Dica cultural: professora sugere obra que debate gênero e democracia
Publicada em
11/06/21 15h56m
Atualizada em
11/06/21 16h08m
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Livro publicado em 2020 é indicação da presidenta da Sedufsm, Laura Fonseca
Sextou na quarentena! Nesta sexta, 11, a dica cultural vem da professora Laura Regina da Fonseca, presidenta da Sedufsm e integrante do departamento de Ciências Sociais da UFSM. Em sua resenha sintética, abaixo, a docente destaca a importância da leitura da obra “Gênero, Neoconservadorismo e Democracia”, publicada em 2020, e que tem duas autoras (docentes) pesquisadoras de universidades brasileiras, além de um professor de instituição argentina. Conforme a autora da dica, “um argumento central para entender a relação entre gênero, neoconservadorismo e democracia está na temporalidade marcada pelos avanços dos movimentos feministas e LGBTQI, nas últimas décadas, e a forma assumida do conservadorismo da direita latino-americana na oposição a direitos defendidos por esses movimentos, historicamente”.
(Fotos da segunda autora- Maria das Dores Campos Machado e do outro autor, Juan Marco Vaggione, estão ao final do texto, em anexo).
“Gênero, Neoconservadorismo e Democracia é uma obra publicada em 2020, pela editora Boitempo, e assinada por Flávia Biroli, professora associada da Universidade de Brasília – UnB; Maria das Dores Campos Machado, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Juan Marco Vaggione, professor titular da Universidade Nacional de Córdoba – UNC. O livro é resultado de pesquisa transnacional realizada no período de 2018 e 2019 e com denso arcabouço teórico analisa as relações entre gênero, religião, direitos e democracia. Parte das configurações do conservadorismo religioso, que lidera o confronto com as pautas de gênero e da diversidade sexual na América Latina, considerando sua relação com a democracia contemporânea no continente.
Para as autoras e o autor, um argumento central para entender a relação entre gênero, neoconservadorismo e democracia está na temporalidade marcada pelos avanços dos movimentos feministas e LGBTQI, nas últimas décadas, e a forma assumida do conservadorismo da direita latino-americana na oposição a direitos defendidos por esses movimentos, historicamente.
Ademais, de modo original e bem fundamentado com a investigação temporal e comparativa entre dois países da América Latina, Brasil e Colômbia, o livro situa gênero e sexualidade no centro da política, destacando os acontecimentos recentes nos processos eleitorais desses países e a agenda de seus governos, profundamente, comprometidos com ideários de atores religiosos conservadores, definindo a guerra ao que denominam “ideologia de gênero” e “cultura da morte”.
O livro apresenta três capítulos elaborados por cada uma das autoras e o autor: 1. A restauração legal: o neoconservadorismo e o direito na América Latina, por Juan Marco Vaggione; 2. O neoconservadorismo cristão no Brasil e na Colômbia, por Maria das Dores Campos Machado; 3. Gênero, “valores familiares” e democracia, por Flávia Biroli; e contemplado com introdução e conclusão escritas pelo trio autorial.
A obra é atual, instigante e original. Um texto recomendado, seja para quem busca entender as relações de gênero, religião e política na democracia latino-americana, seja para quem tem interesse nos formatos contemporâneos do conservadorismo e as disputas e retrocessos políticos na América Latina, seja para quem admira a análise de caráter interdisciplinar, articulando estas temáticas nos campos da ciência política, da sociologia e do direito. Vale a leitura!.”
Laura Regina da Fonseca
Professora do departamento de Serviço Social da UFSM
Presidenta da Sedufsm.
Edição: Fritz R. Nunes
Imagens:UnB; boitempo editorial; arquivo pessoal
Assessoria de imprensa da Sedufsm