ANDES-SN: novo ministro aprofunda fundamentalismo na Educação
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Atualizada em
14/07/20 14h01m
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Milton Ribeiro justificou, em ocasiões anteriores, o crime de feminicídio, além de defender castigos físicos às crianças
Inacreditáveis. É assim que o ANDES-SN qualifica as falas do pastor evangélico Milton Ribeiro, hoje alçado ao cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro. Em seu site, o Sindicato Nacional docente publicou uma nota retomando intervenções indignantes já realizadas pelo pastor, a exemplo da entrevista por ele concedida, no ano de 2013, a um programa chamado Ação e Reação, em que Ribeiro 'explicou' o feminicídio de uma adolescente de 17 anos por um homem de 33 anos com as seguintes palavras: “Nesse caso específico, acho que esse homem foi acometido de uma loucura mesmo. E confundiu paixão com amor. São coisas totalmente diferentes. E ele, naturalmente movido por paixão… Paixão é louca mesmo. Ele então entrou, cometeu esse ato louco, marcando a vida dele, marcando a vida de toda a família. Triste”.
Ribeiro ainda justificou o assassinato culpabilizando a jovem vítima e apontando um programa de TV que, segundo ele, promove a “erotização precoce” de crianças, o que teria levado a menina de 17 anos a possivelmente ter “dado sinais de que estava apaixonada” pelo seu assassino.
Em outro vídeo, também disponível na internet e denominado “A vara da Disciplina”, o ministro defende que crianças devem ser severamente castigadas, pois “a correção é necessária para a cura”. “Deve haver rigor, desculpe. Severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães fiquem com raiva de mim. Deve sentir dor”, afirma ele durante uma pregação religiosa. “Mas cuidado. Não te excedas a ponto de matá-lo”, conclui, ignorando o Artigo 136 do Código Penal (a prática de maus-tratos é passível de punição); o artigo 18-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (a criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante); e o simples bom senso.
Ribeiro, segundo a Plataforma Lattes, é graduado em Teologia e Direito, com mestrado em Direito e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo. É membro do Conselho Deliberativo do instituto Presbiteriano Mackenzie, entidade mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também atuou como reitor em exercício e vice-reitor da instituição.
Para o ANDES-SN, a escolha de Ribeiro não foi uma surpresa, uma vez que, a exemplo de outros ministros do governo Bolsonaro, adota uma perspectiva fundamentalista.
Fonte: ANDES-SN
Imagem: Print Youtube
Edição: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm