Estudo afirma que “Google” destrói nossa memória
Publicada em
26/01/12 14h46m
Atualizada em
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Constatação foi feita por professores de universidades dos EUA
Professores de psicologia da Universidade de Columbia, Universidade de Wisconsin-Madison e da Universidade de Harvard, todas nos EUA, fizeram uma descoberta que, em um mundo todo conectado, pode deixar muitas pessoas assustadas. Eles descobriram que a ferramenta de busca do Google está destruindo nossa memória.
Basicamente, “estamos nos tornando simbióticos com as ferramentas de computador, crescendo dentro de sistemas interconectados que fazem com que nos lembremos menos da informação em si, e mais de onde podemos achá-la”, constata a pesquisa.
Explicando de forma genérica, ao invés de nos lembrarmos o nome de cada presidente do Brasil, por exemplo, nós nos lembramos onde podemos encontrar a lista com esses nomes no Google. Essa memória é a chamada “memória externa”, e é a que está prevalecendo sobre a interna.
A pesquisa diz que quando as pessoas procuram as mesmas informações em um segundo momento, eles têm baixas taxas de lembrança sobre a informação em si e taxas maiores quando o assunto é saber localizar esses dados todos.
Informação e formação
Para o professor do departamento de História da UFSM, Diorge Alceno Konrad, “toda vez que se confunde informação com formação, se dá mais importância para a memória fugidia (vejam a tragédia da "decoreba' na educação) em detrimento da construção do conhecimento”. Conforme Konrad, “isso vale também para o ‘saber enciclopédico’, que nos ajuda a fazer palavras cruzadas, estimulando um tipo de memória, a da informação, questionável pelo seu valor, o qual raramente ultrapassa a conjuntura”.
Na avaliação do professor da UFSM, é preciso ir além. “De que vale saber o nome de todos os presidentes do Brasil, em sequência, e as datas que tomaram posse, sem recorrer a ferramentas de busca, se nada sei sobre o processo histórico brasileiro que levou quaisquer desses presidentes ao comando da Nação, que projetos defendiam, quais os interesses políticos, sociais e econômicos representavam, que classe social os sustentavam”, questiona Diorge Konrad.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do Portaz Aprendiz
Foto: Unibrasil.com.br
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM