A luta por uma educação não sexista passa, necessariamente, pela universidade SVG: calendario Publicada em 24/06/22 18h03m
SVG: atualizacao Atualizada em 24/06/22 18h25m
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Professora explica importância de que formação ofertada pela universidade abarque questões de gênero, raça, diversidade e classe

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A última terça-feira, 21 de junho, foi Dia de Luta por uma Educação não Sexista e não Discriminatória. A data foi instituída no ano de 1991, pela Rede de Educação Popular Entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem), e objetiva chamar a atenção da sociedade para que temas relacionados a gênero, raça, classe social e diversidade sexual sejam abordados nas escolas. Em um país no qual setores reacionários defendem projetos como o ‘Escola sem Partido’ e denunciam o que chamam de ‘ideologia de gênero’, propor o ambiente escolar como um espaço de acolhimento às diferenças e construção de respeito e empatia pode ser um desafio grande a ser comprado.

E pensar uma escola sem sexismo e discriminação perpassa, sobretudo, por pensar na formação das educadoras e educadores que rumarão das universidades – especialmente dos cursos de licenciatura – para as salas de aula da Educação Básica.

Milena Freire, docente do departamento de Ciências da Comunicação, coordenadora da Pós-Graduação em Estudos de Gênero (Especialização) e integrante do Comitê de Igualdade de Gênero, comenta que o debate de tais temáticas, não apenas nas escolas, mas também nas universidades, é de fundamental importância.

“Alguns dos cursos da UFSM, especialmente do Centro de Educação, já têm curricularmente disciplinas que são voltadas para questões de gênero. Algumas licenciaturas também, no Centro de Ciências Sociais e Humanas. E temos as disciplinas das temáticas transversais, que são ofertadas para as outras licenciaturas que não contemplam esse debate especificamente em seu currículo”, explica Milena.

Ela comenta que diversas pessoas interessadas em realizarem a Especialização apresentam a necessidade de que se debatam tais temas dentro das instituições educacionais.

“Esse é um tema bastante potente nos dias de hoje, que encontra resistência significativa em uma parcela da sociedade – conservadora. Eu diria que essa temática se encontra no centro de uma discussão que vimos chegar ao âmbito dos legislativos estadual e nacional, e segundo a qual tentou se definir o que pode ou não pode, o que deve ou não deve ser tratado em sala de aula com crianças e adolescentes”, ponderou a docente, para quem a universidade tem a tarefa de atuar como um agente de transformação social e de potencialização de uma sociedade mais justa e igualitária. “Estamos, então, sempre em defesa dessa pauta e da inclusão dessa temática na formação dos professores”, complementa.

Muito além das licenciaturas

Se um pilar importante para a construção de uma educação não sexista e não discriminatória é a formação de professoras e professores que saibam como lidar de forma transversal com as temáticas de gênero, diversidade, raça e classe, diversas outras profissões também necessitam de formação específica acerca desses assuntos.

“Às vezes pode haver um pensamento que eu considero bastante controverso de que, já que não há uma aplicabilidade [destes conteúdos] ao final das contas, esse debate não precisaria ser feito em cursos essencialmente técnicos ou em áreas que não têm esse debate da formação humanista. Mas eu, particularmente, e de acordo com a experiência que tenho a partir do debate com outros colegas, entendo que seria bastante interessante se tivéssemos oportunidade de fazer esse debate de forma ampla com todos os cursos e com a sociedade também, levando esse tema [para fora] a partir de ações de extensão, por exemplo”, reflete Milena.

Política de Igualdade de Gênero

No dia 8 de abril deste ano, a UFSM instituiu formalmente seu Comitê de Igualdade de Gênero, cujas atribuições são: I – monitorar a implantação da Política de Igualdade de Gênero; II – articular os diferentes grupos e núcleos de pesquisa/ensino/extensão, para desenvolverem ações relacionadas e mencionadas nesta Política; III – garantir que os objetivos e princípios da Política sejam cumpridos; IV – assegurar a implementação das estratégias mencionadas nos eixos desta política; e V – acompanhar as ações desenvolvidas no Espaço Multiprofissional “Casa Frida Kahlo”.

Em 2021, os conselhos superiores da universidade aprovaram a Política de Igualdade de Gênero, que representou a sedimentação de um processo advindo de vários anos e no qual as mulheres da instituição – e de organizações da sociedade civil – levantaram as principais demandas e fragilidades reservadas às estudantes e trabalhadoras.

Agora, o Comitê tem a tarefa de operacionalizar a política aprovada.

“Temos que pensar que a formação dessa sociedade mais democrática, justa e igualitária passa por um debate substancial sobre questões de gênero, raça e classe social, nos mais diversos cursos”, conclui Milena.

 

Texto: Bruna Homrich

Arte: Italo de Paula

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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