Assembleia docente mantém indicativo de greve
Publicada em
10/05/12 18h40m
Atualizada em
279 Visualizações
Categoria volta a se reunir na próxima quarta-feira
Em assembleia ao final da manhã desta quinta, 10, coordenada pelo presidente, Rondon de Castro, e pelo vice, Julio Quevedo, os docentes da UFSM decidiram manter o Indicativo de Greve aprovado no último encontro (dia 19 de abril), mas sem uma data determinada. Em âmbito nacional, no sábado, 12, haverá reunião do setor das federais do ANDES- Sindicato Nacional dos Docentes, para avaliar o quadro conjuntural, tendo em vista que outras universidades aprovaram greve para o dia 17 de maio. E, na terça, 15, os representantes do ANDES se reúnem com os negociadores do ministério do Planejamento para buscar algum avanço no debate da reestruturação da carreira, já que a negociação encontra-se estagnada.
A Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM) já convocou nova assembleia para a próxima quarta, 16, a partir das 15h30min, no auditório Sérgio Pires. O objetivo da plenária será reavaliar o indicativo de greve com base nas decisões nacionais. Dentre os 30 presentes ao encontro desta manhã, houve unanimidade em relação a manter-se em assembleia permanente. Esse instituto permite que o sindicato convoque assembleia a qualquer momento, sem necessidade de publicação de edital.
Na avaliação de inúmeros professores, os motivos para a realização de uma greve estão suficientemente colocados, tendo em vista que faz alguns anos que a categoria não recebe a reposição inflacionária e sequer data-base possui. Entretanto, o próprio acúmulo de trabalho em uma universidade hoje caracterizada pelo “produtivismo” impede que muitos sequer tenham tempo de pensar em mobilização. “Precisamos ampliar a ação do sindicato, trazer os novos professores e sensibilizar os lutadores de outras greves”, ressaltou João Batista Paiva, veterano docente do Centro de Tecnologia e também participante de todas as greves dos últimos 20 anos.
A insatisfação que está praticamente empurrando a categoria para um movimento paredista está centrada em dois eixos básicos: 1- O não cumprimento do acordo assinado com o governo, em agosto de 2011, que previa um pequeno ajuste salarial de 4% e a incorporação da Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas), ambos no mês de março; 2- E a não conclusão do debate para a consecução de uma proposta de reestruturação da carreira, que estava prevista para o final de março.
No que se refere ao reajuste e à incorporação da Gemas, ambas as situações estão contempladas no projeto de lei (PL) 2203/11, que tramita na Câmara e ainda não foi votado. Depois que foram apresentadas 182 emendas ao PL, o relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO) convocou uma audiência pública para tratar do tema, que está marcada para o dia 21 de maio, o que deve postergar mais ainda sua aprovação e implementação.
Amplia-se a insatisfação também pelo fato que, no âmbito dos servidores federais, a negociação com o governo sobre uma pauta mais ampla, que inclui retirada de projetos que afetam direitos do funcionalismo, e uma reposição salarial de 22% a partir de cálculos do DIEESE, já foi recusada pelo governo. O secretário de Relações Sindicais do ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, declarou que qualquer negociação que repercuta em aumento de despesas será feita somente para 2013 ou 2014. Todavia, o Fórum das Entidades dos Servidores, do qual participa o ANDES-SN, já apontou indicativo de greve para o mês de junho.
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM