Docentes apreensivos com indefinição da vacinação SVG: calendario Publicada em
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Prefeitura de Santa Maria diz que vai seguir o plano nacional de imunização

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Judiciário pode inviabilizar que trabalhadores da educação sejam vacinados prioritariamente

No dia 23 de fevereiro deste ano, o Conselho Municipal de Saúde (CMS), divulgou nota pública (imagem logo abaixo) em que dizia “apoiar as iniciativas do Governo do Estado do RS e da Prefeitura Municipal de Santa Maria-RS, que tem por objetivo promover a efetivação do distanciamento social, reiterando sua posição anterior de só aprovar o retorno das aulas presenciais após a efetiva vacinação da população envolvida”.

A posição de retorno somente após a vacinação é defendida por praticamente todos os sindicatos ligados aos trabalhadores e trabalhadoras em educação. Entretanto, além da escassez de vacinas, há um outro obstáculo, que se refere ao momento em que docentes poderão se vacinar, o que está causando uma grande insegurança em todas as pessoas envolvidas com o trabalho escolar.

Enquanto o governo gaúcho tirou o estado da bandeira preta (altíssimo risco de contaminação pelo coronavírus), passando-o para a bandeira vermelha, de assim dando um drible na decisão judicial que impedia o retorno presencial às aulas, a tão esperada inclusão de professores e professoras na lista prioritária de imunização não está contemplada.

Conforme a presidente do CMS, Maria do Carmo Guagliato, o entendimento tanto do Conselho Municipal quanto do Conselho Estadual de Saúde (CES), é de que docentes sejam vacinados (as) após o término da imunização de pessoas com comorbidades. Segundo Maria do Carmo, esse foi o encaminhamento dado pela CIB (Comissão Intergestora Bipartite), da qual participam integrantes do governo estadual e municipal. Todavia, para colocar em prática essa proposição, as dúvidas de ordem legal surgem.

No início desta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, cassou a liminar do presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Henrique Figueira, que autorizava o governo daquele estado a priorizar a vacinação de professores e de profissionais da área de segurança.  Ele determinou a obediência às normas do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19.

O governo do RS encaminhou ao STF, no dia 15 de abril, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), em que solicitava, com pedido de urgência, a prioridade de vacinação para os (as) professores (as) gaúchos (as). Até o momento, não há definição sobre esse pedido. Porém, antes que houvesse pronunciamento sobre o estado, o ministro Ricardo Lewnadowski julgou o caso do Rio de Janeiro.

 O que diz a prefeitura de Santa Maria

Contatada para que informasse sobre a possibilidade de vacinação de professores e professoras de Santa Maria de forma prioritária, a prefeitura respondeu através de sua assessoria de comunicação, enviando a seguinte nota:

“A Prefeitura de Santa Maria é favorável à vacinação dos professores, bem como de integrantes de outros grupos da sociedade. O Município segue orientações do governo federal, conforme o Plano Nacional de Imunizações, que implementa estratégias de vacinação dentro de grupos prioritários. No momento em que o PNI indicar a aplicação de doses nos profissionais da educação, as ações serão realizadas, bem como ocorre com os profissionais da saúde, idosos e pessoas com comorbidades, públicos que estão sendo vacinados neste momento.

Além disso, dentro dos grupos prioritários que estão sendo vacinados, há índices de professores. O levantamento está sendo feito pela Prefeitura e, tão logo tenhamos, será anunciado”.

Ao que tudo indica a nota, se nada mudar do ponto de vista da alteração do PNI, a categoria docente de Santa Maria será vacinada a partir das prioridades que constam do Plano Nacional de Imunização elaborado pelo governo Bolsonaro. Pelo quadro do PNI, depois das comorbidades ainda serão vacinadas pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade (presos/as), forças de segurança, forças armadas, e depois, então, trabalhadores (as) do ensino básico e do ensino superior.

O que dizem as entidades

O vice-presidente da Sedufsm, professor Ascísio Pereira, ressalta que, em um momento tão complexo em que vivemos, “escolher” qual a categoria de trabalhador é mais “prioritária” que outra pode ser algo “discutível”. Ele concorda que, entre os primeiros a serem vacinados, certamente os profissionais da área da saúde. A partir daí, comenta Ascísio, é um quadro complicado, tendo em vista que muitas categorias seguiram trabalhando mesmo nos piores momentos da pandemia, citando alguns exemplos, como os trabalhadores e trabalhadoras da alimentação, os rodoviários, trabalhadores de postos de combustíveis.

Por outro lado, se referindo especificamente ao caso de educadores (as), o dirigente da Sedufsm avalia que a situação foi muito mal conduzida no RS. Para ele, apesar de tentar se diferenciar do presidente Jair Bolsonaro, que é negacionista, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), acabou cedendo às investidas dos donos de escolas privadas, que pressionaram pela abertura geral. “A prioridade à educação é apenas no discurso. Na prática, o governo teve que atender à pressão empresarial”, enfatiza Ascísio.

Martha Najar, coordenadora do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm), afirma que “não há pesquisas conclusivas de como se comporta o vírus em pessoas que já foram vacinadas com as duas doses e seu poder de contaminação de outras pessoas”. E acrescenta: “sem a vacina para toda a população e a baixa circulação do vírus não há como garantir a segurança necessária para o retorno presencial das aulas, mesmo no formato híbrido e seguindo todos os protocolos de higiene e segurança, garantidos pela administração pública, e não a cargo das gestões de escolas”.

Na visão de Rafael Torres, do 2º Núcleo do Cpers Sindicato (rede pública estadual), a decisão do STF tomada pelo ministro Ricardo Lewandoski (citada no início da matéria) esta semana dificultará que os governos consigam priorizar os (as) trabalhadores (as) em educação. “É um muito triste o que estamos vivendo”, frisa o professor.

Para o diretor do Cpers, o retorno às aulas presenciais está causando muita preocupação à categoria, especialmente porque os protocolos sanitários do governo estadual estariam defasados. “O que defendemos é a manutenção das aulas remotas, mas, infelizmente, o governo Leite cedeu à pressão dos grupos privados”, critica Torres. E complementa: “pedimos que, na próxima segunda, dia 10, os pais e mães não levem seus filhos à escola”.

Enquanto isso, ignorando a polêmica jurídica, o prefeito de Restinga Seca (RS), Paulinho Salerno (MDB), anunciou na quarta, 5 de maio, que docentes da rede municipal serão vacinados contra a Covid-19. Conforme o anúncio, realizado em live pelo Facebook, Salerno disse que a categoria será vacinada por idade (ordem decrescente) e serão chamados pelo telefone, para vacinação imediata. A previsão era de iniciar a imunização ainda na quinta, 6, publicou o site da rádio Integração.

 

Texto: Fritz R. Nunes
Imagem: EBC
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

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