Brasil perde Dom Pedro Casaldáliga, o “profeta dos pobres” SVG: calendario Publicada em 12/08/20 16h34m
SVG: atualizacao Atualizada em 12/08/20 17h11m
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Irmã Lourdes Dill e Frei Sérgio Görgen falam sobre relevância do bispo, sepultado nesta quarta

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Em defesa de indígenas e marginalizados, Dom Pedro Casaldáliga foi ameaçado de morte inúmeras vezes

Foi sepultado na manhã desta quarta, 12, em São Félix do Araguaia (MT), no cemitério Karajá, à beira do Rio Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, também adjetivado como “profeta dos pobres”. Ele faleceu no último sábado, em Batatais (SP), aos 92 anos, e primeiro foi velado em Batatais e, depois, em Ribeirão Cascalheira. Uma missa (em São Félix do Araguaia) foi celebrada antes do sepultamento e transmitida em redes sociais. O corpo foi sepultado no cemitério dos peões e índios. Amigos, a comunidade católica e grupos indígenas acompanharam os rituais, descreve o Portal G1, e que destacamos na foto de divulgação da ‘Cáritas do Brasil’.

Para a coordenadora do projeto Esperança/Cooesperança e representante da Ação Solidária Emergencial da CNBB( Cáritas) em Santa Maria, Irmã Lourdes Dill, “Dom Pedro Casaldáliga  era  um bispo  profético,  missionário  e  cidadão  do mundo,  que  viveu  e  profetizou  no  Brasil  durante  52  anos  de  sua vida,  junto  às  comunidades  indígenas originárias, ao  povo  da  mata  e  da terra,  nas  grandes  dimensões  do  centro  oeste  do  Brasil, precisamente  na  Prelazia  de São   Felix  do  Araguaia, onde passou  a  maior  parte  de  sua  missão”.

Na ótica de Frei Sérgio Görgen, que também é dirigente da Via Campesina e do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Casaldáliga não foi só um missionário, mas também “profeta, poeta, e um antecipador do futuro, além do seu tempo”. Para o frei, Dom Pedro Casaldáliga “antes de todos nós, viu e defendeu a Amazônia. Defendeu os indígenas e os povos tradicionais. Percebeu a centralidade da ecologia para o futuro da humanidade”. Acima de tudo, complementa Frei Sérgio: “Pedro foi um cristão coerente, pois viveu o que pregava”.

Biografia

Dom Pedro Casaldáliga nasceu em em 16 de fevereiro de 1928, em Balsareny, na província de Barcelona, Espanha. Veio para o Brasil aos 40 anos, na condição de missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia.  Pertencente à congregação dos missionários claretianos, foi o primeiro bispo da Prelazia do município – a nomeação, em 1971, partiu do Papal Paulo VI. O religioso ocupou o ofício até 2005, quando renunciou.

Já nos primeiros anos no Brasil, Casaldáliga envolveu-se, ao lado de outros padres espanhóis, na defesa de povos indígenas, ameaçados pela violência dos conflitos agrários e pela expansão dos latifúndios na região. Foi um dos responsáveis pela fundação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ainda na década de 1970. Em 2000, o bispo foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Seu trabalho junto aos índios xavantes, após anos de embate judicial contra latifundiários e produtores rurais, fez com que recebesse diversas ameaças de morte, bem como de expulsões do país, durante o regime militar.

Direitos Humanos e Teologia da Libertação

Irmã Lourdes Dill ressalta que Dom Pedro Casaldáliga “lutava pelos  Direitos  Humanos,  especialmente dos  povos  indígenas, marginalizados,  e  tinha posições  políticas  e  religiosas  ousadas,  conectadas  e  reconhecidas   em   favor   dos  mais  pobres  e  da  ‘massa sobrante’.”

A religiosa de Santa Maria destaca ainda o que considera outras características marcantes da atuação de Casaldáliga. “Como bispo preferiu não utilizar os tradicionais trajes eclesiásticos. Em vez da Mitra, um chapéu de palha; no lugar do báculo, um cajado indígena; em vez de um anel de ouro, utilizava um anel de Tucum - que acabou se tornando símbolo da Teologia da Libertação”.

Segundo a Irmã, na condição de adepto da Teologia da Libertação, o bispo adotou como lema para sua atividade Pastoral: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. Além de poeta, foi autor de várias obras sobre antropologia, sociologia e ecologia, fazendo a defesa   da  “Terra  Sem  Males”. Ele  dizia, conta Irmã Lourdes:  “ Na  dúvida, fique  do  lado  dos pobres”.

Texto: Fritz R. Nunes com informações do G1

Fotos: Cáritas do Brasil e Rede Brasil Atual

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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