Metalúrgicos expõem temores com a quebra do isolamento em Santa Maria SVG: calendario Publicada em 20/04/20 13h49m
SVG: atualizacao Atualizada em 16/07/20 10h26m
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Rodoviários já vivenciam demissões; e metalúrgicos enfrentam redução de jornada com redução de salário

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Sindicato dos Metalúrgicos em mobilização com a categoria em frente a empresa, em 2015

Desde o último sábado 18, o comércio de Santa Maria reabriu suas portas. A decisão do prefeito Jorge Pozzobom, expressa no Decreto Executivo nº 71, põe fim ao isolamento social que vinha vigorando na cidade desde o dia 21 de março. Milhares de trabalhadores de serviços não essenciais tiveram de reassumir seus postos de trabalho em meio à pandemia do novo coronavírus, o que vem gerando angústias e temores em diversas categorias. É o caso dos metalúrgicos, que, em sua maioria, estão enquadradados como trabalhadores de serviços não essenciais, salvo aqueles que trabalham em empresas responsáveis por produzir insumo para as áreas agrícolas, por exemplo. Luiz Mário Coelho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Maria, explica que a maioria das empresas de metalurgia paralisaram as atividades no mês de março, restando duas em funcionamento por se enquadrarem na exceção acima descrita.

A paralisação das empresas veio, contudo, devido à pressão do sindicato, conforme relata Coelho. “Lá [ainda no mês de março] como sindicato nós passamos ligando e recebendo ligação tanto de empresas como de escritórios em relação à nossa postura, que foi bem clara: fecha. Temos preocupação com emprego, mão de obra, trabalho. Com certeza. E essa é a nossa prioridade como sindicato: defender melhores empregos, melhores condições de trabalho, melhores salários, mas nessa situação a minha prioridade deixou de ser isso e passou a ser proteger vidas. E o sindicato tem essa responsabilidade com seus trabalhadores. E não só com os seus, com trabalhadores de outras categorias também. Nosso tensionamento foi, naquele momento, para que fechassem as empresas. E a gente conseguiu um bom número de empresas no convencimento. Porque até então aquele decreto [da prefeitura] não se estendia à nossa área, não era para metalurgia, era para continuarem trabalhando. Mas a gente tensionou e várias empresas acabaram fechando”, relata o dirigente.

Retorno ao trabalho: não é o melhor momento

A partir do decreto nº 71 de Pozzobom, os metalúrgicos tiveram de voltar a trabalhar. Para Coelho, esse não seria o melhor momento para reabrir o comércio e demais estabelecimentos. Ele diz que o sindicato vem orientando os trabalhadores e está alerta para denunciar as empresas que não cumprirem com os cuidados necessários relativos ao controle do distanciamento e à proteção dos funcionários, contudo, ainda assim, ele se preocupa com as curvas ascendentes de contágio do vírus.

“Estamos no momento de pico, de crescimento, a curva está aumentando e não descendo. Receio que outros trabalhadores possam correr esse risco. Esse não é o melhor momento para voltar. Não sou técnico mas olhando para os números tenho receio de que voltar agora possa potencializar o vírus e talvez jogar fora todo esse período que foi parado. Quero estar errado quanto à isso. Mas li um estudo que diz que o número de infectados é 15 vezes maior que o divulgado. Então provavelmente tem mais de 5 mil pessoas em Santa Maria com o vírus e talvez não saibam. Abrir essa possibilidade entendo que é potencializar o crescimento desse vírus. Eu entendo a economia. Mas não dá para botar em risco a vida das pessoas”, argumenta Coelho.

Redução de jornada e suspensão de contratos

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos diz que empresas de pequeno porte têm enviado ao sindicato acordos de suspensão de contrato e redução de jornada com redução de salário.

“De preferência a gente vai até a empresa, conversa com os trabalhadores para realmente ver o pensamento deles, se ele estão cientes do que está acontecendo, depois a gente acaba homologando essa possibilidade para a empresa encaminhar. Já homologuei vários acordos aqui a gente segue recebendo. Nas empresas grandes até o momento não houve nenhum encaminhamento nesse sentido”, diz Coelho.

Rodoviários também sofrem com demissões

Rogério da Costa, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Santa Maria (Sitracover) diz que no setor do transporte urbano de passageiros ainda não houve demissões, mas que no transporte intermunicipal tem havido bastante demissões. “Para não ter mais demissões estamos fazendo acordos de Lay Off [suspensão temporária de contratos de trabalho] com empresas”, conta o dirigente, lembrando que os rodoviários são considerados trabalhadores de categorias essenciais, logo, não deixaram de trabalhar em um só momento. “Dependem de trabalhar para manter suas famílias. Esperamos que a população colabore e use máscaras. É o mínimo!”, preocupa-se Costa.

Ele ainda cita o julgamento da MP 936 pelo STF. “Perdemos. Os sindicatos ficam fora! Os patrões podem fazer acordos individuais com os trablahdores! Aí já sabemos quem vai sair na desvantagem!”, critica o presidente do sindicato.

 

Texto: Bruna Homrich

Fotos: Sindicato dos Metalúrgicos (facebook) e arquivos pessoais

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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