Governo Bolsonaro acumula quase 700 denúncias de assédio moral contra servidores
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Atualizada em
07/08/20 18h50m
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Constrangimento, discriminação e ameaças estão entre as situações relatadas por servidores
Todos os dias, ao menos um servidor público registra denúncia de assédio moral contra o governo de Jair Bolsonaro. Segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU), desde que iniciou, este governo já acumulou 680 denúncias de assédio contra servidores, representando uma média de 1,2 denúncia por dia. Os principais relatos dizem respeito a situações de constrangimento, discriminação, ameaças de exoneração e perseguição ideológica, especialmente à esquerda.
Para Heverton Padilha, assessor jurídico da Sedufsm, o que explica esse aumento no número de denúncias contra o governo é o projeto político assumido por Bolsonaro no que se refere ao funcionalismo público. Projeto marcado por “extrema belicosidade, tentando trazer à sociedade a falsa impressão de que as mazelas do país passariam pelo Serviço público”, argumenta o assessor.
Para ele, “tais atitudes desencadeiam inúmeras consequências prejudiciais e nocivas, o que ocasiona graves violações a uma série de direitos e garantias fundamentais dos Servidores, de modo que isso desencadeia em inúmeras agruras sofridas pelos mesmos em seu dia a dia. Certamente tais ações não devem ficar impunes, o que leva as expressivas denúncias por assédio moral ocorridas desde o início do Governo Bolsonaro".
Exemplos citados por Padilha foram a comparação, feita pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, de servidores públicos federais a parasitas; a declaração do ex-Ministro da Educação, Abraham Weintraub, quanto à plantação de maconha e desenvolvimento de drogas ilícitas nas Universidades; e a disseminação de fake news pelas redes sociais.
Os órgãos que mais acumulam denúncias são o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; os Ministérios da Educação, Saúde e Economia; a Polícia Federal e a CGU. Na lista também estão universidades, a exemplo das universidades federais de Goiás, Mato Grosso e Amazonas.
Segundo informações da Folha de São Paulo, as denúncias foram feitas pela plataforma Fala.br e também presencialmente na Polícia Federal e no Ministério Público Federal.
Texto: Bruna Homrich, com informações de Folha de São Paulo e Revista Fórum
Foto: Wikimedia Commons (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm