Relatório denuncia: meninas, as principais vítimas de abuso nas escolas
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Atualizada em
05/03/12 13h48m
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Documento da ONU também constata que evasão é maior entre as mulheres
A discriminação de gênero na educação foi foco do relatório inédito apresentado pela Campanha Mundial pela Educação (CME) ao Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, no último dia 29. O estudo mostrou que, embora o número de meninas e adolescentes matriculadas na escola tenha aumentado, elas ainda enfrentam sérios problemas no âmbito escolar. O relatório revelou que a evasão escolar é mais acentuada quando se observa o gênero feminino, como ilustram os dados que apontam para 94% de meninas matriculadas na educação primária e somente 69% na educação secundária.
Em 2011, a Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) revelou que existem cerca de seis milhões de mulheres e meninas fora da escola. No mesmo estudo, constatou-se que, na Bolívia, 30% das adultas não sabem ler ou escrever, contra 5% dos homens. Outros estudos, publicados pelo Equador, Colômbia e México, apontam dados ainda mais representativos dos problemas enfrentados pelas meninas na escola. Somente no Equador, por exemplo, uma em cada quatro estudantes já sofreu abuso sexual, sendo que os agressores, na maior parte das vezes, são professores, vizinhos ou colegas de classe. As maiores denúncias relacionadas a abusos e agressões sexuais provêm das estudantes e, somente na cidade de Bogotá, a Promotoria do país recebeu 542 denúncias, tendo apenas 32 casos resolvidos.
Outro aspecto importante levantado pelo relatório recente do CME é a priorização do estudo para os homens. “O dado sugere que ainda predomina a ideia de que é mais importante educar aos homens e que as mulheres devem ficar em casa cuidando de seus irmãos e fazendo tarefas domésticas”.
As informações coletadas pela CME vieram, em grande parte, de entrevistas realizadas com 509 estudantes e 250 professores/as.
Fonte: Portal Aprendiz
Ilustração: www.anarita.com.br
Edição: Bruna Homrich (estagiária) e Fritz Nunes (SEDUFSM)