Entidades criticam mudança em boletim epidemiológico da Prefeitura
Publicada em
Atualizada em
15/07/20 12h37m
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Dirigente do CMS e vereador pedem “transparência”. Executivo fala em otimizar dados sobre Covid-19
A publicação da notícia de que a Prefeitura de Santa Maria, em seu boletim epidemiológico diário, não está mais registrando o número de internados com a Covid-19, gerou repercussão bastante negativa em alguns setores ligados à saúde. Marian Noal Moro, presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), afirmou à assessoria de imprensa da Sedufsm que essa medida representa uma “quebra na transparência” por parte do Poder Público Municipal. Na mesma linha, o vereador Valdir Oliveira (PT), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo, diz que irá chamar uma reunião extraordinária para tratar do assunto, considerado grave por ele.
Em matéria publicada no site do jornalista Claudemir Pereira, na noite desta quinta (18), está registrado que o Executivo justificou que a medida representa uma nova postura visando à unificação dos dados, “visto que o horário de atualização dos leitos por parte da Vigilância em Saúde influenciava nos números e gerava divergência entre as informações do Município e do Estado”. Dessa forma, a prefeitura pretende “dar mais transparência e precisão aos números informados”.
Acrescenta ainda o comunicado oficial que “como o site do Governo do Estado traz informações mais detalhadas sobre os leitos e sobre o panorama da macrorregião de Santa Maria, bastando pesquisar pelo nome da cidade ou da instituição hospitalar, ele será referência para o Município a partir de agora. Apesar dessa explicação, a reportagem do portal assinala que “embora o portal estadual com os dados da covid-19 seja mais detalhado que o Boletim Epidemiológico Municipal, a pesquisa dos números locais de hospitalizados tornou-se mais complexa”.
Transparência
Quem também critica as mudanças anunciadas pela prefeitura é a ex-secretária de saúde na gestão petista de Valdeci Oliveira, enfermeira Sueli Goi Barrios. No entendimento dela, em um momento de crise sanitária, de uma pandemia, cabe ao gestor público o máximo de transparência. Para ela, a questão de deixar para o governo do estado divulgar os números das internações, pois isso garantiria mais “precisão” não se justifica. “Cabe a eles (da saúde da prefeitura) se organizarem para informar dados precisos. A população de Santa Maria precisa ter de forma muito acessível todos os dados da pandemia do Coronavírus”, frisa Sueli.
O presidente da Comissão de Saúde, Valdir Oliveira (PT), contatado pela assessoria da Sedufsm, ressalta que tem havido uma certa dificuldade em inserir os próprios parlamentares no trabalho de acompanhamento da epidemia na cidade. Segundo ele, a comissão queria indicar um integrante para compor o gabinete de crise do município. No entanto, segundo o petista, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) aceitava somente se fosse indicado um parlamentar-médico. Oliveira diz que a Câmara não aceitou o que seria uma imposição e a comissão acabou indicando o vereador Vanderlei Araújo (PP). Valdir Oliveira enfatiza que chamará uma reunião extraordinária para o início da próxima semana para tratar do tema das mudanças na divulgação dos dados pela prefeitura.
Modelo até pode ser revisto
Para a confecção desta matéria também entramos em contato com a prefeitura de Santa Maria, através de sua assessoria de imprensa. O Executivo nega qualquer possibilidade de falta de transparência nas mudanças. “Assim como a mudança gerou críticas, também chegaram vários elogios. Estamos acompanhando tudo e analisando. Se esse modelo não for aceito pelo todo, é claro que pode ser revisto. Em se tratando de pandemia, tudo é avaliado o tempo todo, sempre buscando o acerto”, diz um trecho da resposta da assessoria da prefeitura.
Texto: Fritz R. Nunes
Foto: Facebook Jorge Pozzobom
Assessoria de imprensa da Sedufsm