Entidades criticam decisão de acatar nomeação de Bolsonaro na UFPel SVG: calendario Publicada em 08/01/21 16h13m
SVG: atualizacao Atualizada em 08/01/21 16h22m
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Chapa eleita diz que, embora vá contestar nomeação da segunda colocada junto ao MEC, universidade será gerida de forma conjunta

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A ADUFPel, assim como outras entidades sindicais e estudantis da UFPel, teceu críticas à decisão da chapa eleita de nomear a professora Isabela Andrade como reitora da instituição, ainda que ela não tenha sido a escolha da maioria da comunidade acadêmica.

Na última quarta-feira, o Diário Oficial da União publicou a decisão de Bolsonaro de, ao invés de nomear o candidato mais escolhido pela comunidade da UFPel – professor Paulo Ferreira -, escolher a segunda candidata mais votada. Mesmo que ambos pertencessem à mesma chapa, a decisão de Bolsonaro foi encarada como antidemocrática e desrespeitosa.

Ainda na última quinta, 7, a chapa eleita realizou uma live no facebook e comunicou que, embora vá buscar reverter a nomeação arbitriária, Isabela tomará posse como reitora e a gestão da universidade se dará de forma compartilhada. Dessa forma, Isabela Andrade, segundo lugar na lista tríplice, irá dividir o comando da Universidade com Paulo Ferreira, reitor eleito democraticamente.

Segundo a ADUFPel, a decisão foi tomada de maneira unilateral por integrantes e anunciada em live transmitida pelo Facebook nesta quinta-feira (07). “A deliberação ocorreu sem qualquer consulta à comunidade acadêmica, desconsiderando o posicionamento das entidades representativas dos três segmentos da Universidade: ADUFPel-SSind, ASUFPel-Sindicato e Diretório Central dos Estudantes (DCE), responsáveis por realizar o processo de Consulta Informal”, diz a nota da entidade.

A presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, destacou que, em encontro convocado pela Reitoria na quinta, 7, um dia após a nomeação, as entidades foram informadas de que haveria uma reunião aberta com a comunidade, na qual seria definido o posicionamento acerca da nomeação da docente do Centro de Engenharias. A reunião não ocorreu e a informação de que ela seria uma live foi divulgada via redes sociais. “Desse modo, nos pareceu incongruente nossa participação na atividade”, destacou Pereira. 

O ASUFPel (sindicato dos servidores), que, assim como a ADUFPel, optou por não participar da live da Reitoria, repudiou em nota a decisão da chapa, reforçando que foi tomada de maneira antidemocrática e que a “atual gestão da UFPel busca de forma disfarçada aceitar a referida nomeação, dando o nome de ‘democracia de alta intensidade’.”

Gestão se compromete a garantir a nomeação do reitor eleito

Segundo afirmou o agora ex-reitor da UFPel, Pedro Hallal, na live de quinta-feira, “reitor eleito é reitor nomeado”. O professor apontou que essa é a concepção de toda a gestão, a qual assinou um documento com este comprometimento. Para ele, “essa defesa é uma defesa histórica, de muitas gerações, só que essa defesa não pode representar qualquer desrespeito com a professora componente do grupo UFPel Diversa, que foi eleita junto conosco para administrar a universidade”. Por esse motivo, ambos, Paulo e Isabela, dividirão a administração, e destacou que o projeto eleito será tocado de uma maneira “criativa”. 

Apesar disso, explicou que a gestão estará em luta incessante e fará de tudo para reverter a decisão do presidente Jair Bolsonaro. “Já estamos entrando com recurso administrativo junto ao MEC [Ministério da Educação], estamos em reunião com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], e levaremos o assunto a todas as instâncias políticas e jurídicas para que o reitor eleito pela comunidade seja o reitor nos próximos quatro anos”. No entanto, afirma que este é um momento de “serenidade” e de “responsabilidade” e, enquanto lutarem pela nomeação de Paulo, é necessário que a UFPel “funcione”. O ex-reitor defende que se Isabela não assumisse, abriria a possibilidade de um interventor na Universidade. 

