Sindicato e entidades estudantis criticam o REDE durante ‘live’ SVG: calendario Publicada em 17/09/20 19h50m
SVG: atualizacao Atualizada em 17/09/20 20h29m
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Prograd da UFSM defendeu a modalidade de ensino remoto e destacou que é “transitório”

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Debate virtual sobre o REDE reuniu representantes da Prograd (UFSM), Sedufsm, DCE e APG

Na ‘live’ promovida pela Sedufsm no início da noite desta quarta (16), muitas críticas e questionamentos à implementação do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE), por parte da representação estudantil e do presidente da Sedufsm, professor Júlio Quevedo. Já o representante da Reitoria, professor Jeronimo Tybusch (pró-reitoria de Graduação) defendeu a modalidade de ensino remoto, justificando que a comunidade da UFSM foi ouvida de diversas formas, e que o REDE é algo transitório.

Estiveram presentes ao debate, pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), o acadêmico de Geografia, Kauã Arruda, e o estudante do doutorado em Educação, Marcos Correa, representando a Associação de Pós-Graduandos (APG). O pró-reitor substituto de Graduação, professor Jeronimo Tybusch, buscou explicar, com apoio de um material projetado virtualmente, a concepção do REDE. O título do evento foi “Calendário Acadêmico em rede: como pensa a UFSM?”. A coordenação da ‘live’ ficou a cargo do diretor da Sedufsm, professor Gihad Mohamad, que foi transmitida também em Língua Brasileira de Sinais (Libras), pelas educadoras Mariléia Stolz e Juliana Lima.

Para o dirigente da APG, reunir-se para abordar o Regime Especial é apenas um “fato gerador”, mas o que se precisa observar, conforme Marcos Correa, é que existe um pano de fundo conjuntural que se refere aos ataques que a universidade vem sofrendo, pelo menos desde 2014, com cortes sucessivos de recursos. Na avaliação do estudante, o elemento que precisa ser destacado é que a UFSM já iniciou 2020 com um corte de 40% em sua verba e, que, se não fosse a pandemia, “talvez a UFSM não estivesse de portas abertas”.


Seguindo por essa linha de raciocínio, Correa argumentou que não basta discutir o REDE e propor ações que minimizem os efeitos negativos de um modelo de ensino remoto em relação ao qual pouco se discutiu. “Não adianta pensarmos o ‘melhorismo’ de uma universidade que está caindo pelas tabelas”, frisou, mas denunciar e ao mesmo tempo mobilizar as bases de todos os segmentos da instituição para combater os ataques governamentais. Para o representante da APG, é preciso ressaltar que “não há uma preocupação com a qualidade, mas com a funcionalidade do REDE”. E complementou: - O que está em jogo é o cumprimento do calendário acadêmico apenas.

Dificuldades que afetam também os docentes

Júlio Quevedo, presidente da Sedufsm, destacou em sua fala que o entendimento do sindicato, manifestado em assembleias, em notas públicas, e em debates virtuais (‘lives’) era de que o calendário acadêmico deveria ter sido suspenso, e que houvesse um debate amplo com toda a comunidade, tendo em vista que isso não teria ocorrido, e que, diferente do Ensino a Distância (EaD), o REDE teria “caído de paraquedas” na UFSM.

O argumento do professor se identifica com o modo de pensar do DCE. Conforme Kauã Arruda, desde os meses de março e abril a entidade estudantil teria pressionado a reitoria da UFSM, inclusive com um abaixo-assinado com 6 mil assinaturas, solicitando o cancelamento do semestre. A instituição do REDE, mesmo que em caráter optativo no primeiro semestre deste ano, foi qualificada como uma decisão “precipitada” tomada pela Administração.


A reclamação do DCE se dá especialmente no que se refere ao fato de que o REDE, que a partir da aprovação do CEPE em 10 de agosto, passou a ser uma modalidade oficial, e não mais optativa, tenha todas as garantias para que parcelas do segmento estudantil não seja excluída. No entanto, alegou Kauã, a pesquisa que a entidade fez junto aos (às) acadêmicos (as) teria sido ignorada. “Os estudantes têm sido constantemente deslegitimados”, lamentou.


