Guedes fala em economizar com medidas que sequer constam na PEC 32/20
Publicada em
22/10/20 10h24m
Atualizada em
22/10/20 10h28m
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Ministro da Economia chegou a falar em redução de gastos de R$ 300 bilhões em 10 anos
Quando o objetivo é agradar ao mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, parece disposto a fazer qualquer coisa. Inclusive, usar dados que expliquem redução de gastos, mesmo que sejam medidas que sequer constam na proposta de reforma administrativa (PEC) 32/20, que foi encaminhada ao Congresso Nacional, em 3 de setembro.
No dia 10 de setembro, Paulo Guedes anunciou que a reforma administrativa traria uma economia de R$ 300 bilhões em 10 anos. A fala foi feita durante evento no IDP (Instituto de Direito Público de Brasília). Entretanto, conforme o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), o valor é hipotético, e inclui medidas que não estão no texto da PEC 32. Uma delas é reduzir em 50% o volume de novos funcionários que tenham apenas o ensino médio e uma redução de 30% no valor de todos os salários de entrada (dos servidores), além de estender essas medidas para estados e municípios.
O portal ‘Poder 360’ chegou a pedir, via Lei de Acesso à Informação (LAI), acesso aos estudos que teriam embasado o valor divulgado pelo ministro da Economia. No entanto, o ministério disse (ao portal) que a origem é um estudo “publicado quatro dias depois da fala” pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Estudo com cenários variados
Segundo publicação do DIAP, seriam seis hipóteses no estudo (do Ipea). A mais próxima da economia de R$ 300 bilhões envolve:
- A reposição de apenas 50% dos funcionários de nível médio;
- Redução de 30% no salário inicial;
- Progressão mais lenta na carreira.
O detalhe é que a estimativa do estudo inclui a adoção da mesma regra por Estados e municípios.
Clique aqui e leia o estudo completo.
Fonte: Diap/Portal Poder 360
Imagem: EBC
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)