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Luta de Domitila Chungara obteve destaque mundial

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Domitila fez greve de fome, nos anos 70, e ajudou a libertar mineiros perseguidos por militares

A CSP Conlutas - Coordenação Nacional de Lutas divulgou nota em seu site lamentando a morte de uma das maiores ativistas da história da Bolívia, Domitila Barrios de Chungara. Ela faleceu no dia 7 de março, em Cochabamba, na casa humilde em que viveu toda a sua vida. Domitila tinha 75 anos e morreu de câncer no pulmão.

Ela foi a principal líder das donas de casa da mina de estanho ‘Siglo XX’ que no final dos anos 70 fizeram uma greve de fome de dez dias e obrigaram a temida ditadura do general Hugo Banzer a voltar atrás e libertar quase uma centena de trabalhadores mineiros, presos por lutarem por melhores salários. Dessa luta surgiu o Comitê de Donas de Casa da Mina Siglo XX e projetou a figura de Domitila em todo o mundo.

Desde então, cumpriu um papel de destaque nas lutas pelos direitos das mulheres e participou como representante das trabalhadoras na Tribuna do Ano Internacional da Mulher reunida no México em 1975. Liderava as mulheres das minas na luta pelo controle do abastecimento das chamadas “pulperías”, os armazéns nos quais os mineiros compravam os alimentos. Domitila também ficou conhecida por falar na poderosa rede de rádios mineiras, chamando os trabalhadores e trabalhadoras a lutar por uma vida digna e contra os temidos coronéis e generais que dominavam o país.

Domitila nasceu na mina 'Siglo XX' e foi criada em Pulacayo, lugar que ficou conhecido porque ali, na Revolução de 1952, na Bolívia, ficaram conhecidas as importantes teses trotskistas que chamavam os trabalhadores a organizar um governo operário e camponês como única alternativa para salvar o país da destruição provocada pelo capitalismo e o imperialismo. Até hoje, as lutas dos homens e mulheres trabalhadoras da Bolívia e de toda a América Latina demonstram que as famosas Teses de Pulacayo guardam sua total atualidade.

Em 2005 Domitila denunciou a burguesia como uma classe “brutal, mentirosa e ladrona” e chamou os pobres a fazerem uma revolução porque “as injustiças não vão durar para sempre”. Também nesse mesmo ano ela saudou a vitória de Evo Morales e do MAS, mas colocou em dúvida seu caráter “revolucionário”. O livro de Moema Viezzer, “Si me dejan hablar”, é uma importante fonte para se conhecer melhor a vida e as ideias de Domitila.

Para o presidente da SEDUFSM, Rondon de Castro, não se pode falar na história dos trabalhadores da América Latina sem deixar de citar a luta de Domitila. “Daqui por diante teremos um motivo a mais para comemorar o 8 de março: será também o momento de lembrar da luta de Domitila Barrios de Chungara”, finalizou Rondon.

Memórias de uma lutadora

“Recordo-me de uma assembléia de trabalhadores,
nas minas da Bolívia, já faz um tempinho, mais de 30 anos: uma mulher
lançou-se entre os homens e perguntou qual é nosso inimigo principal. Escutaram-se
vozes que respondiam: ‘o imperialismo’, ‘a oligarquia’, ‘a burocracia’…
E ela, Domitila Chungara, esclareceu: ‘Não, companheiros. Nosso inimigo principal é o medo, e o levamos dentro de nós.’ Eu tive a sorte de escutá-la. Nunca esqueci”.
(Eduardo Galeano)

Texto: Cecilia Toledo (Site da  CSP Conlutas) e Wikipedia
Foto: desconcertos.wordpress.com
Edição: Fritz R. Nunes

 

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