Tentativa de criminalizar pesquisa mobiliza docentes SVG: calendario Publicada em 10/04/12 19h03m
SVG: atualizacao Atualizada em 10/04/12 19h03m
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Fazendeira abre processo contra mestrando

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A abertura de um processo judicial contra um docente e contra a Universidade Federal do Pará (UFPA) coloca em debate a autonomia na pesquisa científica. O professor da Faculdade de Geografia e Cartografia, Enéias Barbosa Guedes, juntamente com a referida instituição, são réus em processo aberto pela fazendeira Eva Maria Daher Abufaiad. Eva alega ter se sentido humilhada na tese de mestrado do geógrafo. Os danos morais, segundo a fazendeira são fruto da inclusão e caracterização da fazenda de sua família no trabalho.

No processo há destaque para os trechos: “(…) Essas vilas limitam-se ao norte, com a fazenda Caju-Una (propriedade da família do Sr. Alacid Nunes), ao Sul, com a fazenda Bom Jesus, a leste com a Baia do Marajó: e oeste, com as terras do patrimônio da união arrendadas pela família Abufaiad, constituindo em grande latifúndio no município, terras que hoje essa família diz lhes pertencer (Grifo nosso).

“Há, ainda, os conflitos envolvendo fazendeiros criadores de búfalos e os moradores vizinhos. Tais conflitos são frequentes, pois nos campos naturais de Soure existem grandes lagos, concentrando espécies de peixes de água doce que sempre foram explorados pelas populações locais. Não obstante, a intensificação da criação de gados bufalinos vem destruindo esses territórios de pescadores, pois a natureza do próprio búfalo provoca erosão, diminuindo as possibilidades da pesca de subsistência das populações locais. Fato que provoca intensos conflitos como os que ocorrem na fazenda da proprietária Eva Abufaiad. Essa proprietária contrata seguranças para vigiar os lagos e córregos de água da sua fazenda, impedindo a pescaria das coletividades ceuenses e cajuunense que historicamente sempre exploraram esses territórios. É a propriedade privada privando os humanos de suprir suas necessidades de existência materiais.”

Em nota, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia, Prof. Dr. João Santos Nahum, repudia a abertura do processo, caracterizando-o como uma tentativa de amordaçar as pesquisas científicas e judicializar os pesquisadores. Ao final da nota, a pergunta é lançada “A quem e a que serve a ciência?” e o apoio de outros pesquisadores é solicitado.

O pesquisador é um agente social que propicia o elo entre academia e sociedade, sendo assim, o presidente da SEDUFSM, Rondon de Castro, diz que o sindicato coloca-se ao lado do Prof. Enéias e de todos os outros docentes que enxergam nos estudos acadêmicos importantes ferramentas de análise e transformação da sociedade. A SEDUFSM repudia práticas de censura ou criminalização das pesquisas, entendendo que essas comprometem o conhecimento socialmente construído e referenciado.

Fonte: Combate ao racismo ambiental
Foto:Universidade Federal do Pará
Edição:Bruna Homrich (estagiária) e Rafael Balbueno (SEDUFSM)
 

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