Regulação da IA e de corporações digitais, desinformação, arte e comunicação sindical foram debatidos em evento do ANDES-SN
Publicada em
12/11/25
Atualizada em
12/11/25 16h47m
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Sedufsm participou do VIII Encontro de Comunicação e Arte e III Festival de Cultura e Arte que ocorreram em Niterói (RJ), de 7 a 9 de novembro
De 7 a 9 de novembro ocorreu o VIII Encontro de Comunicação e Arte e III Festival de Cultura e Arte do ANDES-SN, em Niterói (RJ), na Universidade federal Fluminense (UFF). Foram três dias com painéis que aprofundaram debates sobre temas urgentes na pauta da comunicação. Entre os assuntos em discussão, a regulamentação da Inteligência Artificial e das corporações digitais, desinformação, arte e comunicação sindical. A Sedufsm esteve representada por Italo de Paula, publicitário que atua na assessoria de comunicação da seção sindical.
Ao todo, foram mais de 50 participantes, entre jornalistas e outros profissionais de comunicação, docentes das mais diversas seções sindicais, que acompanharam as mesas que abordaram temáticas como “Redes Sociais, desinformação e comunicação sindical”; “Arte, formação crítica e construção das nossas lutas” e “A urgência da regulação das big techs e a luta pelo direito à comunicação”. No último dia do evento, dia 9, o encontro foi encerrado com um debate sobre “Inteligência Artificial, plataformização e mundo do trabalho”.
Diego Marques, encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, ressaltou que todas as pautas da categoria docente vão demandar uma disputa de hegemonia e de consciência na sociedade, na qual a luta pelo direito à comunicação, pela democratização da comunicação é muito central. “Essa não é uma pauta que pode continuar sendo secundarizada no nosso sindicato, e por isso fica esse convite da coordenação para a categoria se integrar cada vez mais nessa luta”, afirmou.

III Festival de Cultura e Arte do Sindicato Nacional
Todas as atividades foram intercaladas por apresentações artísticas que compuseram a programação do III Festival de Cultura e Arte do Sindicato Nacional. “Nós tivemos muitos debates interessantes. Acho que no próximo período, nós vamos avançar muito também em algo que é uma demanda, que é a reflexão sobre o lugar da arte nas nossas lutas sindicais”, acrescentou Marques.
Além das apresentações de samba, com a roda de samba “Terreiro da Vovó”, charme, com o grupo “André Stheel”, as e os participantes puderam assistir e participar de uma batalha de rimas de hip hop com o grupo “Batalha da UFF” (Buff).
O grupo de teatro “Laboratório Brecht” apresentou cenas da peça “Ambientes de negócio”, ainda em construção, e trouxe, às e aos presentes, uma reflexão sobre os impactos na mineração predatória no meio ambiente e os dez anos do crime da Vale em Mariana (MG).
Também foram exibidos o curta “A multicampia nas universidades amazônicas”, produzido pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua Seção Sindical), e o primeiro episódio da série “Folha Corrida”, que aborda a colaboração operacional e material do grupo Folha à repressão, durante a ditadura militar-empresarial. Segundo a docente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Flora Daemon, uma das pesquisadoras responsável pela série documental, o material serviu de base para que o Ministério Público Federal abrisse um inquérito contra o grupo Folha.
O festival teve ainda a exposição “Arte urbana e imaginário público - o espanto estético mexicano”, da professora Ceane Simões, da Universidade Estadual do Amazonas, com quadros compostos através da técnica de fotografia térmica e colagem. O encerramento do VIII Encontro de Comunicação e Arte e do III Festival de Cultura e Arte se deu com apresentação do grupo Capoeira Brasil, do Mestre Paulinho Sabiá.
Angélica Miranda, vice-presidenta da Associação de Professores da Universidade Federal do Rio Grande (Aprofurg Seção Sindical do ANDES-SN) destacou a importância do debate sobre a arte, reforçando-a como um instrumento de luta contra-hegemônica. “Para a sociedade, a arte é mostrada como entretenimento, na verdade a história a consolida como uma ferramenta de luta política, como forma de comunicação que fortalece as disputas ideológicas. É possível afirmar que a arte e a política se entrelaçam no contexto sindical, onde a arte fortalece a comunicação e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras”, refletiu a docente.
Para Angélica, a arte permite que ideias e reivindicações ganhem forma visual, ampliando o alcance das mensagens que chegam na sociedade, bem como aos sindicalizados e às sindicalizadas. “A arte como instrumento de luta, promove a união e denuncia as injustiças e opressões, torna-se assim, um instrumento para fortalecer lutas e conquistas coletivas”, afirmou.

Oficinas
Além das atividades artísticas e dos painéis de debates, as e os docentes e profissionais de comunicação se dividiram e participaram em duas das quatro oficinas oferecidas no evento. Técnicas de vídeo, da concepção à edição, produção de vídeo documentário, audiodescrição para as redes sociais e teatro do oprimido garantiram também, a possibilidade momentos de aprendizagem e troca entre as e os participantes.
Sabrina de Ramos, que atua como analista de mídias na Associação de Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr Seção Sindical), avaliou a experiência como bastante produtiva. “As contribuições dos painéis e oficinas desempenham um papel formativo para nós, profissionais da comunicação. Participei das oficinas de vídeo e audiodescrição para redes, que serão muito bem aproveitadas para aprimorar os nossos meios de comunicação na Apufpr SSind.”, disse.
A jornalista ressaltou ainda a importância da convivência com profissionais de outras seções sindicais e do Sindicato Nacional. “O encontro foi uma ótima oportunidade para criar vínculos e trocas com jornalistas das outras associações docentes. Foi muito bom ouvir os colegas da área e descobrir como produzem em cada seção. Isso tudo é bem importante para o fortalecimento e unidade da equipe e da comunicação da entidade sindical”, concluiu.
O Encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, professor Diego Marques, também reforçou a riqueza e relevância das atividades, que, além de importantes reflexões, trouxeram tarefas para a entidade (sindicato nacional) no próximo período.

Sedufsm no encontro
Italo de Paula, publicitário e integrante da equipe de Comunicação da Sedufsm, avalia que foi muito relevante a participação no encontro, um espaço de formação e aperfeiçoamento profissional. “O evento proporcionou intensas trocas entre pares — tanto profissionais da comunicação das seções sindicais quanto docentes —, fortalecendo o diálogo e o compartilhamento de experiências”, ressalta Italo
Ao descrever os três dias do encontro, Italo destaca que houve momentos dedicados a debates sobre carreira e diferentes processos de trabalho, com destaque para as práticas desenvolvidas nas seções sindicais, que apresentaram uma ampla diversidade de métodos, execuções e resultados. Ele cita como um momento importante o ‘Espaço Auto-organizado de Profissionais de Imprensa do ANDES-SN e das Seções Sindicais’, que evidenciou os desafios da comunicação sindical em nível nacional.
O encontro também contou com oficinas diretamente relacionadas às atividades cotidianas de comunicadores/as e professores/as, abordando desde a produção audiovisual — com exercícios práticos que envolveram todas as etapas, do roteiro à edição — até a audiodescrição em redes sociais, conduzida por Patrícia Silva de Jesus, autora e idealizadora do projeto #PraCegoVer. Essa oficina, cita ele, apontou para a importância da acessibilidade e da ampliação do público na comunicação sindical, reafirmando o papel social da informação.
Para além das atividades formais, comenta Italo, as trocas e aprendizagens estenderam-se aos espaços informais, como os corredores, as transições entre painéis e as apresentações artísticas. Na opinião do funcionário da Sedufsm, o evento também se configurou como um palco de debates urgentes, abordando temas como a regulação da inteligência artificial, o papel das redes sociais, os impactos da arte na comunicação sindical e o monopólio das big techs — que são questões que atravessam o cotidiano de qualquer profissional da comunicação na atualidade.

Fonte: ANDES-SN
Fotos: Eline Luz (ANDES-SN)
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)
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