Herói da revolução argelina morre aos 96 anos
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Atualizada em
12/04/12 16h00m
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Ahmed Ben Bella faleceu nesta quarta-feira
Herói da revolução argelina contra o colonialismo francês, também primeiro presidente da Argélia, Ahmed Ben Bella, faleceu nesta quarta (11) aos 96 anos. Ela sofria de uma doença duradoura não informada pelos seus familiares. Ben Bella foi um dos fundadores da Frente de Libertação Nacional (FLN), que lutou pela independência do país. Ele chefiou a Argélia após a proclamação da independência do país da França. Em 1964 ele recebeu o título Herói da União Soviética e no mesmo ano recebeu o Prêmio Internacional Lênin “Pelo fortalecimento da paz entre povos”.
Líder carismático, símbolo da ideologia pan-arabista assim como do movimento anticolonial, Ben Bella foi presidente da Argélia de 1963 até 1965, período em que nacionalizou a indústria e se tornou um paladino do anticolonialismo no Terceiro Mundo. Entretanto, após três anos, ele foi deposto por Houari Boumediene, então ministro da Defesa, da ala militar do movimento pela independência. Esse fato estabeleceu um padrão, ainda vigente, de influência militar sobre a vida política argelina.
Ben Bella ficou preso até 1980. Depois ele seguiu para um exílio na Suíça até retornar ao país em 1990. Nos últimos anos de vida, ele liderou o Partido do Movimento para a Democracia na Argélia, de oposição, que disputou as eleições de 1991 e obteve cerca de 2% dos votos.
Seu partido foi banido em 1997, mas ele continuou vivendo no país, atuando como ativista e condenando as políticas conduzidas pelos governantes. Ben Bella estave presente quando o atual presidente Abdelaziz Bouteflika foi empossado para seu terceiro mandato, em abril.
Nascido no dia de Natal em 1916, Ben Bella cresceu em Marnia, na fronteira entre a Argélia e o Marrocos. No fim da adolescência, ele se juntou ao Exército francês e chegou ao posto de subtenente sênior antes de seguir para a política.
Distância histórica
No início de 2009, o professor do departamento de Extensão Rural da UFSM, José Marcos Froehlich, esteve durante um mês em terras argelinas em virtude de um projeto envolvendo o Brasil e aquele país, através da universidade. Conforme o professor, apesar de Ben Bella estar colocado no panteão dos heróis nacionais, as diversas conflagrações internas, com a divisão de grupos religiosos, e a postura sempre presente dos militares, faz com que a história do líder seja colocada de uma forma um tanto quanto longínqua nos dias atuais.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do Vermelho e Voz da Rússia
Foto: www.newspano.com e www.tributes.com
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM