Reitor da UFSM só tem elogios à expansão SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 23/01/12 14h16m
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Felipe Müller concedeu entrevista ao jornal da SEDUFSM

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Reitor da UFSM, Felipe Martins Müller

O reitor da UFSM, professor Felipe Martins Müller, só vê coisas boas na expansão das universidades promovidas pelo governo federal. Em entrevista ao Jornal da SEDUFSM ele também falou sobre o pedido de indenização caso o Colégio Agrícola de Frederico se transforme em Ifet, sobre as dificuldades da UDESSM e ainda sobre a nova unidade da UFSM, em Cachoeira do Sul. Na publicação a seguir incluímos trechos da entrevista que não puderam entrar no jornal em função do limite de espaço.

Pergunta – A aprovação do REUNI na UFSM se deu no final de 2007. De 2008 para cá, as metas de criação de novos cursos, que falavam em 45 de graduação e 19 de pós-graduação, além da ampliação física necessária, foram alcançadas?

Resposta- O que nós temos hoje são 35 cursos, podendo chegar a 36 ou 37 através do Reuni (programa de expansão e reestruturação das universidades federais), porque tem dois cursos que estão no limiar de aprovação, que é o de Engenharia Aeroespacial e o curso de Dança, que exigem um pouco mais do Reuni e por isso estão em negociação. Na pós-graduação, nos já superamos as metas. Saímos de 11 cursos de doutorado e 32 de mestrado e hoje estamos com 44 programas de mestrado e 22 de doutorado. Pela primeira vez, nós chegamos a 50% dos programas de pós-graduação na universidade com doutorado. Isso é muito em função do Reuni, porque foram boas contratações, direcionando vários docentes para atuar na pós-graduação. Vários cursos que não tinham mestrado ou doutorado puderam se organizar e propor seus programas de pós-graduação. Foram mais de 100 bolsas entre mestrado e doutorado oportunizadas pelo Reuni. Teve um impacto bem positivo na pós-graduação. A questão do número de vagas vai ser atingida dentro do espaço de tempo de 2012, que é o tempo que ainda temos. E durante esse ano nós ainda temos o resquício de vagas docentes e de técnico-administrativos. Técnicos nós já estamos fazendo um concurso grande, já saiu o edital, logo no início do ano vai ter o concurso dos técnico-administrativos (TAEs). Com isso, fecharia o número de TAEs do Reuni. E o concurso docente pedi que os diretores fizessem um grande edital para no início de março lançarmos, pois ainda faltam 68 vagas do Reuni.

P- Essas 68 vagas são para professores efetivos ou incluem temporários?

R- São 68 vagas com regime de 40 horas DE (dedicação exclusiva). Como fizemos ano passado, que as 49 vagas nós negociamos no MEC e talvez tenhamos sido a única universidade do Brasil a ter as vagas Reuni do ano de 2011, todas elas 40 horas DE.

P - Os recursos repassados pelo governo estão dentro do previsto?

R- Os recursos estão sendo repassados na íntegra. Em 2010 teve uma readequação de recursos em cima de inflação, em cima do aumento do valor unitário de obra, para mais. Mas essa readequação foi jogada para o ano de 2012. Nossos recursos de custeio e investimento terminariam em 2011. Estamos com saldo de uns R$ 30 milhões, em função dessa repactuação, desse alinhamento de valores, para o ano de 2012, em equipamentos e obras. Houve esse reajustamento em função de que obras em cinco anos têm majoração de preço, isso é normal.

P – A partir do final de 2012, prazo previsto para o fim do REUNI, já se sabe quais os próximos passos da expansão?

