Aproveite-a enquanto puder SVG: calendario Publicada em 01/10/2020 SVG: views 488 Visualizações

A vida parece mais sem sentido durante a pandemia? O sofrimento pode ser um estímulo para encontrarmos o sentido da vida? O escritor francês Émile Zola diz que “o sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito”.

Sem dúvida, o sofrimento pode ser um atalho para encontrarmos o sentido da vida. A logoterapia, criada pelo psiquiatra austríaco Viktor Frankl, pode ajudar a lidar com o sofrimento. A logoterapia – abordagem psicológica que busca o sentido da vida – propõe três caminhos para encontrarmos o sentido da vida: valor de criação, valor de vivência e valor de atitude.

  1.  Valor de criação: (realizar sentido a partir do que deixamos no mundo. Qual a sua marca? Qual será a sua obra?). Os valores de criação não significam realizar grandes obras e mudar o mundo a partir de uma ação, mas sim o amor e o carinho dedicados em simples ato cotidiano.
  2. Valor de vivência: (realizar sentido a partir do que recebemos do mundo). De acordo com o site Rede Psi: “Para Frankl, os valores vivenciais são aqueles que se realizam na experiência sensível vital. Por exemplo, na contemplação da natureza ou da arte. Apreciar, pelo senso estético o entorno, poderá estar para além de qualquer fazer e conduta, de qualquer realização de valores através da atividade. A vivência de um homem, amante da música, que ouvindo um concerto precisamente na sequência de compassos mais tocantes da obra, vive uma forte emoção diante da beleza pura daqueles sons. Se neste exato momento lhe perguntarmos se sua vida tem sentido, ele poderá perfeitamente dizer que valeria estar vivo nem que fosse somente por aqueles poucos instantes de encantamento musical”.
  3. Valor de atitude: (realizar sentido frente ao sofrimento inevitável). Conforme o site Rede Psi: “Para Frankl o sentido da vida se revela também por valores que não sejam especialmente fecundos de criatividade (criação) ou de riquezas vivenciais. Frankl os chama de valores de atitude, e cita como exemplo, indivíduos, que vivendo sob grandes limitações impostas por doença e sofrimento, ainda assim, adotam diante desta infeliz situação uma atitude corajosa diante da dor, de dignidade diante de um destino desafiador”.

O sentido da vida é individual

Muitos terapeutas opinam que ao invés de fazermos perguntas para a vida, é mais produtivo responder as perguntas que a vida nos faz. De fato, o sentido da vida é individual. E o formidável é que durante a nossa existência, teremos visões distintas quanto ao sentido da vida. “É uma espécie de chamado para produzirmos o melhor possível em nós mesmos e no mundo, percebendo e realizando sentido em cada situação”, afirma Sibele Oliveira em colaboração para o VivaBem.

Por exemplo, em diferentes estágios da minha vida: já fui mais idealista; em outras circunstâncias, mais realista; e vivi alternâncias pendulares entre o otimismo e o pessimismo. Atualmente, penso como o poeta português Fernando Pessoa: “Às vezes ouço passar o vento, e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

Pesquisa da revista britânica Journal of Humanistic Psychology

Nessa linha, a revista britânica Journal of Humanistic Psychology dirigida por Richard Kinnier, da Universidade do Arizona (EUA), realizou uma pesquisa extraordinária, em 2019, acerca do sentido da vida. 

O estudo partiu da análise de frases e escritos de 200 pensadores - do escritor Oscar Wilde ao imperador Napoleão.

Conforme a pesquisa, para os pessimistas como Freud, o criador da psicanálise, e o escritor Franz Kafka, a vida não tem sentido.

Para outro grupo, formado por pessoas como Napoleão e o físico britânico Stephen Hawking, a vida é um mistério.

Para o cantor Bob Dylan, a existência não passava de uma "piada".

Já os idealistas diziam o que vale é "amar, ajudar os demais".

Por fim, a pesquisa conclui num tom de “carpe diem” que "a vida é pra ser desfrutada". E como dizia a inesquecível Janis Joplin, "aproveite-a enquanto puder".

 

Fonte: https://www.redepsi.com.br/tag/viktor-frankl-logoterapia26/

Sobre o(a) autor(a)

SVG: autor Por José Renato Ferraz da Silveira
Professor do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

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