A arte reinventada pela pandemia
Publicada em
21/07/20 11h43m
Atualizada em
21/07/20 11h49m
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Peça “O desconcertante flautista” está disponível para visualização online em nossa página
Como produzir um espetáculo a distância? A equipe liderada pelo docente do curso de licenciatura em Teatro da UFSM, José Renato Noronha (Zé Mangaio), comprou o desafio. Em isolamento social devido à pandemia, professor, elenco e assistentes técnicos assumiram para si as várias tarefas que envolvem a elaboração de um espetáculo, desde a concepção do figurino até os arranjos de edição.
O resultado desse trabalho é a peça “O desconcertante flautista”, exibida pela página de facebook da Sedufsm na última sexta-feira, 17, e pela página de instagram da Pró-Reitoria de Extensão, ambas entidades parceiras do evento. Quem não conseguiu assistir à peça, que tem cerca de 30 minutos, ainda pode fazê-lo aqui.
A peça é uma releitura cênica e musical do conto “O flautista de Hamelin”, reescrito pelos irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm), e conserva influência da versão lírica e dramática de Robert Browning (1841). Outra referência para a criação da obra foi a peça “Diz que sim”, de Bertolt Brecht.
Mangaio explica que “O desconcertante flautista” foi produto de sua tese de doutorado, já tendo sido apresentada na Escola Municipal Vicente Farencena. Com o isolamento social, contudo, a apresentação teve de sofrer algumas adaptações para ser transmitida no formato virtual.
“É uma produção coletiva, na qual muitos trabalhadores foram envolvidos - pessoas da parte técnica, da produção de vídeo e áudio, músicos, autores. Eu gostaria de envolver muito mais pessoas, mas esse ano a distância dificultou. Todos nos unimos para fazer esse trabalho ter uma qualidade técnica, algo que é muito dificultado em tempos de pandemia. Por exemplo, os arquivos foram mandados no google drive, selecionados e editados. Ninguém foi num estúdio especial para fazer isso. Fizemos em casa. Eventualmente alguns dos participantes tinham equipamentos que facilitavam essa edição, mas muitos não tinham. Como fazemos uma produção sem questões técnicas como conexão, microfone, captação de imagem? Só que a gente conseguiu resolver isso”, conta Mangaio.
Dirigida a distância, a peça foi produzida com o que cada um tinha em casa e contou com o feeling de cada ator e atriz, já que não havia uma pessoa para falar ‘ação’ ou ‘corta’. Mesmo questões simples como adereços, figurino e maquiagem, geralmente desenvolvidas por profissionais, foram pensadas artesanalmente por cada um dos atores, atrizes e assistentes técnicos. O desafio foi fazer com que todas essas partes tivessem uma unidade. “Todos nós tivemos que aprender a lidar em alguma medida com a nossa tecnologia doméstica, aprimorando-a para criar um recurso de comunicação”, comenta Mangaio, que convocou até seus filhos, Ângelo e Miguel, para atuarem.
O resultado foi uma peça leve, divertida e com capacidade de envolver a família toda. Apenas no facebook da Sedufsm, a apresentação já tem, até esta terça-feira, 21, 656 visualizações.
Texto: Bruna Homrich
Imagens: Prints Facebook
Assessoria de Imprensa da Sedufsm