Ativista problematiza emissão de créditos de carbono
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Cúpula dos Povos terá um tom crítico às discussões da Rio+20
A emissão de créditos de carbono é extremamente prejudicial à natureza. Tal avaliação foi feita pela integrante do comitê responsável pela organização da Cúpula dos Povos, Graciela Rodrigues, que caracterizou tal política como “perversa”.
Esse mercado de crédito de carbono foi criado a partir do Protocolo de Kyoto de 1997, numa tentativa de compensar as indústrias que não deixariam de poluir, permitindo a elas a compra créditos de terceiros que tenham feito alguma ação e conseguido reduzir as emissões, ainda que em uma localidade geográfica distante. "Definitivamente, esse mercado não é a solução real para evitar mais poluição. A política de emissões da ONU é uma tragédia. Uma indústria não reduz a poluição, e compensa isso pagando para comprar créditos de quem conseguiu reduzir", problematiza Graciela.
Essas questões serão debatidas durante a Cúpula dos Povos, que ocorrerá entre os dias 15 e 23 de junho, paralelamente ao debate promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), Rio+20. Conferindo um tom crítico às propostas que estarão sendo discutidas pelos chefes de Estado na Rio+20, a Cúpula terá a participação de movimentos populares, a exemplo da Via Campesina, que tem Marcelo Durão como representante na comissão organizadora. Ele cita a reforma agrária como um caminho para o desenvolvimento sustentável e vê a Cúpula como um meio para enfrentar "um período de neodesenvolvimentismo que governos de diferentes nações estão querendo implementar". Para Durão, o neodesenvolvimentismo sustenta-se em mudanças nas legislações ambientais e trabalhistas que não beneficiam a população de forma geral.
Graciela assinala o fato de muitos acordos serem assinados e não cumpridos na prática, exemplificando com o caso da Eco92, há 20 anos. Neste próximo domingo, 25, os movimentos que compõem a Cúpula dos Povos irão promover a Caminhada dos Povos, às 14h, no Rio de Janeiro.
Fonte: Portal Vermelho
Ilustração: Clauber Sousa
Edição: Bruna Homrich (estagiária) e Fritz Nunes (SEDUFSM)