CESMA debate os 50 anos do lendário festival de Woodstock Publicada em
Atualizada em 01/10/19 17h12m
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Na última sexta-feira, 27, aconteceu o evento ‘Ventos Woodstock, 50 anos de som e (contra)cultura’, no auditório da Cooperativa de Estudantes de Santa Maria (CESMA). Com a presença de professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o evento teve como objetivo falar sobre o aniversário de 50 anos de realização do festival, um marco da contracultura que ecoa até os dias de hoje.

Mediado pelo professor do departamento de Extensão Rural da UFSM, que também atua no programa de pós-graduação das Ciências Sociais, José Marcos Froehlich, o evento iniciou com falas da professora do departamento de História Nikelen Witter, que abordou o tema “Woodstock: ventos da história e o momento presente”. Pesquisadora de história contemporânea, a professora trouxe para o painel um debate acerca da importância do festival e o que dele emergiu, visto ter sido um evento realizado no pós-guerra e no auge da Guerra Fria. Para Nikelen o festival significou uma mudança na maneira de se portar perante o momento histórico, reivindicando a paz, o amor, a liberdade. Outro apontamento feito foi em relação a uma mudança ao modo de vestir, falar, socializar com outro.

Pela primeira vez, a juventude cria uma identidade própria, que contraria os padrões até então estabelecidos. Essa mudança no “ser jovem”, de acordo com a professora, existe até hoje. A busca por mudança, até mesmo em relação a jovens conservadores, se mostra presente. A juventude que viveu o Woodstock tentou ser diferente daqueles que foram para a guerra, tentou lutar de maneira pacífica, falando sobre amor, vestindo roupas coloridas e flores no cabelo. A professora destacou também a rapidez de como a história se dá, visto que uma década antes do festival acontecer, a maneira do jovem se vestir, falar, se relacionar com o outro, era extremamente diferente.

Outro tema debatido foi “Ventos da (contra)cultura e comunidades alternativas”, trazido pela professora do departamento de Ciências da Comunicação, Veneza Ronsini. O tema surgiu do novo objeto da pesquisa realizada pela professora, que trata sobre comunidades alternativas. Fazendo um paralelo com o festival, a professora apresentou comunidades alternativas que conheceu no Brasil e, a partir da exposição, discutiu a respeito da crescente busca de pessoas por essas comunidades, que pretendem uma rotina diferente, com atitudes ecológicas, um maior distanciamento das redes e uma maior coletividade. Outra discussão levantada por Veneza foi a utilização das redes como um instrumento de divulgação dessas comunidades, do que nelas é produzido e seus ideais.

O rural e a proximidade com a natureza

Ao fim, Froehlich falou sobre o tema “Woodstock: festivais de rock no rural contemporâneo”, em que buscou tratar a respeito de festivais de música que acontecem na região e que têm como objetivo essa proximidade com a natureza, com o meio rural e, também, com debates ligados à ecologia, liberdades, proximidade com outras pessoas, características herdadas do Woodstock. Dentre os festivais, o professor citou o ‘Morrostock’, que acontece na região de Santa Maria; Pira Rural, de Ibarama, e Psicodália, realizado na Cidade de Rio Negrinho, em Santa Catarina.

Finalizando cada tema, abriu-se um momento para discussão em que o público pode contribuir, fazer questões e contar um pouco de suas percepções a respeito do legado de Woodstock.
 

Texto e foto: Amanda Xavier (estagiária de jornalismo)

Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)