A expansão precária que você não vê: Amazonas SVG: calendario Publicada em
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Faltam salas, laboratórios e professores em Benjamin Constant

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Tarcisio e Josenildo relataram as condições precárias em Benjamin Constant

Quando se fala em Benjamin Constant, para a maioria vem a lembrança do engenheiro militar que lutou na Guerra do Paraguai, em meados de 1860. Constant era também positivista e se notabilizou por estabelecer polêmica com o Duque de Caxias. No entanto, Benjamin Constant a que queremos nos referir é uma cidade de cerca de 30 mil habitantes, em plena floresta amazônica, e que faz parte do projeto de expansão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Para quem desejar chegar de Manaus a Benjamin Constant (BC) são 1.116 km, que podem ser feitos através de barco. São sete dias subindo o rio Solimões, já a descida, em direção a Manaus, é mais curta: três dias. A outra opção é via aérea, chegando de avião até o aeroporto do município de Tabatinga. De lá até Benjamin Constant mais uma viagem de barco que pode levar de 1h a 1h30min. Apesar do acesso mais rápido por avião, a conta não sai muito barata: cerca de 1.200 reais é o preço médio, sendo que apenas uma empresa faz a rota.

Contudo, se o acesso já é complicado, dificultando a vida de estudantes, servidores e docentes, o problema se agrava ainda mais a partir da situação precária em que se encontra a unidade da Ufam em Benjamin Constant. No município funciona o Instituto Natureza e Cultura, que abriga cursos como Letras, Administração, Biologia e Ciências Agrárias, e no qual estão lotados cerca de 70 professores e mil alunos.

O campus de BC foi criado em 2006 e de lá para cá, a promessa feita em relação à expansão não foi cumprida, garante Josenildo Santos de Souza, professor de Filosofia naquela unidade da Ufam e que esteve participando como delegado no 31º Congresso do ANDES-SN, em Manaus, de 15 a 20 de janeiro.

Segundo Josenildo, o prometido era de que três prédios seriam construídos até 2008. No entanto, o que se tem hoje, conforme o professor, é que apenas um bloco foi concluído e, mesmo assim, em situação precária, pois se encontra com rachaduras e infiltrações. O jornal A Crítica de Manaus chegou a fazer uma reportagem sobre o assunto, em março de 2011, apontando que a obra já havia consumido 9 milhões de reais. Mesmo assim, pouco se avançou de lá para cá.

Comprometimento da qualidade

Em função das obras que se arrastam, faltam salas de aula, salas para os professores, laboratórios e, claro, faltam docentes. Todos esses fatores somados, explica Josenildo, comprometem as pesquisas de campo, prejudicando a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão ofertados, além de afetar a saúde dos professores. Josenildo detecta uma sobrecarga de trabalho não apenas porque existe carência de contratações, mas também porque haveria uma falta de planejamento no momento de autorizar os professores a saírem para fazer pós-graduação

Assédio moral

Tarcisio Santiago Cruz é professor das disciplinas de Sociologia nos cursos do campus de Benjamin Constant e também 2º vice-presidente da seção sindical docente (Adua). Ele relata que os casos de assédio moral são crescentes na instituição. Segundo ele, especialmente os professores que se encontram em estágio probatório, são muito pressionados a dar conta da demanda que os cursos precisam colocar em prática.

Questionado se o sindicato tem buscado minimizar esses problemas junto à Administração, Tarcisio frisa que existe a tentativa, mas que a relação não é das melhores. Segundo ele, os professores de BC vivem um isolamento em relação a outras unidades e as orientações administrativas que recebem é via correspondência eletrônica que, de uma forma geral, possuem um conteúdo impositivo. O diretor da Adua relata que, até mesmo durante o Congresso de Manaus, receberam e-mails ameaçando descontar os dias não trabalhados em função da participação no Congresso. Dentre as debilidades que ainda podem ser citadas, destacam-se a carência de livros na biblioteca e a precariedade no acesso à internet.

Texto: Fritz R. Nunes com informações de A Crítica, de Manaus
Fotos: Fritz Nunes e Jonas Santos
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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