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Névoas, aromas e educação

22/10/2007

Luiz Carlos Nascimento da Rosa
Professor aposentado do departamento de Metodologia do Ensino do CE

Manhã de sábado. Mês de agosto. A “Boca do Monte” estava encoberta por um manto branco e frio. A névoa gelada fazia um instigante convite para ficarmos bem protegidos em nossas confortáveis camas e enrolados em nossos macios cobertores. Não. Tomamos uma atitude de muita coragem e rompemos com as amarras sedutoras da preguiça e nos dirigimos para a Escola “Paulo Lauda”, no conjunto habitacional “Tancredo Neves”, a fim de problematizar a Educação em Química, mediados pela temática do Cheiro. Como é muito comum em nossas práticas sociais educativas, arrombamos com os muros da universidade e fomos fazer um diálogo pedagógico com aquela comunidade escolar. Naquela manhã fria de agosto, estávamos interessadíssimos em discutir conhecimento com nossos pares. Encontramos professoras ávidas por discussões sobre o ato de educar. Encontramos mulheres com dupla jornada. Educadoras profissionais e mães apaixonadas. Aconchegante demostrou-se a escola. Simpáticas, solidárias e afetivas configuraram-se suas professoras. Naquela manhã gelada de agosto, o Mestre Alceu, com a elegância que lhe é peculiar, abriu sua “caixa de ferramenta” e foi, vagarosamente e com muito trato pedagógico, distribuindo seus vidrinhos, cobertos com papel escuro, para que as amigas professoras fossem identificando seus diferentes aromas. Cheiro de café! Dizia uma professora com seu frasquinho bem próximo de seu lindo narizinho. Aroma de baunilha! Dizia outra colega, entusiasmada com seu despretensioso potinho. Franzindo a testa e afastando o vidrinho para longe de suas narinas, com uma “cara de nojo”, outra professora dizia: que horror, aqui nós temos um cheiro horrível de naftalina! Um dos elementos do planejamento, que preparamos para trabalhar com as professoras, era problematizar os conceitos de fórmulas, moléculas, substâncias e o mecanismo químico e fisiológico do cheiro. Cumprimos nossa tarefa. Chegamos, com as professoras, na configuração molecular e no mecanismo cerebral de identificação do mundo complexo e diverso dos aromas. Do frio mundo das fórmulas e dimensões moleculares, atingimos o afetivo, aconchegante e estético mundo da memória cultural. Falamos de fogões a lenha e o prazeroso gosto dos banquetes que nossas mães preparavam. Com o auxílio da informática trabalhamos com a noção de sentido, tamanho e proporção. Dos milhões de quilômetros das distâncias dos astros, no cosmo, aportamos no micromundo das moléculas e partículas. Inventemos outras temáticas. Trabalhemos com outros conhecimentos. O que importa é rompermos com as individualidades narcísicas que insistem se fazer presente em nosso mundo do tempo presente. (Artigo publicado no jornal A Razão de 22 de outubro de 2007)


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