Cortes ameaçam refeições em Restaurantes Universitários da UFSM
Publicada em
20/08/19 18h19m
Atualizada em
21/08/19 10h49m
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Universidade só tem recurso para alimentação dos estudantes até meados de outubro
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) passa por mais um momento de tensão: o Restaurante Universitário (RU) pode deixar de servir refeições à comunidade acadêmica. Posterior à grande repercussão causada pelo fim da oferta de suco, decisão anunciada dia 16 de agosto por meio de nota publicada pela direção do RU, a próxima medida assusta ainda mais os estudantes.
De acordo com o Pró-reitor de Assuntos Estudantis, Clayton Hillig, as refeições vão continuar sendo oferecidas integralmente aos estudantes até metade do mês de outubro. Após isso, a previsão é de que somente os estudantes com Benefício Socioeconômico (BSE) tenham acesso às refeições, por serem contemplados com subsídio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).
No ano passado, o mantimento dos RU’s representou a cifra de R$ 20 milhões para a Universidade. Este ano, somente no primeiro semestre o gasto já foi de R$ 11 milhões. As três unidades localizadas na cidade de Santa Maria servem de 8 a 9 mil refeições diárias e incluem café, almoço e janta. Além destas, outros três RU’s atuam divididos entre os campi de Palmeira das Missões, Frederico Westphalen e Cachoeira do Sul e servem de 600 a 900 refeições por dia. A estimativa é de que as refeições servidas caiam em 50 por cento.
Ainda segundo Hillig, essas medidas já são reflexo do contingenciamento de verbas sofrido pela Universidade no início do ano. Dos R$ 146 milhões previstos pelo orçamento anual, apenas R$ 96 milhões foram repassados à instituição, o que representa um corte de 32% da verba orçamentária.
Além dos cortes nos restaurantes, o contingenciamento pode ainda afetar outros setores. Apesar do repasse de R$ 6 milhões realizado no início de agosto, para setembro a dificuldade no pagamento de encargos permanece, como afirmou o Pró-reitor de Planejamento, Frank Casado, em matéria publicada dia 8 de agosto.
A realidade que assola a UFSM também está presente em outras Instituições Federais (IFs) do país. Conforme reportagem publicada no site de notícias G1, ao menos nove Universidades podem ter suas aulas suspensas, caso não sejam feitos repasses.
Posição do DCE
Em nota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM expôs a situação sobre o corte do suco e da ameaça às refeições, com o intuito de questionar para quem serve essas medidas. Além disso, um Conselho de Entidade de Bases (CEB) foi convocado, que se realizou na última segunda-feira (19). No CEB foram deliberadas a realização de uma assembleia geral unificada dos estudantes, atividades de mobilização e discussão sobre o contingenciamento e o programa Future-se, e a elaboração de material informativo a respeito do programa e dos cortes. A assembleia ocorrerá no dia 28 deste mês.
Para relembrar os cortes
Em abril, o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, anunciou o corte de 30% dos repasses para todas as universidades federais. Inicialmente, o foco estava posto sobre a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal Fluminense (UFF), acusadas de terem sido palco de manifestações públicas. Logo a decisão de bloqueio foi alastrada às demais IFs do país.
Após a divulgação da medida, outra justificativa veio à tona. De acordo com Lima, a intenção era preventiva e poderia ser revista caso a reforma da previdência fosse aprovada.
Texto: Amanda Xavier (estagiária de jornalismo)
Foto: PET Medicina UFSM
Edição: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm