Sedufsm divulga orientações a professores sobre apoio à greve estudantil SVG: calendario Publicada em 07/10/19 18h22m
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Apoio docente a movimento discente foi deliberado em plenária no dia 1º de outubro

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Em assembleia realizada no dia 1º de outubro, os (as) docentes deliberaram por apoiar a greve estudantil na UFSM. Para melhor orientar a categoria sobre como deve se dar esse apoio, a diretoria da Sedufsm elaborou a nota que segue abaixo, destacando que, enquanto a categoria docente não encampa um movimento nacional de greve, algumas ações locais de conscientização entre os (as) docentes podem ser tomadas para fortalecer a luta em defesa da universidade pública e não prejudicar os (as) estudantes envolvidos com a mobilização.

“Sabemos que a Universidade Pública vive aquele que talvez seja o seu pior momento. Após impor cortes severos ao orçamento do Ministério da Educação (MEC) – que já totalizam R$ 6.182.850.753 bilhões só no ano de 2019 -, o governo de Jair Bolsonaro apresentou, ainda em julho, em forma de minuta de projeto, o Future-se, que, conforme a propaganda oficial, objetivaria “promover maior autonomia financeira às universidades e institutos federais por meio de incentivo à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo”.

Não obstante a aparente benevolência do governo em propor um projeto que garantiria à universidade caminhar autonomamente com suas próprias pernas, a intencionalidade real do Future-se está a quilômetros de atender aos anseios daqueles e daquelas que constroem, cotidianamente, a educação superior pública brasileira. O que se esconde por detrás do verniz oficial é a desresponsabilização total do Estado para com as universidades e institutos federais; a entrega do patrimônio e da gestão da universidade às Organizações Sociais (OS); a sujeição das pesquisas aos interesses da iniciativa privada; a precarização da vida dos (as) estudantes – que, na UFSM, correm risco real de perderem o acesso ao Restaurante Universitário (RU) – e a elitização da pós-graduação pública, visto que com o estrangulamento orçamentário da Capes e o bloqueio de milhares de bolsas, a dedicação exclusiva à pesquisa torna-se impraticável para a maioria dos (as) estudantes. Cabe lembrar, também, que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, declarou que “as faculdades e universidades que aderirem ao Future-se vão ter de passar a contratar via CLT e não mais via concurso público", o que significaria o fim do Regime Jurídico Único e da carreira de professor (a) federal.

Frente a esse cenário de um quase colapso da educação superior brasileira, muitas ações de resistência vêm sendo protagonizadas pelos setores que constituem as universidades e institutos federais. É o caso dos (as) estudantes da UFSM, que reunidos em assembleia no dia 24 de setembro de 2019, decidiram paralisar as atividades a partir do dia 2 de outubro, por tempo indeterminado, e constituir um Comando de Greve Estudantil para traçar agendas de mobilização e diálogo com a comunidade sobre a importância de defender o caráter público, gratuito, laico e de qualidade da universidade.

Já os (as) docentes da UFSM, em assembleia no dia 2 de outubro, reafirmaram o indicativo – já aprovado em duas plenárias anteriores – de greve por tempo indeterminado e aprovaram o apoio irrestrito à greve estudantil, uma vez que os (as) docentes não podem encampar um movimento local e isolado, necessitando, para construir uma greve forte e assertiva, da disposição das outras seções sindicais, que constituem o setor das federais do ANDES-SN, de também construírem o movimento.

Com este documento, queremos reforçar a importância de nós, professores (as), estarmos ao lado, ainda que não estejamos em greve, de nossos (as) estudantes. Esse apoio significa, na prática, nossa sensibilização para não impormos prejuízos aos (às) estudantes que se colocam em luta. Não significa que abonaremos faltas indiscriminadamente, mas sim àqueles e àquelas estudantes que busquem dialogar conosco mostrando seu envolvimento nas atividades de mobilização.

Entendemos que, dada a não deflagração de greve docente (ao menos neste momento), nossa maneira de contribuir com a mobilização estudantil passa pelo diálogo e conscientização em sala de aula e com nossos (as) colegas de departamento sobre os perigos que se apresentam à universidade e a necessidade de defendê-la; pela nossa participação na agenda de mobilização proposta pelos discentes; e pelo cuidado de não penalizarmos – com faltas ou aplicação de avaliações nos dias em que os (as) estudantes estiverem comprometidos e mobilizados com a luta pela Educação.

Sabemos que os (as) estudantes enfrentarão uma série de dificuldades em seu movimento de paralisação e que geralmente são os mais afetados por políticas de perseguição ou retaliação. Procuremos não agudizar tais fragilizações, mesmo porque a coibição da mobilização abre caminho para a efetiva – e talvez irreversível – invasão dos vieses sucateadores e privatistas presentes não apenas no Future-se, mas em diversos outros projetos reacionários abraçados pelo atual governo.

Estudantes, docentes e técnico-administrativos em educação cultivam o mesmo anseio por uma universidade pública, gratuita, laica, de qualidade, democrática e socialmente referenciada. E, neste período sombrio, conservam as mesmas angústias ao ver nossas universidades e institutos federais como alvos centrais de um projeto político que visa destruir a produção nacional de ciência e tecnologia, minar a capacidade crítica da população, perseguir educadores (as) e precarizar, cada vez mais, nossas vidas. Nossa luta é a mesma. Construamos redes de apoio para fortalecê-la.

Saudações sindicais!

Diretoria da Sedufsm.

Biênio 2018-2020.”

 

Texto: Bruna Homrich

Foto: Rafael Balbueno

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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