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Dados governamentais mostram queda de representatividade

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CSP Conlutas cresce entre sindicatos que se recusam a se atrelar a governos

No ano passado, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) registrou 141 sindicatos a mais no Ministério do Trabalho, e essas entidades contam com 101,3 mil trabalhadores sindicalizados. Ao todo, a CUT conta agora com 2,1 mil sindicatos registrados com 2,4 milhões de sócios - segundo o índice de representatividade criado pelo governo, que cruza o número de sindicatos filiados e dos trabalhadores a eles associados, a CUT representa 36,5% do movimento sindical. A parcela, ainda majoritária, caiu. Um ano atrás, a CUT representava 38,3%.

O primeiro ano do governo de Dilma Rousseff foi de crescimento de outras centrais sindicais. A Força Sindical, segunda maior do país, e que se caracterizou, assim como a CUT, como uma central que atuou como linha auxiliar do governo nos dois mandatos do presidente Lula, chegou a 1,7 mil sindicatos no ano passado, e 982 mil sócios - 14,4% de representatividade. O aumento, de apenas 0,3%, foi um pouco inferior ao registrado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que fechou 2011 com 553 sindicatos e 574,9 mil sócios.

As entidades que mais cresceram foram a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), de 2,4 pontos percentuais e 1,3 ponto percentual, respectivamente. Em 2011, a UGT, considerada a terceira maior central do país, entrou no radar político partidário, depois que seu presidente, Ricardo Patah, se filiou ao PSD, criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Patah fundou a ala sindical do partido, o PSD Movimentos. A UGT responde por 10,3% do movimento sindical, com quase 1,1 mil sindicatos e 700 mil sócios.

Conlutas

Os dados divulgados pela imprensa ou em sites vinculados a partidos políticos como o Portal Vermelho referem-se ao decréscimo da CUT, ao crescimento de outras centrais, mas nada relacionam da Central Sindical e Popular (CSP Conlutas), que surgiu embrionariamente em 2004 apenas como Conlutas e se consolidou como central sindical em 2008. Em contato com a CSP Conlutas, ao qual o ANDES-SN é vinculado, obtivemos alguns números atualizados até 2011 sobre a entidade.

Conforme as informações fornecidas por Alexandre Lopes, da assessoria política da CSP Conlutas, a entidade abrangia até ano passado 200 entidades e movimentos de caráter sindical, popular e estudantil. Entre as entidades sindicais, 79 delas registradas e com cadastro ativo no Ministério do Trabalho e Emprego e, cerca de outras 80 em fase de atualização de registro. Isso totalizava, conforme balanço da CSP Conlutas, cerca de 2 milhões de trabalhadores, o que coloca a central entre as maiores do país, mesmo que haja omissão das demais centrais , da imprensa e do governo.

Para o presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro, que no início de 2012 foi um dos articuladores da criação da CPS Conlutas, em Santa Maria, o declínio da CUT já era esperado, pois os trabalhadores começaram a perceber que a central passou a atuar como um braço do governo, contra os interesses dos trabalhadores. Em relação à CSP Conlutas, Rondon ressalta que a tendência é de crescimento da central, pois a entidade se caracteriza não apenas pela combatividade no meio sindical, mas também por abrigar lutas mais amplas como a dos sem-terra e dos estudantes.

Governismo e ‘peleguismo’

Para o diretor da SEDUFSM e professor de Economia da UFSM, Sérgio Prieb, o enfraquecimento da CUT é um processo natural em função de dois fatores principais: em primeiro lugar, devido à postura governista que a entidade assume desde o primeiro governo Lula, indo muitas vezes contra o próprio interesse dos trabalhadores de maneira geral e dos trabalhadores do serviço público de maneira mais incisiva. Em segundo lugar, destaca Prieb, pelo fato de que tem ocorrido uma ampliação do número de centrais sindicais, algumas dissidentes dentro do próprio campo governista, o que acaba por enfraquecer a CUT.

Ricardo Rondinel, ex-presidente da SEDUFSM e também professor do curso de Economia da UFSM, destaca que colocar uma entidade sindical a serviço de qualquer governo é “uma traição”. Ele vê a situação da CUT/PT similar com a do México, onde um partido (PRI) implementou o “peleguismo” com consequências desastrosas para os trabalhadores.
Rondinel avalia que é preciso lutar contra o peleguismo no meio sindical e uma das ferramentas de luta é a redução do número de cargos de confiança no setor público. “Os cargos de confiança são usados no setor público para atrair e corromper as lideranças sindicais”, sentencia o professor.

Texto: Fritz R. Nunes com informações do Portal Vermelho
Foto: Site da CSP Conlutas
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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