de automóveis. A constatação pode ser explicada, em parte, pela maior facilidade para adquirir financiamentos que possibilitem a compra.
Para o professor do departamento de Ciências Econômicas da UFSM , Sérgio Prieb, que também é tesoureiro da SEDUFSM, os números retratam que a emergente classe C apresenta a necessidade de afirmar sua ascensão social, apostando na aquisição de bens que possuem maior ‘visibilidade’. Segundo ele, “isso é lamentável, pois um país que é tão carente de educação e cultura (...) prioriza a satisfação imediata do consumo alcançado graças ao crédito fácil e que, o está conduzindo, em conseqüência, ao superendividamento”. Em relação a isso, o professor destaca que uma pesquisa, publicada recentemente mostra que este ano o brasileiro comprometerá 51,3% de sua renda com pagamento de dívidas.
O crescente interesse dos brasileiros pela aquisição de automóveis ocasionou crescimento de 11,72% para 19,15% do grupo Transportes no cálculo da inflação varejista dentro dos IPC’s. Em decorrência do aumento da renda familiar e da expansão do crédito, os veículos automotores terão um aumento de peso de 0,61% para 6,7%, ainda no grupo Transportes.
Texto: Bruna Homrich com informações do Estadão
Foto: flavieleblogspot.com
Edição: Fritz Nunes