R- Desde o começo do Reuni, todo o orçamento do custeio estava previsto para ser incorporado no orçamento das instituições. Agora temos que consolidar essa implantação para poder ver onde podem ser abertos novos campus. Propusemos através da Andifes (Associação dos Dirigentes das Ifes) para a presidente Dilma (Rousseff) fazer uma análise aprofundada dessa expansão pelo Reuni, que ficou muito a cargo de cada instituição. Acho que nós (UFSM) acertamos bem mais no sentido de criar seis novas engenharias. Mas, queremos trabalhar no sentido de olhar o Brasil do futuro, termos um planejamento em várias situações.
Podemos dizer que agora nós propusemos algumas áreas que, no nosso entender, são estratégicas para um país que quer chegar a ser a quinta economia mundial, sem esquecer que a universidade tem que ter todo um processo que envolva cultura, arte, ciências humanas. Não podemos nos fixar só nas áreas de ciência e tecnologia.
Eu já previ para o próximo ano para que todos os diretores façam suas análises, de equiparação dos cursos que não são oriundos do Reuni, que têm poucos investimentos novos, para que possamos fazer um planejamento de equiparação de laboratórios, de infra-estrutura dos cursos que já existiam na universidade.

P- A Andifes alertou em novembro o governo que, se não for aprovado o PL 2124/11 das contratações de professores e técnico-administrativos haverá problema para o início do próximo semestre. O sr. concorda que haverá problemas?

R- A grande maioria dos nossos cursos do Reuni iniciou no segundo semestre. Sendo assim, não temos problema para iniciar o primeiro semestre de 2012. E como já disse anteriormente, já estamos com os concursos do Reuni preparados. Estaremos com todos os concursos na rua esperando homologação até do dia 7 de julho. Se tudo ocorrer bem, nós vamos ter todas as pessoas concursadas, concursos homologados, etc. E aí volto a dizer, a culpa passa a não ser tão nossa, porque é um ano eleitoral, porque mesmo que as pessoas nos digam que as eleições municipais não afetam as contratações estaduais, na última eleição municipal já houve essa não possibilidade de nomear pessoas em concurso homologado 90 dias antes, 90 dias depois da eleição. Por isso, nós estamos contando que isso vá acontecer da mesma forma que aconteceu há quatro anos. Estamos nos preparando para ter os concursos homologados antes disso, e aí entendemos que esse PL deva ser aprovado pelos parlamentares ainda no primeiro semestre.

P- O estabelecimento de uma nova Relação Aluno Professor (RAP), que seria de 1 docente para 18 alunos já foi alcançada? No caso de alguns cursos (ex: Biologia e Nutrição) do Cesnors, observa-se que essa relação está acima de 18 por 1, gerando reclamações dos docentes em relação a sobrecarga de trabalho.

R- Em primeiro lugar, algumas situações estão sendo colocadas, e existem vários cursos do CESNORS que têm ainda vários professores a ingressar nesses 78 que estão aí. Então, vai ser completado todo o número de professores. Em função de ser uma unidade nova, eles têm muitos professores afastados, fazendo doutorado. Isso é bom, mas ao mesmo tempo sobrecarrega quem fica. Isso é natural.
A relação aluno professor não é simplesmente dividir o número de alunos pelo número de professores. Tu deste uma interpretação um pouco literal (na matéria da revista ‘D Palavra’). Ela tem todo um cálculo e eu vou te passar aqui o documento, fornecido pela Proplan, de como se calcula essa relação. Eu projeto a matrícula. Pego os alunos, faço a matrícula projetada e faço a aplicação de alguns fatores que tem de correção e retenção. Com isso, eu elevo o número de alunos. Depois eu pego o banco de professor equivalente, e tenho que dividir por 1,7, que é para equacionar como se todo o banco de professores fossem 40 horas, dedicação exclusiva.
Depois eu tenho um fator que é a dedução da pós-graduação, quanto mais qualidade tu tens na pós-graduação, mais tens que deduzir do número de professores.
Assim, cursos que têm conceito 4,5, 6 e 7 são modificados para mais. Então, por exemplo, o curso com conceito 7 tem 50% a mais no valor de aluno e de professor que atua nele. Em função disso tudo, no final de 2010, já chegamos a 17,34 de relação aluno professor. Nós provavelmente já tenhamos atingido, no final de 2011, os 18 de RAP ou talvez muito próximo disso. E a meta na UFSM, se todas as vagas forem criadas, é chegar a quase 20 para um na relação aluno professor, e isso pode até aumentar, em função de que a qualidade dos nossos programas de pós-graduação tem crescido consistentemente. Se pegarmos hoje, a média da universidade em termos de programas de pós-graduação, pela primeira vez , no ano de 2011, superou o conceito 4. Isso demonstra que a qualidade de pós-graduação já atingiu excelência nacional, considerando todos os cursos.
Sempre lembrando que é uma relação institucional e não uma relação curso a curso. Então, por exemplo, claro que no curso de Música não se vai atingir a relação de 18 alunos por professor, porque tem suas especificidades. Tem todo um processo que é para ser uma relação institucional.

