Pandemia debatida na UFSM em jornada multidisciplinar SVG: calendario Publicada em 16/06/20 18h45m
SVG: atualizacao Atualizada em 15/07/20 12h38m
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Diretores da Sedufsm falam sobre temas relativos à educação no primeiro dia

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Maristela Souza: saúde não pode ser contraposta ao fator econômico

No final da tarde desta segunda, 15, os professores Carlos Pires e Maristela Souza, que integram a diretoria da Sedufsm, participaram do primeiro dia da programação referente à 1ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da COVID-19. O evento está sendo transmitido pela página ‘Farol UFSM’ e ocorre até sábado, sempre no horário das 17h às 19h. As palestras de segunda foram mediadas por Daíse Vargas, técnico-administrativa da Unidade de Apoio Pedagógico (UAP) do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE).

Em sua primeira fala, Maristela Souza, que é do docente no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da UFSM destacou que o momento vivido por toda a sociedade é de enfrentar, não apenas uma pandemia que coloca a vida de todos sob risco, mas também de encarar o discurso que coloca a busca da saúde e da sobrevivência como uma antítese ao fator econômico. Para a professora e sindicalista, esse tipo de retórica não traz qualquer benefício à maioria da população, tendo em vista que a única forma, atualmente, de proteger vidas, é através do isolamento social, que obviamente traz impactos econômicos.

Para o professor Carlos Pires, que além de diretor da Sedufsm, e dirigente do ANDES-SN e lotado no departamento de Geociências da UFSM, a pandemia do coronavírus “tem classe e cor”. Essa afirmação se refere ao fato de que, segundo ele, quem mora na periferia, seja pelas condições econômicas, seja pela dificuldade de acesso à saúde pública, ou mesmo da dependência do transporte público, fica mais fragilizado em relação a quem vive em zonas centrais das cidades.

Pires argumentou, durante sua participação na live da Jornada Multidisciplinar, que é preciso discutir a retomada das aulas, mas que isso precisa ser feito de uma forma racional, pensando na saúde dos trabalhadores e dos estudantes, garantindo as condições adequadas. Estamos hoje no melhor momento para a volta às aulas, questionou, se referindo não somente ao ensino superior, mas também à rede pública estadual, na qual, lembrou ele, os professores e técnicos estão há seis anos com os salários parcelados, vivendo em situação de precariedade.

Os desafios da universidade

Maristela Souza também sublinhou em sua intervenção que a universidade pública, e a federal em especial, estão tendo um papel fundamental no momento de pandemia, conjugando esforços das mais diferentes formas para cumprir sua função social. Além disso, ressaltou ela, a universidade tem tido um papel importante na visão mais retrógradas que se instalou no país, que é o negacionismo, a visão anticiência. Contudo, ela também critica as incompreensões existentes no interior das instituições.

Na análise da diretora da Sedufsm, a insistência de algumas instituições, incluindo a UFSM, de pressionar para a execução de aulas remotas acaba por contribuir para a precarização do ensino. Isso porque mesmo que se diga que, por exemplo, o REDE (Regime de Exercícios Domiciliares Especiais) é opcional tanto para professores quanto para estudantes, o simples fato dele ser oficializado pela gestão faz com que os segmentos se sintam pressionados a aderir a ele. E isso vem em um contexto em que os trabalhadores em educação estão a cada dia que passa com seus direitos mais reduzidos.

Da mesma forma, cita a docente, é a situação do estudante, também enfrentando precariedades. O que tem ocorrido é que, muitas vezes, o aluno (a aluna) para conseguir acessar um texto da plataforma ‘Moodle’ precisa sair de casa, e fazer algo que, num momento de pandemia, ele não deveria fazer, pois teria que ficar em casa, em isolamento, assinala Maristela.

Observatório de informações em saúde

O evento iniciado na segunda, 15, teve participação de outros convidados além dos diretores da Sedufsm. A primeira palestra teve como título “Panorama do Brasil, Rio Grande do Sul e Santa Maria e o que os dados e as questões de enfrentamento representam”, que foi apresentado pelos professores Luis Felipe Dias Lopes (CCSH), Beatriz Unfer (CCS), Angela Isabel dos Santos Dullius (CCNE) e Carlos Heitor Cunha Moreira (CCS).

Os professores Carlos Heitor Moreira e Luiz Felipe Lopes apresentaram o Observatório de Informações em Saúde, criado pela UFSM. O observatório tem um simulador, conforme mostrado por Carlos, que é capaz de simular o número de mortos e infectados a partir da população da cidade e taxa de transmissão informadas. Por sua vez, Luiz Felipe apresentou o crescimento dos números em Santa Maria, no Rio Grande do Sul e no Brasil a partir do observatório.

Após a exibição dos professores, Beatriz Unfer propôs uma reflexão sobre o valor social que o Observatório de Informações em Saúde tem. Ela ressaltou o quanto esses dados contribuem para o poder público definir normativas, regras de isolamento, e para mostrar o rumo que cada escolha gera. A pesquisadora destacou o papel que se tem de gerar informação e conhecimento. Por fim, pediu por mais conscientização.

A professora Angela Isabel Dullius foi no mesmo sentido: pediu cuidado para com o outro, resiliência e espírito coletivo. Ainda destacou a importância do isolamento e do uso de máscaras.

Daíse Vargas: mediadora do debate

A 1ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da COVID-19 na UFSM é organizada pelo Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Bioestatística (GEPEBio) e Grupo de Pesquisa em Comportamento Inovador, Estresse e Trabalho (GPCET), com apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão. Os encontros online são sempre das 17h às 19h. Leia mais aqui sobre os outros temas da programação.


Texto: Fritz R. Nunes com informações do Portal UFSM
Imagem: Print/Sedufsm
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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