28 de abril: dia de memória às vítimas de acidentes e doenças de trabalho
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Atualizada em
27/04/20 12h49m
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Este ano, CSP-Conlutas homenageia e cobra proteção a trabalhadores de serviços essenciais
O 28 de abril é conhecido como Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Este ano, frente a pandemia do coronavírus, a CSP-Conlutas homenageia os trabalhadores e trabalhadoras que perderam suas vidas por estarem na linha de frente do combate à pandemia. Mas a central aproveita a data também para exigir:
- Isolamento social, com licenças remuneradas, para os trabalhadores dos serviços NÃO essenciais, e estabilidade no emprego;
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Investimentos urgentes para o setor da saúde pública com valorização dos profissionais;
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos os profissionais dos serviços essenciais, principalmente para os profissionais da saúde; -
Contratações de mais profissionais da saúde;
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Redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, para os trabalhadores dos serviços essenciais;
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Testes para todas as pessoas com sintomas do Covid-19;
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Atendimento gratuito e de qualidade em todo serviço de saúde privado. Fora Bolsonaro e Morão e toda essa corja!
Para garantir tais exigências, a CSP-Conlutas defende a criação de Comitês de Organização de Base nos locais de trabalho. “Precisamos impedir o trabalho sem a menor segurança, exigir EPI’s e condições de trabalho, não vamos aceitar assédio moral de chefias, e vamos avançar na solidariedade entre os trabalhadores”, aponta a central.
Trabalhadores da saúde
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 22.073 profissionais da área da saúde foram contaminados pelo novo coronavírus em mais de 50 países. Ainda de acordo com a OMS, destes trabalhadores infectados, 3,8% se concentram na China; 14%, na Espanha; e 11% na Itália, onde 60 médicos morreram até então. Nos Estados Unidos essa porcentagem fica entre 16 e 28% de profissionais contaminados.
No Brasil, cerca de 7 mil trabalhadores da saúde já foram afastados por suspeita de estarem com a COVID-19. Dos que foram testados, 1,4 mil deram positivos para a doença e pelo menos 18 morreram. Esses dados podem ser bem maiores, já que nem todos os trabalhadores estão sendo devidamente testados.
Segundo projeção do Conselho Nacional de Saúde, pelo menos 365 mil trabalhadores de saúde brasileiros (10% de todo o corpo de trabalhadores atuantes no país) podem ser infectados pela doença.
As longas horas de trabalho desses trabalhadores aliados com a sobrecarga de trabalho também potencializam a exposição para contrair a doença. Essa contaminação poderia ter sido evitada caso esses trabalhadores tivessem acesso aos equipamentos de proteção e aos testes para a Covid-19.
“Os trabalhadores que estão nos serviços essenciais correm mais risco, mas principalmente os profissionais de saúde, que fazem o atendimento direto aos doentes que estão com o novo coronavírus, que sofrem não apenas os riscos pela exposição, sem o devido equipamento, mas também os psicossociais, como a depressão e o stress. Então, é importante, neste momento, que esta data seja resgatada no sentido de valorização dos trabalhadores da saúde”, defende a trabalhadora da Saúde e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Rosália Fernandes.
Outras categorias em risco
Para além dos trabalhadores da saúde, outras categorias das chamadas áreas essenciais, entre as quais profissionais da coleta de lixo, funcionários em supermercados, drogarias e farmácias, dos transportes coletivos, da construção civil, também estão expostos ao adoecimento sem a devida proteção.
“Boa parte da patronal também não respeita o isolamento social, nas indústrias, nos setores metalúrgicos e na construção civil, mineração e vários outros. Os trabalhadores e as trabalhadoras vão aglomerados em ônibus, vans etc. e no local de trabalho tem mais aglomeração, o que coloca a todos em risco de contaminação”, aponta o integrante do Setorial de Saúde das Trabalhadoras e Trabalhadores da CSP-Conlutas, Jordano Carvalho dos Santos.
Fonte e imagem: CSP-Conlutas
Edição: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm