De Camobi a T. Neves: carreata denuncia Reforma Administrativa
Publicada em
01/10/20 14h22m
Atualizada em
01/10/20 14h32m
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Manifestação integrou Dia Nacional de Luta contra a Reforma
Uma carreata percorreu Santa Maria praticamente de ponta a ponta na tarde da última quarta-feira, 30 de setembro. Saindo da Avenida Roraima – campus da UFSM em Camobi -, os carros dirigiram-se até o centro da cidade, de onde, posteriormente, partiram rumo aos bairros Tancredo Neves e Santa Marta.
Assim como em diversas outras cidades pelo país, que também registraram mobilizações na mesma data, o mote da carreata era o repúdio à Reforma Administrativa de Bolsonaro, Mourão e Guedes.
Maristela Souza, diretora da Sedufsm presente à atividade, lembrou que a luta contra a reforma precisa ser abraçada por toda a população, tendo sido esse o intuito principal da manifestação: sensibilizar a comunidade para que fortaleça a luta em defesa dos serviços públicos.
“O serviço público é responsável por manter um mínimo de dignidade para uma grande parcela da população brasileira. O Estado tem esse compromisso e isso não sai de graça para a população. A luta pelo serviço público, que está extremamente comprometido na Reforma Administrativa de Bolsonaro e Guedes, não é só do servidor público. É uma luta que vai para muito além de manter os nossos salários e direitos, que são importantes, mas é por manter o serviço público. E nós, servidores públicos, não vamos conseguir emplacar essa luta e termos bons resultados sozinhos. Nós precisamos da comunidade. Nosso patrimônio público, conquistado com tanto mérito nas lutas que efetivamos como classe trabalhadora, além de não ser ampliado e fortalecido nos últimos tempos, está correndo sérios riscos”, comenta a dirigente.
Um dos malefícios da reforma apontado por Maristela é a facilitação de uma relação promíscua entre o setor público e privado, entre os interesses da população e os interesses de um grupo político. Ao criar cargos que não dependem de concurso para ingressar no serviço público, por exemplo, a reforma abre espaço para indicações políticas e situações de corrupção.
“Quando se tem alguma situação de corrupção no setor público, é vinda de uma relação promíscua entre público e privado. Os funcionários, sem estabilidade, estarão mais suscetíveis ao adoecimento e à flexibilização. Haverá um ir e vir de pessoas dentro do setor público, que não terá essa organicidade que temos hoje. Agora na pandemia estamos vendo que quem está segurando as pontas do Brasil é o setor público, inclusive fazendo vários enfrentamentos com o governo, como na questão ambiental”, complementa a docente.
Estiveram presentes na carreata da quinta-feira as seguintes entidades: Sedufsm, Assufsm, Atens, Sinprosm, Cpers, Sintect-Sma, CSP-Conlutas, Intersindical e Assentamento Madre Terra.
Texto e fotos: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm