Evento do grupo Cálice, com apoio da Sedufsm, aborda os 60 anos do golpe civil-militar no Brasil SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 31/10/24 18h15m
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Reflexões sobre a autoritarismo, memória e resistência marcam seminário em alusão à ditadura militar brasileira

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Professor Carlos Fico (UFRJ) em mesa de abertura sobre a "utopia autoritária"

Na última terça-feira (29), o auditório do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) da UFSM ficou lotado para a abertura do seminário "Como beber dessa bebida amarga? Os 60 anos do Golpe que inaugurou a Ditadura Civil-Militar no Brasil". Promovido pelo grupo de estudos Cálice, com apoio da Sedufsm, o evento, que ocorreu entre 29 e 31 de outubro de 2024, reuniu pesquisadores para refletir sobre um dos períodos mais sombrios da história brasileira.

Memória e Resistência

O professor Ascísio Pereira, diretor da Sedufsm, participou da mesa de abertura e enfatizou a relevância de iniciativas que mantenham viva a memória do golpe. “Lembrar do golpe de 1964 é essencial tanto para as novas gerações quanto para aqueles que vivenciaram a ditadura, mas que, por vezes, parecem ter esquecido seu impacto devastador”, afirmou. Citando o filósofo da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno, Ascísio ressaltou: "É preciso lembrar sempre, para que não aconteça nunca mais", refletindo a importância da memória e da resistência em uma sociedade que se pretende democrática.

Ascísio também abordou o compromisso histórico da Sedufsm com a defesa dos direitos humanos e da democracia, destacando o papel do sindicato na luta pela liberdade política e pelos direitos civis.

 

Reflexões sobre o golpe de 1964 e a 'utopia autoritária'

A palestra de abertura foi conduzida pelo professor Carlos Fico, da UFRJ, com o tema “60 anos do golpe de 1964 e a Utopia Autoritária Brasileira”. Fico apresentou suas pesquisas sobre o regime militar, discutindo o conceito de “utopia autoritária” que fundamentou as práticas do período, as quais se dividiam em duas dimensões: a “saneadora” e a “pedagógica”. A primeira dizia respeito às estratégias de repressão e controle, como o DOI-CODI e a censura à imprensa, enquanto a segunda englobava a propaganda política e as disciplinas de cunho moral nas escolas, como Educação Moral e Cívica.

O professor destacou como o autoritarismo se enraizou em diferentes esferas, incluindo até a censura cultural, que via no rock e na liberdade sexual uma ameaça comunista. Segundo Fico, a ditadura brasileira não se limitou à repressão física, mas impôs uma estrutura moral autoritária que ainda reverbera na sociedade atual. A palestra encerrou-se com um apelo à juventude, majoritária no auditório, para que mantenha viva a luta democrática.

A juventude e o compromisso com a memória

Diorge Konrad, professor do departamento de História e coordenador do grupo Cálice, destacou a expressiva presença dos jovens no evento como um sinal de que as novas gerações estão interessadas em entender o passado para assegurar um futuro democrático. “Rememorar é resistir”, declarou Konrad, pontuando que olhar atentamente para o passado é uma forma de construir a democracia.

Além disso, Konrad pontuou que a atividade foi registrada como um projeto de extensão com o objetivo de levar a discussão para fora dos muros da universidade, ampliando o diálogo com escolas e organizações da sociedade civil, como os próprios sindicatos. “Esse debate precisa alcançar toda a sociedade brasileira”, enfatizou, defendendo também a necessidade de uma “justiça de transição”, ainda ausente no Brasil, para que a ditadura não seja apenas um tema do passado, mas uma reflexão presente e ativa.

Encerramento: relatos e entrevista 

O evento seguiu com mesas de debate sobre a historiografia do golpe, além de apresentações de trabalhos acadêmicos. Na quarta-feira à noite (30), a conferência de encerramento foi proferida pelo professor Rodrigo Patto Sá Motta, da UFMG, abordando um balanço historiográfico sobre o golpe e a ditadura. Em breve, a Sedufsm publicará uma entrevista exclusiva com Patto Sá Motta em nosso canal no YouTube e nas redes sociais.

As atividades foram finalizadas na quinta-feira (31) com relatos de vítimas e familiares de perseguidos pela ditadura, reiterando o compromisso com a memória e o reconhecimento dos impactos do regime na sociedade brasileira.

 

Texto e fotos: Nathália Costa

Assessoria de Imprensa Sedufsm

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