P - Em relação à UDESSM (Unidade Descentralizada de Ensino Superior de Silveira Martins), observa-se uma dificuldade desta unidade em se firmar levando-se em conta, por exemplo, a questão da procura pelos cursos. O que precisa ser revisado em relação a ela?

R- Temos que olhar que a UDESSM era, talvez, o nosso processo mais diferencial dentro do Reuni. A Unidade foi colocada numa região que estava perdendo população. Assim, estávamos com uma ideia, em função das audiências públicas que tivemos para o Reuni, de fazer uma oferta de cursos que fosse de curta duração, que proporcionasse à população rural uma qualificação no seu dia a dia, agregasse valor e fixasse a população. Claro que os cursos de tecnólogo de nível superior ainda têm pouca atração para qualquer pessoa em qualquer lugar. Em função disso, nós entramos como uma unidade toda dentro do Sisu (Sistema de Seleção Unificado, do MEC), no sentido de ofertar cursos em nível nacional. Tivemos uma melhor ocupação das vagas e estamos trabalhando agora com o curso de Administração, que vai iniciar no segundo semestre, no sentido de criar atrativos para a Unidade e para a cidade. Por isso, acho que nesse momento está tudo encaminhado para uma boa solução. Ela já esta com todos os cursos que foram implantados reconhecidos e aprovados com conceitos 3 e 4. A unidade em si, o seu projeto pedagógico diferenciado, a forma como ela foi colocada dentro de uma cidade, a recuperação de um monumento histórico da cidade. Acho que, se nós vermos o todo, ela está tendo um sucesso bem interessante no sentido de movimentar a economia da região, proporcionar que a população tenha a oportunidade de ter um ensino superior próximo a suas casas.

P- Como o sr. avalia a afirmação de algumas pessoas de que o Cesnors é visto como um “puxadinho” da UFSM?

R- Eu acho que o que poderia estar gerando é uma mágoa aqui da sede (campus de Santa Maria) com o CESNORS, porque com cinco anos de efetivo funcionamento, fechou dia 16 de outubro de 2011... Só para tu teres uma idéia, o restaurante universitário aqui da universidade levou 14 anos para ser construído, depois da inauguração da universidade. Só fechamos a Casa do Estudante há dois anos, e agora que estamos ampliando os blocos já existentes. Em cinco anos, se pegarmos o orçamento inicial para o CESNORS, que era de 5 milhões para os dois campi, nós hoje já investimos mais de 40 milhões no CESNORS. Temos casa do estudante em Palmeira (das Missões) e Frederico (Westphalen), temos restaurante universitário em Palmeira e Frederico, apesar de se dizer ‘ah, usamos o refeitório da escola’. A escola é da Universidade Federal de Santa Maria. E nós criamos um restaurante universitário a partir do refeitório da escola. Foi ampliada em mais de duzentas vagas e assentos; foi colocada cozinha industrial totalmente nova e equipada; máquinas de lavar, câmaras frias. Foi totalmente equipado para ser um restaurante universitário. A inveja às vezes está aqui, por não ter tamanhas condições, tudo novo, equipamentos novos, servidores ingressando. E se olharmos em termos de qualidade, todos os cursos de lá que foram avaliados e que tinham espelho na sede (Santa Maria), os do CESNORS tiveram avaliação melhor, sem exceções. Mas, claro, sempre vai ter algo fazer. Nós queremos ter a universidade cada vez melhor.

