Diretoria e Conselho da Sedufsm divulgam nota em defesa do servidor público Publicada em
Atualizada em 31/03/21 11h21m
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A Diretoria e o Conselho de Representantes da Sedufsm estão divulgando uma nota pública em que fazem uma defesa dos (as) servidores (as) públicos (as). O documento foi elaborado para rebater declarações de dirigente do setor empresarial de Santa Maria, concedidas a uma emissora de rádio da cidade. Confira a íntegra da nota abaixo:

“Manifestação da Diretoria e do Conselho de Representantes da SEDUFSM em defesa dos servidores públicos!

Compadecemo-nos com as preocupações expressas pelo representante dos empresários santa-marienses, senhor Luiz Fernando Pacheco, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism), veiculadas em programa radiofônico da rádio Medianeira FM em meados de março. O representante da Cacism registra seu descontentamento quanto a ações do prefeito municipal, a política de proibição de atividades, a cobrança de tributos e é, neste contexto, que o líder empresarial se dirige aos ‘funcionários públicos’.

Temos a argumentar que, assim como esta referência, grande parte dos ataques dedicados aos chamados ‘funcionários públicos’, conforme popularmente se denominam os servidores públicos, deve-se ao comprometimento com posturas das elites financeiras e fruto de desinformação. Como educadores temos que enfatizar as origens dos problemas e desvelar as máscaras com que interesses escusos se valem para construir seus apoios.

Nossa pretensão na presente manifestação decorre da premência de apontar que o representante empresarial se confunde em seus argumentos, especialmente ao atacar reiteradamente os funcionários públicos que teriam ‘um emprego garantido, um salário pago todo fim de mês, que está em casa com a geladeira cheia’.

Conforme a Constituição de 1988, o Estado brasileiro comporta servidores públicos civis e servidores públicos militares. Não sabemos exatamente a quem se dirigem as palavras do Presidente da Cacism. Caberia perguntar ainda, se ele se dirige aos servidores do Executivo Municipal, ou se ele exclui os servidores militares desta categoria de funcionários públicos.

Compete-nos ponderar que, na condição de educadores, lamentamos seu tom passional. Sobressai na entrevista do empresário a fragilidade de argumentos, o que só reitera a importância da educação pública na formação dos indivíduos. E mais que isso, a precariedade de sua articulação lógica, provavelmente devido a seu estado de comoção. Ela evidencia justamente o preparo intelectual proporcionado por servidores públicos civis, federais (como é nosso caso), mas, principalmente, servidores estaduais e municipais, os quais constituem a base educadora, principal riqueza de uma nação.

De uma perspectiva econômica, não é admissível ignorar a expressão do setor público em Santa Maria. Sem os orçamentos dedicados a servidores públicos civis (Judiciário, Legislativo, Executivo, nos níveis Federal, Estadual e Municipal) e servidores públicos militares (Exército e Força Aérea), a cidade teria outro perfil. No caso da UFSM, cabe-nos apontar que cerca de 80% dos valores usufruídos correspondem aos ‘salários garantidos no fim de mês’.  No caso dos servidores militares, cabe lembrar que afinal temos o segundo ou terceiro contingente militar do Brasil.

Como servidores públicos civis temos sido atacados por múltiplas frentes e podemos compreender as múltiplas ameaças que cercam nossa sociedade, das quais acreditamos partilhar em grande parte com os empresário. Mas, subsistiria a atividade empresarial local sem as garantias a nós garantidas e obtidas por concurso público?

Os docentes federais estão sem reajuste de salários desde 2017 e ainda tivemos aumento da contribuição previdenciária com a reforma da previdência, o que se traduz em perda salarial. Frente à pandemia, continuamos trabalhando em home office com autorização formal da UFSM e do Ministério da Economia, fazendo uso de equipamentos pessoais, energia elétrica e conexão à internet no trabalho de nossas casas. Portanto, nossos salários estão entrando na medida em que o nosso trabalho também está sendo feito.

Por fim, queremos manifestar nossa disposição para o diálogo respeitoso, condição da vida política e social. Também almejamos que o senhor Luiz Fernando Pacheco e os seus possam dispor de saúde física e mental para suportar as pressões nesta pandemia. Queremos, no entanto, enfatizar que o pronto atendimento em saúde depende fundamentalmente da ação abnegada de funcionários públicos de nível municipal, estadual e federal em saúde e noutras áreas correlatas que cumprem suas obrigações mesmo sob condições extremas.

Diretoria e Conselho de Representantes da Sedufsm”.

Edição: Fritz R. Nunes
Imagem: UFSM/You Tube
Assessoria de imprensa da Sedufsm