No que se refere à acessibilidade, também os professores estariam encontrando dificuldades, conforme relatou o dirigente da Sedufsm. A proposta do REDE, segundo Quevedo, parte da premissa que todos os docentes têm acesso á internet, o que, segundo ele, não é verdade. E as dificuldades não se referem apenas ao acesso à tecnologia, mas também em outros aspectos, como por exemplo, a dificuldade de separar o ambiente privado e o público no qual o professor está inserido, tendo em vista que se está numa pandemia, e que as pessoas possuem filhos, familiares que necessitam de cuidados. Tudo isso, segundo Quevedo, causa uma sobrecarga de trabalho com efeitos físicos e emocionais.


Quando se fala em obstáculos à acessibilidade para que se possa ministrar aulas pelo modo remoto, o professor de Enfermagem da UFSM/Palmeira das Missões, Gianfabio Pimentel Franco, que assistia à ‘live’ pelo canal do sindicato no you tube, comentou que não é incomum que, mesmo na sala dos professores, os computadores não tenham câmera para a realização de aulas virtuais.

Contraponto da Prograd: o REDE foi discutido na UFSM

Em uma de suas intervenções, o pró-reitor substituto de Graduação, Jeronimo Tybusch, fez um contraponto às críticas do presidente da Sedufsm. Segundo Tybusch, a Prograd fez diversas ‘lives’ de discussão com professores sobre o REDE e continuam fazendo. “Só nas semanas anteriores fizemos mais de 5 ou 6 lives por semana, com cursos, departamentos. Mesmo antes da propositura da Resolução 024 foram realizadas amplas com participação de 200, 300 pessoas, onde também foi pautada a questão da qualidade”.

Ainda conforme o pró-reitor, há uma consciência de que uma estrutura de ensino remoto não é igual a uma de ensino presencial. Por isso, diz que é preciso enfatizar que a questão do REDE, do ensino remoto, é “contingencial, temporária”, e que isso foi largamente discutido no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).Tybusch citou também que o diálogo com a comunidade interna da UFSM não se deu apenas por ‘lives’, mas através de documentos, como os memorandos, instruções específicas, inclusive com a divulgação de uma cartilha informativa.


Questionado pelo professor Gianfabio Franco ​se existiria um percentual para as atividades síncronas e assíncronas nas disciplinas, ou se o professor teria autonomia para fazer essa divisão, o integrante da Prograd explicou que, na cartilha elaborada para esclarecimentos, não houve estabelecimento de percentuais. Entretanto, segundo Tybusch, é importante que o docente tenha um espaço síncrono para sanar dúvidas dos estudantes. “O professor pode ter toda a sua disciplina organizada no Moodle desde que ele tenha um espaço síncrono, por exemplo, para conversação com os alunos”.

Ensino remoto, economia e reforma administrativa

Em uma de suas últimas intervenções, o estudante que faz parte da APG, Marcos Correa, destacou, a partir de questionamento do professor João Carlos Gilli Martins, diretor da Sedufsm, de que o governo federal tem todo o interesse em pôr em prática a modalidade de ensino remoto, pois está realizando uma economia grande de recursos durante essa pandemia do coronavírus. Correa voltara ao ponto anterior que já havia levantado, de que o pano de fundo é a conjuntura em que cada vez mais, a universidade é vista como gasto, e não investimento, o que estimula os sucessivos cortes e enxugamentos.

Gihad Mohamad, diretor da Sedufsm, encerrou a ‘live’ ressaltando que a proposta de reforma administrativa encaminhada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional, é mais um dado a confirmar que, o custo econômico dos efeitos da pandemia, será jogado em cima dos ombros dos trabalhadores, e não como deveria ser, com as elites econômicas e o próprio sistema financeiro sendo chamados a dar a cota de contribuição.

(Acompanhe abaixo, em anexo, o material projeto pela Prograd em relação ao REDE durante a ‘live’).

Live no You Tube 


 

Texto: Fritz R. Nunes

Imagens: Prints

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 


 

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