P– Na possibilidade de transformação do Colégio Agrícola de Frederico em Ifet, o restaurante vai continuar servindo às duas instituições? Em uma audiência pública, o senhor falou de uma indenização caso o Colégio Agrícola seja transformado em Ifet. Isso procede?

R- Eu fui a todas as audiências públicas e sempre coloco que na lei de criação dos Ifets, os colégios sempre tiveram autonomia para solicitar o seu desligamento e a sua transformação em uma sede de Institutos Federais. Caso se configure a vontade que foi expressada naquela reunião, o Colégio de Frederico se torna um braço de algum dos Ifets do RS. Não é só troca de gestão. Ao invés de ser gerida pela UFSM. Teria que se ver dentro dos três Ifets do RS (Farroupilha, Sul-Riograndense e Sul), qual seria a ligação desse novo Ifet no processo. E conversando com o Eliezer Pacheco (SENTEC, MEC), com a comunidade de Frederico, etc, se entendeu que ou se chega a uma indenização bastante elevada em função de tudo que foi aplicado lá dentro ou que o colégio busque um espaço próprio. A questão é: os dois querem crescer, tanto o CESNORS quanto o Colégio Agrícola. Se eles querem crescer no mesmo espaço, vai existir um processo de disputa que não leva a nada. Então, é muito mais fácil nós fazermos a transição amigável, em que a escola busque espaço em Frederico. Existem muitos espaços lá para implantar uma nova unidade. Tem um que já sugerimos para o Colégio que é o pólo tecnológico da URI (Universidade Regional Integrada), que eles estão vendendo e que está a menos de um quilômetro da sede do colégio. Você faz um documento, por alguns anos, para ele usar as instalações da UFSM enquanto está sendo construído Mas eu volto a dizer, as instalações que estão lá são da UFSM e se alguém quiser sair, é a escola que tem que sair e aí criar a sua identidade. As pessoas vão confundir esse Ifet com UFSM. E nós entendemos que para a cidade e para região - e isso também é um entendimento da Secretaria de Ensino Técnico e Tecnológico (SETEC) do MEC, que deva buscar sua identidade em novo local com investimentos novos e todo processo que é natural de um desligamento. Todos os funcionários e professores são da UFSM então vão ter a opção de ficar ou sair. Tem toda uma negociação que extrapola uma situação só de indenizar ou não.

P– O projeto para uma Unidade da UFSM em Cachoeira do Sul é viável e de que forma isso acontecerá?

R- Nós tivemos em 17 de agosto uma reunião com a presidente Dilma (Rousseff). Ela autorizou o início das tratativas para a implantação da unidade de Cachoeira (do Sul). Precificamos toda a unidade, em termos de necessidade de recursos financeiros e recursos humanos, naquele projeto que ajudamos tanto Soledade quanto Cachoeira a organizar o seu projeto de universidade descentralizada. Cachoeira obteve sucesso em aprovar seu projeto e ele está lá no MEC.
Nós dissemos que não temos como não apoiar projetos de unidade de ensino superior porque sempre fomos pioneiros na interiorização do ensino superior no Brasil. Definimos uma comissão interna junto com a comissão do município. Foi definido como seriam os cursos, qual seria a previsão de recursos humanos, necessidade de área física, etc. Tudo isso foi definido de comum acordo e foi encaminhado para o MEC. O ministério deu sinal verde e então nós pegamos aquele projeto e colocamos como se fosse uma unidade da UFSM. Passamos a colocar valores necessários: número de professores, número de servidores, número de servidores na sede para dar suporte a essa unidade, área física, número de prédios, bibliografia, móveis etc. Isso foi entregue para o MEC em outubro do ano passado e até agora não veio resposta, nem positiva e nem negativa. Estamos aguardando o sinal verde para, efetivamente, começarmos a tramitar internamente, porque eu não vou tramitar uma unidade sem ter a garantia de recursos humanos e financeiros.

