Vitória de pesquisadoras: Lattes passa a registrar licença-maternidade
Publicada em
20/04/21 17h49m
Atualizada em
20/04/21 17h52m
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CNPq informou que preenchimento dessa opção está autorizada desde o último dia 15 de abril
Mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a plataforma Lattes é o sistema oficial do Brasil para cadastro de cientistas das diversas áreas do conhecimento. Desde o último dia 15 de abril, o órgão está permitindo, de forma opcional, o preenchimento junto ao currículo Lattes, por parte de pesquisadoras, do registro dos períodos de licença-maternidade. O currículo Lattes é utilizado para registrar os dados e as realizações acadêmicas de estudantes, docentes e pesquisadoras.
A abertura para a inclusão da licença-maternidade é uma demanda de cientistas brasileiras, conforme ressalta o próprio CNPq, ao divulgar a mudança. “Essa evolução tem o objetivo de atender demandas de representantes da comunidade científica e de instituições parceiras desse conselho, sobretudo do Movimento Parent in Science, coordenado pela pesquisadora Fernanda Staniscuaski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que havia protocolado a solicitação no CNPq”, diz a nota do conselho.
O projeto Parent in Science surgiu com o intuito de levantar a discussão sobre a maternidade e a paternidade dentro do universo da ciência do Brasil. Para o movimento, a chegada dos filhos pode causar impacto significativo na produção dos pesquisadores e das pesquisadoras, especialmente das mulheres, com desaceleração na elaboração de artigos, e, com isso, afetar o currículo e gerar desvantagem em relação a colegas. Em 2019, o Parent in Science apresentou um pedido formal ao CNPq.
Com a possibilidade de sinalizar o período da licença nessa nova versão do currículo Lattes, recrutadores, universidades e agências de fomento à pesquisa poderão compreender o motivo da queda na produção científica.
No Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, 50% do total de pesquisadores cadastrados são mulheres. Nos últimos 15 anos, o percentual de mulheres aumentou 7 pontos percentuais.
Desde 2005, o conselho mantém o programa ‘Mulher e Ciência’, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e outros órgãos. A meta do programa é promover a participação de meninas e mulheres na ciência, além de promover pesquisas sobre relações de gênero, mulheres e feminismo.
Fonte: ANDES-SN
Imagens: Parent in science/página no Facebook
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)