Dificuldades estruturais de colégios mostram risco do retorno presencial SVG: calendario Publicada em 12/05/21 20h08m
SVG: atualizacao Atualizada em 12/05/21 20h30m
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Casos de Covid em escola de Santa Maria justificam temor de trabalhadores e da comunidade

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Instituto Padre Caetano, de Santa Maria, fechou temporariamente devido a casos de Covid

Poucos dias depois do retorno presencial às aulas, e que no caso das escolas estaduais, ainda estão com público reduzido, surgem os primeiros casos de infecção por Covid-19. O Instituto Padre Caetano, no bairro Patronato, teve que fechar suas portas nesta quarta, 12, em função de dois casos positivos de Covid-19 entre professores. Essa situação do colégio estadual de Santa Maria é uma das causas do temor ao retorno presencial.

Lúcio Ramos, professor da Escola Estadual Paulo Devanier Lauda (foto mais abaixo), na Cohab Tancredo Neves, comenta que o retorno na escola está muito baixo em função de que as pessoas não sentem segurança para voltar e acabam preferindo o ensino remoto. A instituição tem 66 professores e 765 alunos.

Na última terça, 11, a Paulo Lauda tinha turmas sem alunos, outras com um aluno, e as da noite, 12 alunos de um total de quatro turmas, explica Ramos, que também é diretor do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato. Conforme o sindicalista, há relatos de escolas que estão sem funcionários para realizar a limpeza. O problema com a limpeza, explica ele, é porque tem apenas uma empresa que está atuando para o governo do estado para fazer a higienização dos colégios. Na avaliação de Lúcio Ramos, o maior problema para o retorno presencial é a falta de estrutura em várias escolas. Ambientes pouco arejados, algumas salas que sequer janelas possuem, ou algumas, que essas existem, mas estão emperradas.

Questionado sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs), o professor afirma que eles foram repassados ainda em novembro do ano passado. Contudo, essa não é a principal questão, na avaliação dele. O que tem ocorrido é que diversos (as) professores (as) e também funcionários (as), fazem contato informando que não vão trabalhar porque estão com sintomas de contágio pelo novo coronavírus, ou porque familiares estão com resultado positivo para a doença. A situação fica ainda mais instável pelo fato de o governo estadual alegar que não tem condições de fazer testagem em massa, ou seja, a testagem depende de cada um bancar do seu próprio bolso.

Dificuldade de acesso a materiais

A assessoria de imprensa da Sedufsm também buscou informações sobre a situação do retorno das escolas municipais, previsto para terça, 18 de maio, em que pese o fato de a categoria docente ter aprovado uma greve ambiental, se opondo ao retorno. Conforme a professora Andréia Buss, diretora da Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Luizinho de Grandi, no bairro Santa Marta, uma das dificuldades encontradas foi o acesso aos equipamentos de proteção. Materiais como álcool gel, máscaras e borrifador, foram adquiridos pela escola, com recursos próprios. Somente nesta quinta a secretaria municipal de Educação disponibilizará esses materiais.

Atualmente, explica Andréia, a escola Luizinho de Grandi (foto abaixo) atende aproximadamente 160 crianças entre 6 meses e 6 anos. Possui 8 professores em sala de aula, 2 na coordenação e uma na direção. Estão faltando dois professores, mas há uma garantia da prefeitura de que essas vagas serão repostas em breve. Contudo, um problema sério é a falta de funcionários na EMEI. A diretora conta que são três no total, mas que esse número é insuficiente para a limpeza da escola. Inclusive, uma das funcionárias, que mora em São Pedro do Sul, está bastante preocupada, pois terá que vir diariamente de transporte coletivo intermunicipal, expondo-se ao risco de contaminação.

Como fazer um retorno seguro?

Em live promovida pelo Atempa, Associação dos Trabalhadores em Educação de Porto Alegre, no dia 7 de maio, da qual participaram infectologistas como o professor Alexandre Zavascki, e a professora Lucia Pellanda, foi bastante enfatizado que o retorno presencial às aulas precisa ser feito de modo seguro. Segundo Lúcia, em função de que cada escola tem uma realidade diferente da outra, é preciso que cada uma tenha o seu próprio plano de retorno.

Conforme a infectologista, que é também reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), do que se aprendeu em relação à doença, do ano passado para cá, é que três medidas são fundamentais para tentar barrar a transmissão do vírus, que ocorre pelas vias aéreas: máscara, distanciamento social e ambientes arejados. E, diz Lúcia, um dos principais obstáculos a serem superados nas escolas é justamente a questão dos ambientes com boa ventilação. Para ela, em algumas situações, pode até ser estudada a possibilidade de ocorrerem aulas no ginásio, no pátio. “Por isso, cada escola precisa conhecer bem a sua própria situação”, ressalta a docente.

Já para o professor de infectologia da UFRGS, Alexandre Zavascki, o que ocorre com a questão da educação é o mesmo que acontece com a situação do combate à pandemia no país, ou seja, tudo está sendo feito sem um planejamento duradouro, apenas com ações que têm curto alcance. Para o médico, dentro da realidade possível, ou seja, em que não há planejamento para o combate ao vírus, e que os gestores insistem em afirmar que é seguro retornar (quando não é) às escolas, o que se deve priorizar é o uso da máscara e um ambiente ventilado.

Lúcia Pellanda reforça que é contra “voltar de qualquer jeito”. Segundo ela, é preciso que haja planejamento, o que não ocorreu até o momento. E acrescenta: no caso das escolas, é mais útil acompanhar se as crianças ou os jovens estão usando a máscara corretamente do que medir a temperatura, pois a pessoa pode estar infectada, mas assintomática, ou mesmo ter tomado um analgésico que mascarou a febre.

A íntegra do vídeo está disponível no youtube.

 

Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Facebook das escolas
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

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