Ato reivindica julgamento e punição de crimes da Ditadura
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03/04/12 12h49m
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Intervenções chamaram a atenção no cento de Santa Maria
No final da tarde da última segunda-feira, 2, uma atividade chamou a atenção dos que passavam pela Praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria. Ali, em manifestação organizada pelo Comitê Santa-Mariense de Direito à Memória e à Verdade, diversas entidades se uniram para cobrar o julgamento e a punição dos crimes cometidos durante a Ditadura Civil-Militar (1964 - 1985). Estiveram presentes diversos coletivos estudantis, diretórios acadêmicos e alguns partidos políticos.
A data escolhida para a manifestação faz referência aos 48 anos do golpe que depôs o presidente João Goulart e, no último domingo, 1, completou 48 anos. Uma série de atividades semelhantes estão sendo realizadas em outras cidades do Brasil. Na última quinta-feira, 29, um grupo de manifestantes realizou um ato em frente à sede do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro. Na ocasião, militares estavam reunidos no Clube para comemorar o aniversário do golpe. Os manifestantes, do lado de fora, portavam cartazes e gritavam palavras de ordem. A polícia foi chamada e utilizou a força contra a multidão.
Para Rodrigo de Freitas, membro do Diretório Livre do Direito da UFSM e do Comitê Santa-Mariense de Direito à Memória e à Verdade, tais manifestações são importantes para pressionar o governo, sobretudo no que diz a respeito à Comissão da Verdade. Para o estudante universitário, a criação da Comissão da Verdade representa um avanço. Contudo, em alguns pontos é necessário que se avance ainda mais.
“Existe um grande embate. De um lado setores conservadores e do outro a sociedade, pressionando pela memória, pela verdade e pela justiça. O governo, por ainda ter muitos meios conservadores, não consegue avançar. Por isso a importância de fazermos pressão”, ressalta Rodrigo de Freitas.
Intervenções lembram os torturados
Na atividade dessa segunda-feira, em Santa Maria, cartazes foram postos ao chão e chamaram a atenção dos passantes. Nos cartazes, as faces de muitos militantes políticos presos, torturados e mortos pelos órgãos de repressão do regime. Muitas das fotos, inclusive, mostram militantes políticos desaparecidos até hoje.
Ao microfone foram lidos relatos de torturas que chocaram os presentes. Em outro momento, uma lista com as práticas de tortura utilizadas durante regime foi lida. Durante esse tempo, uma encenação era realizada em meio aos presentes. Nela, um militar torturava três pessoas amarradas no centro da cidade. A cena chamava a atenção e comovia.
Atuação em Santa Maria
O Comitê Santa-Mariense de Direito à Memória e à Verdade foi fundado em 2011 por iniciativa de alguns diretórios acadêmicos da UFSM. Segundo Rodrigo de Freitas, o Comitê tem o objetivo de defender a Comissão da Verdade, exercendo pressão para que essa possa efetivamente julgar e punir pelos crimes cometidos durante a ditadura. “A importância dessa pressão, de trazer a verdade sobre os crimes cometidos, é para que os regimes autoritários nunca mais estejam em pauta na sociedade”, conclui o estudante.
Hoje, o Comitê é formado pelo Diretório Livre do Direito (DLD), Diretório Acadêmico do curso de Arquivologia (DACAR), Diretório Acadêmico Quilombo dos Palmares – História (Daquipalm), Diretório Acadêmico da Filosofia (DAFIL), Diretório Central dos Estudantes – UFSM (DCE), SEDUFSM e ASSUFSM. A participação é aberta a todos os interessados.
Texto e Fotos: Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM