Professora da UFSM tem livro entre finalistas do Prêmio Jabuti
Publicada em
26/11/20 13h17m
Atualizada em
26/11/20 15h17m
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“Viajantes do abismo”, de Nikelen Witter, é um dos cinco melhores romances de entretenimento em 2020 no Brasil
“Viajantes do abismo”, novo livro da professora do departamento de História da UFSM, Nikelen Witter, vem arrecadando prêmios e indicações Brasil afora. A obra, lançada pela Avec Editora, está entre os cinco finalistas do Prêmio Jabuti na categoria Romance de Entretenimento. No último sábado, 21, o livro foi vencedor do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica (que vem conquistando importância crescente dentro do nicho literário que representa) e, mais recentemente, foi confirmada sua indicação como finalista do Prêmio Argos.
“Só estar nominada já é um prêmio, é maravilhoso ver um trabalho reconhecido. Mas confesso que, acima de tudo, sou uma ativista da leitura e quero mesmo é que toda essa atividade e publicidade atraia leitores para a literatura de qualidade que se produz no Brasil”, comenta Nikelen, que já tem uma longa lista de livros publicados.
A contemporaneidade do fantástico
O elemento fantástico é explorado na literatura de muitos autores – Edgar Allan Poe, Jorge Luiz Borges, Julio Cortázar e em obras dos próprios Machado de Assis e Aluísio Azevedo. Nikelen, que o domina com maestria, destaca sua potência.
“Ontem mesmo escrevi que o fantástico consegue demonstrar sem subterfúgios o que o realismo, muitas vezes, só consegue tratar como subtexto. Como não tem amarras, o fantástico abre espaço para questionamentos, para colocar em xeque o passado e o futuro. O Brasil está finalmente se abrindo em termos de público e crítica para assimilar as potencialidades da literatura fantástica. Temos hoje um movimento crescente e que reverbera em um contínuo aumento da qualidade. São autores cada vez mais profissionais, leitores cada vez mais exigentes e um substrato de resenhistas capazes de constituir uma massa crítica para a recepção desses trabalhos. Apesar das cruzes no mercado editorial, sou muito otimista com esse momento”, avalia a escritora.
Mulheres na literatura
Ativista do feminismo como movimento social e especificamente como propulsor do ingresso de mais mulheres na produção literária, Nikelen ambiciona – e intui – que a situação vem ficando mais favorável e que “finalmente estejamos quebrando o teto de vidro que por tanto tempo segurou e apagou a presença de uma massa de mulheres escritoras, leitoras e críticas literárias”.
Para ela, tal movimento não se individualiza na maior proeminência de uma ou outra mulher, mas nas tendências coletivas observadas. “Veja que não me refiro a um ou outro nome, normalmente citado como a exceção que confirma a regra. Falo de uma massa de criadoras. Falo de 50 a 50. Isso é genial. A próxima etapa é a inclusão massiva de escritoras e escritores afrodescendentes”, sugere.
Viajantes do abismo
No site da Avec Editora, onde o livro pode ser adquirido (além de em outros sites, como o da Amazon), "Viajantes do abismo" aparece resenhado da seguinte forma:
"Esta é a história de desertos que avançavam cobrindo cidades. A história de um mundo à beira da destruição. Da gente desse mundo, de sua alienação e da violenta guerra em que se perdeu.
Esta é a história de uma mulher que fazia curas e de sua amiga, que dirigia um bordel. E de como elas enfrentaram tudo isso. Também é a história do tigre e da menina.Mas para conhecer todas elas, você terá de aceitar o chamado para olhar o futuro. E mergulhar no abismo".
Texto: Bruna Homrich
Foto: Arquivo Pessoal
Assessoria de Imprensa da Sedufsm