ANDES-SN divulga Carta de São Paulo SVG: calendario Publicada em 12/02/20 16h39m
SVG: atualizacao Atualizada em 12/02/20 18h49m
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Documento sintetiza principais discussões e encaminhamentos do 39º Congresso do Sindicato Nacional

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Quase 700 docentes reuniram-se entre os dias 4 e 8 de fevereiro, na USP (SP)

“Intensificar o trabalho de base, unificar as lutas para derrubar Bolsonaro, construir a greve nacional da educação em 18 de março e a importância estratégica de uma nova greve geral foram temas repetidos em diversas ocasiões, tanto no debate de conjuntura, quanto no processo de construção do Plano Geral de Lutas”, aponta trecho da Carta de São Paulo, documento que sintetiza os principais debates e encaminhamentos do 39º Congresso do ANDES-SN, ocorrido de 4 a 8 de fevereiro, em São Paulo (SP).

Elaborada pela diretoria nacional da entidade e enviada às seções sindicais via Circular nº 026/2020, que pode ser lida no anexo ao fim desta página, a carta inicia ressaltando que, enquanto quase 700 docentes estavam reunidos na USP para debater formas de intervenção na realidade, trabalhadores petroleiros protagonizavam uma luta aguerrida contra patrões, juízes e governo. A cidade que abrigou o Congresso, lembra a Carta, é berço do movimento sindical brasileiro e hoje abriga mais de 150 movimentos de luta por moradia e tantos outros direitos, sendo marcada por forte violência estatal contra os que ousam lutar.

No documento, além da indicação de greve da categoria e da construção da unidade prática para barrar os ataques de Bolsonaro, Mourão e seus ministros, estão pontuados alguns outros eixos debatidos pelos docentes e que contribuem para o fortalecimento de um movimento nacional de greve: ataques à autonomia universitária, cortes e contingenciamentos no orçamento das universidades, destruição da pós-graduação, desestruturação das agências públicas de fomento à pesquisa, desmantelamento do complexo de ciência e tecnologia, mercantilização da educação.

Resistência

Mas, “se por um lado os ataques do capital em nível mundial foram destacados durante o debate de conjuntura, por outro foram lembradas as importantes ações de resistência da classe trabalhadora em todo o mundo. As lutas nos mais distintos pontos do globo incluindo França, Tunísia, Argélia, Hong Kong, Índia, Estados Unidos e, especialmente, os inspiradores ventos vindos do Equador, Venezuela, Honduras, Bolívia e Chile foram lembrados como exemplos de que a classe trabalhadora não está parada no mundo e certamente não ficará calada no Brasil”, ressalta a Carta.

CSP-Conlutas

Um dos pontos altos das discussões no Congresso foi a permanência ou não do ANDES-SN na CSP-Conlutas. Sobre isso, a carta sintetiza da seguinte forma: “Os debates sobre o Plano Geral de Lutas começaram com uma acalorada discussão sobre os rumos da CSP-Conlutas e a relação do ANDES-SN com a entidade. Foram cinco horas de debate que resultaram na aprovação da permanência do ANDES-SN na CSP-Conlutas e na convocação de um CONAD extraordinário que debaterá a relevância da CSP-Conlutas, sua atuação nos últimos dez anos e o seu papel na resistência contra os recentes ataques da extrema-direita. Esta decisão foi uma reafirmação da concepção sindical que marca os quase 40 anos de história do ANDES-SN: não tomar decisões sem aprofundar o debate nas assembleias de base das seções sindicais”.

Para Hugo Blois Filho, conselheiro da Sedufsm e delegado no 39º Congresso, “o que se percebe hoje, no sindicato, é uma divisão clara em relação à permanência ou saída da central à qual nós pertencemos. E os grupos favoráveis à desfiliação são basicamente aqueles que, no passado, votaram pela permanência na CUT. Isso demonstra – embora não esteja explicitada no discurso - uma provável reaproximação à CUT”.

Sedufsm no 39º Congresso

A Sedufsm participou do evento com uma delegação eleita em assembleia da categoria e composta pelos (as) seguintes professores (as): Júlio Quevedo; Gihad Mohamad; João Carlos Gilli Martins; Maristela Souza; Hugo Blois Filho; Carmem Dickow; Laura Fonseca; Adriana Zecca. Marian Noal Moro (todos delegados/as) e Abel Panerai Lopes (observador).

Marian, que já havia participado de outros Congressos, diz que “além de encontrar velhos(as) amigos(as), encontrei pessoas jovens aguerridas e prontas para continuar a luta, tão importante e necessária na conjuntura atual. Isto me encorajou ao sentir que algo foi plantado e hoje estamos colhendo o que plantamos. Mas ao mesmo tempo senti o movimento como um todo debilitado ou temeroso. Já sentia isto, mas pude confirmar nas discussões que fizemos. Para quem participou de greve na época da ditadura, quando nada nos protegia, arriscando seu emprego e sujeita a perseguições. Quando não éramos sindicato e não tínhamos direito a greve. Este Congresso, no meu ver, mostrou uma fragilidade ao construir sua pauta de lutas. Pretendia sair de lá com um grito forte de greve. Não senti isto. Talvez esteja enganada, mas quase no final do ano tivemos a oportunidade de um grito  forte defendendo nossos direitos construídos ao longo do tempo com muita luta. Mas como um todo, embora com decisão de AG da Sedufsm, não conseguimos levar em frente este movimento forte que responderia a todas as ações destruidoras que recaem sobre nós”, avalia a professora, que acrescenta: “Devemos ficar estáticas e aceitar o que vier? Tomara que eu esteja enganada e que desta vez nossa AG seja referendada. Nossa frase  deve ser repetida com força e determinação ‘Sempre na LUTA para não ficarmos de LUTO’”.

Hugo também ressaltou algumas críticas, porém relativas à nova estrutura do Congresso, que teve um dia reduzido. “O enxugamento dos dias do Congresso trouxe uma sobrecarga e um acúmulo de trabalho que ocasionou grande cansaço nos congressistas, pois houve dias em que tivemos três turnos de trabalho em grupo. Eu defenderia o retorno aos seis dias de Congresso, como era anteriormente, pois isso dá mais tranquilidade para os delegados poderem fazer a discussão de forma não açodada”, pondera.

Não obstante tais críticas, o docente teceu elogios à organização do Congresso, sediado pela Seção Sindical do ANDES-SN na USP, caracterizando-a como zelosa e cuidadosa. “O ponto positivo que sempre me chama muita atenção no Congresso é a ampliação do número de delegados. O ANDES-SN é um sindicato tão forte que não esmorece. Ano a ano o número de delegados e de seções sindicais se ampliam. Este ano chegamos a quase 700 congressistas”, conclui Hugo Blois Filho.

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Texto e fotos: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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