Dica cultural: professora sugere romance de Leonardo Padura
Publicada em
27/11/20 14h51m
Atualizada em
27/11/20 14h58m
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Márcia Morschbacher sintetiza as qualidades de “O homem que amava os cachorros”
Sextou na quarentena! A dica cultural desta sexta, 27, é da professora Márcia Morschbacher, do departamento de Metodologia do Ensino (CE) da UFSM. Para a docente, vale muito a leitura da obra do escritor cubano, Leonardo Padura Fuentes, de 2009, intitulada “O homem que amava os cachorros”. A publicação deste livro, no Brasil, só ocorreu em 2015. Apesar de ser um romance policial, característica do autor, Márcia destaca que a publicação navega pela história, tendo em vista que se refere a fatos da trajetória de um dos líderes políticos russos mais conhecidos e reverenciados, Leon Trotsky. O livro trata de Trotsky, mas também daquele que o assassinou no México, em 1940, Ramon Mercader. Boa leitura!
“A dica cultural que apresento é a bela obra do escritor cubano Leonardo Padura (foto abaixo), intitulada “O homem que amava os cachorros” e publicada no Brasil em 2015 pela Editora Boitempo.
Como afirma Frei Betto na apresentação da edição brasileira, esta obra “é e não é uma ficção” ou, como o próprio Padura demarca em uma nota de agradecimento ao final do livro, “se trata de um romance, apesar da presença esmagadora da história em cada uma de suas páginas”.
Em “O homem que amava os cachorros”, o autor retrata um episódio marcante do século XX, a saber, o assassinato de Leon Trotsky (1879-1940) por Ramon Mercader (1913-1978). Mais do que isso, aborda as trajetórias destes dois personagens históricos, a partir da narrativa do personagem Iván Cárdenas Maturell, um aspirante a escritor que vive em Cuba e que narra em 2004 os encontros que teve com um enigmático homem que passeava pela praia acompanhado de dois cães no ano de 1977. Este sujeito, denominado por Iván “o homem que amava os cachorros”, confidencia relatos singulares, que lhe permitem reconstruir a trajetória de Trotsky (exilado e perseguido por Joseph Stalin (1878-1953)) e de Ramon Mercader (agente de Stalin encarregado de eliminar Trotsky).
Padura combina o relato de Iván sobre os personagens com o debate acerca de grandes temas políticos e sociais do século XX (e de nosso tempo), o que converte “O homem que amava os cachorros” em uma obra singular e fascinante.
A leitura de suas 592 páginas é uma incursão por fatos históricos do século XX e pela brilhante capacidade literária de Leonardo Padura. Deixo, portanto, o meu convite para que a obra – publicada em países como Espanha, Cuba, Argentina, Brasil, Portugal, França, Inglaterra e Alemanha – seja acessada e apreciada”.
Márcia Morschbacher
Professora do departamento de Metodologia do Ensino do CE-UFSM.
Edição: Fritz R. Nunes
Imagens: Arquivo pessoal e blog da Boitempo
Assessoria de imprensa da Sedufsm