Tributo a Raul Seixas lota a Saldanha Marinho SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 05/12/13 00h12m
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Show “Toca Raul” foi promovido nos 24 anos da Sedufsm

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Músicos trouxeram para a praça central as principais canções de Raul

Idealizadores de uma ‘Sociedade Alternativa’ de Santa Maria ou simplesmente fãs do roqueiro baiano Raul Seixas lotaram a praça Saldanha Marinho no início da noite desta terça, 3 de dezembro. Um público de quase 2 mil pessoas esteve lá, por mais de uma hora, para apreciar o repertório do poeta que cantava os anseios e os sonhos de uma sociedade que deve lutar por suas leis, como por exemplo, pelo “direito de ser ateu, ou de ter fé”, conforme dita uma de suas canções. Pensando em proporcionar um momento de aproximação entre a comunidade santa-mariense e o sindicato, a Sedufsm, finalizando a programação de 24 anos, em parceira com o músico e produtor Janu Uberti, trouxe para o espaço público o show ‘Toca Raul’.

O fim de tarde se aproximava junto com a chegada do público, que aos poucos iam garantindo seus lugares para curtir o show, que começou por volta das 19h30, momento em que a dupla indígena Kaingang Sandro e Josias subia ao palco. Antes do tributo a Raul, a abertura do evento ficou por conta deles. Sandro e Josias lançaram oficialmente o primeiro CD, acústico, gravado com o apoio da Sedufsm. O disco mescla canções em português e Kaingang, o que chamou a atenção do público e arrancou aplausos e elogios, principalmente daqueles que não conheciam o idioma materno da dupla. “Sensacional a proposta de trazer os indígenas para o palco. Eu nunca tinha visto uma apresentação parecida”, elogia o jornalista Gustavo Dhein.

Ao mesmo tempo em que as músicas traziam marcas da cultura Kaingang, constatavam a luta de um povo pela valorização de sua etnia. A música como instrumento de integração social foi lembrada por Augusto Opê da Silva, pai de Sandro, que muito emocionado ao ver o filho no palco comentou que além da emoção “é um momento muito importante para mostrar para aqueles que falam que nós não somos mais índios. Eu vejo que a ideia deste projeto é uma forma de aprender uns com os outros, através da música para também fortalecer os movimentos sociais”.

Música e luta

Após a apresentação indígena, o presidente da Sedufsm, Rondon de Castro, saudou o público e reiterou que a proposta da Sedufsm de organizar esse show faz parte da política do sindicato, de proporcionar momentos de confraternização, mas sobretudo, sem esquecer das lutas que norteiam o sindicato. “Não trazemos apenas shows. A música do Raul Seixas, a música de Clara Nunes, da Elis Regina, de Mercedes Sosa, de Dante Ledesma, são músicas de luta, porque nós queremos uma sociedade melhor, e lutar contra aqueles que querem tornar a sociedade mais gananciosa, mais egoísta, mais discriminatória, se nós tivemos aqui um show com músicos indígenas é porque nos queremos que eles se integrem a nós, assim como nós a eles”, declarou Rondon, minutos antes das canções de Raul serem interpretadas.

Rondon também aproveitou a oportunidade para mais uma vez alertar sobre a ameaça de privatização que enfrenta o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), caso a reitoria firme contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O dirigente da Sedufsm convidou a comunidade a comparecer no dia 12 de dezembro, na UFSM, quando será votada a proposta de adesão.

Público elogia iniciativa

Quem foi à praça Saldanha Marinho não se arrependeu ao acompanhar a performance dos músicos, sejam individualmente ou em grupo. Muitos aplausos para Janu Uberti, Renato Mirailh, Tiane Tambara, Gisele Guimarães, Maninho Pinheiro e Marcelo Massario, que acompanhados pela banda composta por Erlon Saldanha (guitarra), Daniel Fortes (contrabaixo), Diogo Matos (teclado) e Pedro Monte (bateria), animaram a noite com clássicos como “Al Capone, Gita, Meu Amigo Pedro, Tente Outra Vez, Cowboy Fora da Lei, Ouro de tolo e Sociedade Alternativa”.

“Sou fã de Raul desde criança, as músicas dele fazem parte da minha vida, e são importantes para gente começar a pensar em uma sociedade diferente”, declara a estudante de enfermagem, Aline Neves, que acompanhada do namorado prestigiou o show e elogiou a iniciativa do sindicato pela escolha do tributo a Seixas.

O professor Getúlio Lemos, do Grupo de Trabalho de Aposentados da Sedufsm comentou que “o Toca Raul, toca a alegria do povo. A Sedufsm fez uma opção muito correta em trazer esse show para o espaço público. O sindicato é dos docentes, mas abrange toda a população de Santa Maria e região, então, oferecer um show alegre durante as festividades de fim de ano é um grande acerto que o sindicato está fazendo”, comemora Lemos.

Sobre a importância de pensar a música como um instrumento de fomento à arte e a cultura, o professor estadual, filiado ao CPERS, Fernando Borges, esclarece que através da música “o povo pode retomar a luta pelas garantias constitucionais que estão ameaçadas, como a demarcação de terras indígenas. A Sedufsm está de parabéns”.

De aposentados a crianças, fãs e até mesmo aqueles que passavam por ali e acabavam ficando na Praça, contagiados pela interpretação de canções que marcaram gerações e são ícones do rock brasileiro, o público pediu ‘bis’ ao final do show, o que demonstrou o sucesso do evento, que encerrou as comemorações dos 24 anos de aniversário da Sedufsm. “O show estava ótimo, como grande fã de Raul Seixas só tenho que parabenizar a organização, a escolha do repertório e os músicos. A sociedade alternativa é talvez um sonho utópico, mas o que seria de nós sem um pouco de utopia?”, idealiza o servidor público, Diego Hahn.

Texto: Carina Carvalho (estagiária)
Fotos: Renato Seerig
Edição: Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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