Política de Bolsonaro para combustíveis repete a de Temer, diz caminhoneiro SVG: calendario Publicada em 24/05/19 17h28m
SVG: atualizacao Atualizada em 24/05/19 17h43m
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Evento organizado pela Sedufsm no dia 13 de maio também debateu educação e greve geral

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A política do governo Bolsonaro para os combustíveis e para a Petrobras é equivocada, e repete o que fez o governo de Michel Temer. A avaliação é Carlos Dahmer, do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos) de Ijuí. Ele participou do debate na noite de segunda (13 de maio) no plenário da Câmara de Vereadores de Santa Maria promovido pela Sedufsm, que abordou "A greve dos caminhoneiros e da Educação na construção da Greve Geral”. Além de Dahmer, também esteve presente a professora Rejane de Oliveira, ex-dirigente do CPERS e da diretoria nacional da CSP-Conlutas. A coordenação ficou a cargo do presidente da Sedufsm, professor Júlio Quevedo. A abertura da atividade teve a presença da professora Maria Rita Py Dutra, fazendo alusão à data histórica de 13 de maio, abolição da escravatura em 1888.

Na exposição realizada pelo dirigente do Sinditac foi feita uma rememoração da luta dos caminhoneiros, que vem de longe. Dahmer, que atua com transporte desde 1988, historicizou que um dos movimentos da categoria que alcançou grande força ocorreu em 1999, ainda no governo do presidente FHC (PSDB). Depois vieram alguns movimentos durante os governos Lula e Dilma, mas acordos feitos, que, segundo ele, não foram cumpridos integralmente. Em 2015, destacou que houve um movimento forte, que reivindicava o piso mínimo do frete. Infelizmente, frisou o sindicalista, o ministro Miguel Rossetto, do governo Dilma, preferiu ficar ao lado do agronegócio.

Em 2018, com uma greve que conseguiu parar o Brasil, Carlos Dahmer assinala que o grande mérito da gestão do presidente Michel Temer foi ter conseguido unificar as diversas entidades de caminhoneiros. Apesar do êxito em algumas das reivindicações dos trabalhadores do transporte, o principal não foi alcançado, que seria a revisão da política de preço dos combustíveis. No entendimento do sindicalista, nem todos têm a percepção de que essa política de preços tem a intenção clara de destruir para depois privatizar a Petrobras.

A avaliação de Carlos Dahmer é que, diante do quadro de deterioração econômica, e da não implementação de todas as reivindicações dos caminhoneiros, mais ou cedo ou mais tarde haverá uma nova greve. Para ele, a política neoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia) levará a uma nova mobilização. O presidente do Sinditac admite que as resistências a confrontar o atual governo tem, sim, relação com o apoio que muitos caminhoneiros deram a Bolsonaro no processo eleitoral. Entretanto, diz ele: “precisamos descontruir o mito”.

Concepção de sociedade

Rejane dos Santos, que já atuou por bons anos à frente do Centro dos Professores do RS (Cpers Sindicato), e que hoje ocupa posto importante na direção nacional da CSP-Conlutas, fez uma fala inicial conceituando de certa forma o que seria o governo de Jair Messias Bolsonaro. Para ela, um governo de ultradireita que prima por ataques à educação e aos direitos da classe trabalhadora.

A dirigente sindical elencou algumas das iniciativas governamentais que sustentam seu argumento de que os ataques são implementados nos mais diferentes eixos. Alguns exemplos:

- Lei da Mordaça (projeto Escola Sem Partido), que é incentivada pelo governo e por sua base parlamentar;

- Corte de verbas da educação (tanto na graduação, como na pós-graduação);

- BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que impõe uma desvalorização nas áreas sociais e de humanidades;

- Reforma da Previdência, que atinge todas e todos, mas que penaliza especialmente mulheres, e as mulheres negras em particular. Segundo Rejane, 60% das mulheres negras são chefes de família.

A sindicalista argumenta que o projeto que tramita na Câmara Federal, não se limita a reformar a previdência. Na verdade, segundo ela, explicita uma concepção de sociedade, rompendo com uma visão de solidariedade entre gerações, e aderindo uma visão individualista e que tem como base apenas o mercantilismo financista.

Resposta da sociedade

 Para Rejane, a resposta que pode se dar a essa série de ataques é através da organização de trabalhadoras e trabalhadores, a mobilização, e a construção de uma greve geral, como a que já está programada para 14 de junho. A dirigente da CSP-Conlutas ressaltou que a greve, apesar das críticas de alguns setores, continua sendo o maior instrumento de luta da classe trabalhadora. A greve cessa o lucro e isso obriga os patrões a negociar, destacou. Na avaliação dela, o trabalho a ser feito é de formiguinha, buscando conscientizar as pessoas que ainda não se deram conta em relação ao projeto nefasto do governo Bolsonaro. A própria queda da popularidade do Presidente demonstra que é possível avanças na consciência crítica, frisou.

(MAIS FOTOS ABAIXO, EM ANEXO)

Acompanhe também a íntegra das palestras a seguir.



Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Rafael Balbueno e Fritz R. Nunes

Vídeo: Rafael Balbueno
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

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