P- E qual o custo dessa nova Unidade?

R- Custo aproximado em torno de R$ 85 milhões, com a previsão de 11 cursos de graduação e mais toda a infraestrutura: prédio, mobiliário, laboratórios. Unidade pronta para funcionar com os cursos que estão no projeto.

P- Já se fala novamente na questão de um novo corte orçamentário. Em 2011, o corte anunciado foi de R$ 50 bilhões, com o impacto de contingenciamento de passagens, diárias, etc... Isso teve impacto na universidade?

R- Se nós olharmos o orçamento que estava previsto de R$ 750 milhões, mas nós executamos em torno de R$ 890 milhões. Então, nós executamos quase 20% a mais do que estava previsto no orçamento.,.não sentimos essa questão de corte. Logo foi excepcionalizado para as universidades na questão do corte de 50% de passagens e de diárias, porque era um absurdo em função do que é o papel da universidade, que tem que se movimentar, ir a congressos, fazer aulas práticas. E nós mostramos que não existiu na universidade nenhum exagero nos últimos anos, que é um gasto normal e que o acréscimo se deve ao acréscimo de docentes e alunos que ingressaram. O corte talvez tenha sido sentido nas viagens do reitor a Brasília, que teve um aumento considerável no primeiro semestre, mas a universidade em si, não sentiu. Desde o começo eu disse para os diretores: ‘não se preocupem, gastem o que tiver que gastar, e se no fim do primeiro semestre tiverem gasto mais de 50% eu tenho certeza que já vai estar excepcionalizado. Se não, nós vamos brigar junto, no sentido de ter isso resolvido’. Em maio já estava tudo resolvido. Claro que nunca é bom trabalhar com essa pressão, principalmente na educação. Mas, não houve na universidade nenhum prejuízo.

P- Quando da criação da Unipampa, o professor Clovis Lima discordou de que fossem usadas vagas da UFSM para a nova instituição. Entretanto, as vagas de Santa Maria efetivamente foram usadas. Elas foram repostas? Em que quantidade?

R- Houve a utilização de algumas vagas, em determinados momentos, tanto para o CESNORS quanto para Unipampa, mas foram repostas na integralidade. E uma das coisas que tem que ficar muito clara é que todas as ações de implantação da Unipampa e do CESNORS, apesar de ter a coordenação disso sob minha responsabilidade, tiveram total ciência e concordância do professor Lima, que era o dirigente. Nunca houve nenhuma decisão tomada que não tivesse anuência e ciência do professor Lima. Esse é um cuidado que eu sempre tive. Isso tem que ficar registrado sempre que se puder, pois não se implanta uma unidade daquelas sem a vontade da comunidade universitária. Por muito tempo se cobrou e questionou a expansão do ensino superior público, gratuito e de qualidade e, quando se teve oportunidade, a comunidade respondeu.

P– Mas o reitor Clovis Lima (do qual o sr. foi vice) protestou muito à época em função do uso das vagas da UFSM para a Unipampa. Comenta-se que no acordo com o MEC para a aceitação desse processo entrou, entre outros pontos, o recurso para a construção do Centro de Convenções da UFSM. Isso efetivamente ocorreu?