Embora afirme que a chapa tentará reverter a situação, Hallal, em entrevista na RádioCom, já explicou como se dará a gestão. Isabela será a reitora, assinará os despachos, mas nada impede que o professor Paulo presida o Conselho Universitário (Consun) e represente a UFPel em reuniões com professores. “Essa postura que está dentro da legalidade é desafiadora demais para o presidente. Esse desafio é um desafio que eles [bolsonaristas] não sabem lidar.  (...) Eles estão sem chão. Essa é uma decisão da nossa comunidade”.

Conforme o reitor não nomeado, Paulo Ferreira, “a Universidade amanheceu golpeada por um governo federal que foi irresponsável, assim como outras dezenas de universidades”. Ele avalia que, com essa atitude, o Executivo busca gerar conflito, o que não deve ser permitido, e, tendo um método de um governo que não respeita a ordem da lista tríplice, o método de escolha da UFPel é o mais apropriado. Além disso, Ferreira não concorda com a denominação de intervenção e diz que estarão aptos a “fazer muitas realizações na UFPel”.

Segundo conta Isabela, ela estava trabalhando até o momento da nomeação para assumir a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, sob a liderança de Paulo. Ainda, reforçou que toda a equipe construída pela chapa permanecerá a mesma. “Todo cargo público carrega consigo o ônus e o bônus. Não era a minha intenção assumir a reitoria da Universidade, pelo menos não neste momento. Tinha outros planos profissionais e principalmente pessoais. Lamento a decisão pela não nomeação do reitor eleito pela nossa Universidade. Contudo, a partir da minha nomeação, me foi atribuída a tarefa de assumir, principalmente, o ônus de tudo isso. Porém eu não sou eu, somos nós e nós somos um grupo”.

Intervenção é realidade, conforme diretoria da ADUFPel 

Na concepção da diretoria da ADUFPel a situação é outra. A nomeação de uma docente que não encabeçou a lista tríplice e não foi eleita democraticamente pela comunidade universitária consiste em uma intervenção em curso. 

“Nós compreendemos que a não nomeação do reitor eleito caracteriza uma intervenção. Respeitamos a decisão tomada pela gestão, mas não concordamos com a interferência do governo federal na autonomia da Universidade e com o desrespeito ao processo democrático ocorrido através da consulta informal conduzida pelas três entidades representativas da comunidade UFPel e ratificada pelo Conselho Universitário.  Aliás, com diferença significativa entre o primeiro e o segundo nome da lista tríplice. Estamos organizados e não aceitaremos qualquer intervenção”, enfatiza. 

Assembleia docente debaterá assunto

Na próxima segunda-feira,11, a ADUFPel realizará Assembleia Geral virtual para debater exclusivamente a intervenção na UFPel - ações e mobilização.

ANDES-SN repudia não nomeação de primeiro colocado

Em circular encaminhada na última quinta, 7, a diretoria do ANDES-SN manifestou seu repúdio à não nomeação do primeiro colocado da lista tríplice para a reitoria da UFPel. “O ANDES-SN historicamente defende o fim da lista tríplice e a garantia da decisão autônoma em cada Instituição do Ensino Superior. Defende que o processo de escolha do(a)s representantes se inicie e se encerre no âmbito das IES. Nesse sentido, várias ações têm sido realizadas com as demais entidades da Educação em defesa da autonomia e da democracia para exigir que reitor(a) eleito(a) seja reitor(a) empossado(a)!!!”, aponta trecho da nota, que pode ser lida na íntegra no anexo ao fim desta página.
 

Fonte e imagem: ADUFPel

Edição: Bruna Homrich/Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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- Nota de repúdio - Diretoria do ANDES-SN

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