R- Eu volto a dizer: todas as ações feitas na implantação da Unipampa tinham anuência, ciência e concordância do professor Lima. Tanto é que não tivemos um problema de atrito durante os nosso quatro anos de gestão. Não temos agora, ele continua trabalhando conosco na questão dos aposentados. Por isso em toda oportunidade eu digo: professor Lima é meu magnífico exemplo. E trabalhamos juntos, a universidade não teve nenhuma alteração no seu quadro de vagas docentes, muito pelo contrário. Teve os acréscimos pactuados. Nós estamos sempre mostrando isso, tem todos os documentos, todo o histórico da expansão. A universidade só teve ganhos com esse trabalho e entendemos que a comunidade toda do RS e do Brasil teve ganhos com a construção de uma nova universidade no estado.
Quanto à questão do centro de convenções, nós tínhamos um projeto que estava no nosso plano de campanha e que, assim que assumimos a reitoria, começamos a trabalhar efetivamente no projeto. O curso de arquitetura tem uma atividade que envolve todos os semestres do curso, que eles chamam de ‘laboratório integrado’ e nós propusemos que o projeto daquele ano fosse a construção do centro de convenções da universidade. Foram apresentados seis projetos, cada um tinha características interessantes, mas nenhum tinha possibilidade de ser feito na íntegra na universidade. Então, os professores do curso, junto com alguns alunos, toparam pegar as ideias daqueles seis projetos e fazer um projeto novo, que é o que está sendo executado. Em função do trabalho, da confiança, que a universidade cumpria os prazos, nós começamos a ter alguns pedidos de ‘balcão’. E houve um momento em que o Banco do Brasil estava querendo pagar uma dívida histórica com a universidade, porque usou muito tempo as instalações pagando um aluguel muito barato. E assim nós tínhamos dois milhões e meio para fazer um centro de convenções e tínhamos dentro do orçamento próprio 1 milhão de reais. Assim, tínhamos cerca de três milhões e meio de reais. Apresentamos esse projeto junto ao MEC e o pessoal da arquitetura foi junto. Apresentamos na época para o secretário de ensino superior. Ele analisou o projeto e disse que não parecia ser um projeto ruim, mas disse: ‘não temos o dinheiro todo, mas acho que podemos, num horizonte de três anos, repassar o recurso para vocês’. Eu disse ‘tá feito’. No final de 2007 ou 2008 eles nos chamaram, dizendo ‘olha, vocês têm o projeto e estão precisando de oito milhões e meio para complementar os doze... nós temos 7 milhões e 700... Serve para você?’ Eu respondi: ‘Serve’. Aí fomos os engenheiros e arquitetos para lá, adequamos o projeto para tirar esses 700, 800 mil que estavam além do orçamento. Passamos o projeto na íntegra e foi repassado todo o dinheiro. Por isso, hoje está tudo andando e nós já estamos fazendo a licitação para as cadeiras, para o mobiliário e para a climatização. Entendemos que poderá ser operacionalizado até o fim desse ano.

P- Então, o custo total é de R$ 12 milhões?

R- O custo é R$ 12 milhões, mas é o teatro, o centro multiuso, o prédio da comunicação (que vai rádio, TV e jornal) e, além disso, vários laboratórios do curso de comunicação social também compartilhando esse espaço. E ainda tem o prédio das salas multiuso, que é o prédio para eventos e sessões técnicas em paralelo. Sendo assim, o complexo do centro de convenções vai ter valor um pouco maior que 12 milhões. E junto tem um teatro, com 1200 lugares, camarim, etc. Não existe no interior do estado algo assim, eu acho.

P- O que é essa negociação de balcão que o sr. referiu?

R- Negociação de balcão é assim: no momento que a gente começa a trabalhar junto com MEC em uma coisa desse tipo que foi a fase 1 da expansão, que não se pensava ainda em Reuni, pois basicamente foram algumas unidades implantadas em função das idéias do Tarso (Genro, atual governador do RS) quando assumiu o Ministério da Educação, que foi a Unipampa e mais algumas outras universidades, nesse momento nós começamos a ter acesso diferenciado às pessoas e aprendemos que era importante ter um bom projeto e uma boa justificativa. Então, o que existiu foi uma priorização do investimento na UFSM pelo trabalho bem feito. Existiam projetos, existia vontade, existia todo um processo de que o que nós projetávamos efetivamente era executado. Todas as nossas obras estavam sendo cumpridas no prazo. Sempre fomos uma universidade que primou pelo cumprimento de prazos e bom uso do recurso. Por isso, acho que houve um reconhecimento e um voto de confiança no trabalho da universidade. Mas não que fosse uma imposição de um lado ou de outro.

Entrevista a Fritz R. Nunes
Foto: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM


 

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