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Pró-reitor nega a possibilidade de dois calendários paralelos

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Conselheiros ainda tem dúvidas sobre como se dará o adiamento

Reunidos na manhã dessa quarta-feira, 1, no auditório Pércio Reis (Centro de Tecnologia – CT), membros do Comando Local de Greve (CLG) e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFSM discutiram o adiamento do calendário acadêmico, além de questões referentes ao início do segundo semestre letivo de 2012 e a greve. Ao que tudo indica, embora a decisão só seja tomada definitivamente em reunião do conselho na sexta-feira, 3, as atividades devem realmente ser suspensas. Os detalhes dessa suspensão, contudo, ainda geram dúvidas em toda a comunidade acadêmica.

Um dos pontos bastante abordados na reunião, por exemplo, foi a possibilidade de dois calendários acadêmicos em vigor paralelamente. Dessa forma, um deles recuperaria as disciplinas não finalizadas no primeiro semestre e outro daria sequência às atividades que não foram paralisadas. Segundo apontaram alguns docentes, a possibilidade de que se coloque essa proposta para avaliação do CEPE aumentou após a divulgação de nota oficial da reitoria na última terça, 31, cujo conteúdo permite tal interpretação. Conforme consta na nota: “As propostas apontam para a manutenção em aberto do primeiro semestre deste ano, a recuperação das aulas ao longo do segundo semestre e o adiamento do início do segundo semestre em pelo menos uma semana”.

Presente à reunião, o pró-reitor de Graduação, professor Orlando Fonseca, negou essa possibilidade, ressaltando que o ideal seria a suspensão do segundo semestre enquanto as aulas do primeiro são recuperadas. “Evidentemente que não há possibilidade hoje de que o primeiro semestre seja estendido tendo iniciado o segundo. Outra coisa é adiar e ir adiando até o final da greve. Isso é inquestionável. Com a permanência da greve (o semestre) não se vai iniciar. Se retomar a questão do calendário, e a possibilidade que está sendo apresentada é de que haja a discussão de como recuperar o segundo semestre”, declarou Fonseca.

Inviabilidade

Seguindo a linha da grande maioria dos presentes na reunião, o professor Marcelo Pustilnik Vieira, membro do CLG docente, ressaltou a inviabilidade de dois calendários paralelos. “Não existem dois semestres paralelos, isso é óbvio. Se vai iniciar um segundo semestre é porque finalizou o anterior, então por decreto eles estão finalizando e eles terão que dar respostas. O que acontece com os alunos que não fecharam nota? Vão ser aprovados por decreto? Vão ser reprovados por decreto? Eles terão que dar essa resposta para a comunidade acadêmica. Esperamos que eles sejam sensatos e tomem a decisão correta que é a suspensão do calendário acadêmico nesse momento”, afirmou o professor.

O fato é que desde a reunião entre o CLG e os diretores de centro e coordenadores de curso, realizada na última segunda, 30, ficou evidente a incompatibilidade de horários, infraestrutura e quadro docente para atender dois calendários. Nesse sentido, diretores, coordenadores e membros do CLG aprovaram um documento que foi entregue aos conselheiros nessa quarta. No texto, os docentes exigem o adiamento do calendário, além de esclarecimentos sobre como proceder com relação às exigências referentes ao início do segundo semestre e a paralisação de docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs).

Estudantes também não sabem como proceder

Representando os estudantes no CEPE, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) também esteve presente na reunião dessa quarta. A principal reivindicação dos estudantes é justamente a cobrança por esclarecimentos. Conforme afirmou Adriele Manjabosco, do DCE, muitos são os e-mails enviados ao diretório questionando o que deve ser feito com relação às matrículas, finalização de disciplinas, entre outros.

Em reunião do CEPE no dia 6 de junho, o DCE já havia ingressado com uma solicitação de adiamento do calendário, negada a partir de parecer jurídico que apontava a situação como um locaute (quando no setor privado o empregador impede seus funcionários de realizarem suas atividades, por exemplo). Dessa forma, seria ilegal a posição da administração ao suspender o calendário e barrar a sequência das aulas para aqueles que optaram por não aderir à greve. Com o pedido negado, a exigência do DCE foi de que então o CEPE apresentasse esclarecimentos à comunidade acadêmica sobre como proceder. A proposta da entidade estudantil, contudo, foi derrotada em votação.

Segundo o membro do DCE, Alex Monaiar, muitas das dúvidas que cercam os estudantes nesse momento poderiam ter sido evitadas caso o CEPE tivesse se manifestado naquela ocasião. “O que eu penso que não foi positivo naquele momento, e até agora não tem sido, é a falta de informação, o que foi cobrado naquela reunião e foi firmado um compromisso de que a reitoria estaria informando a comunidade”, afirmou o estudante.

Também sobre esse ponto, o professor do CT, João Batista Dias de Paiva, fez coro à crítica dos estudantes. Segundo o professor, um documento da administração da instituição afirmava que era necessário o procedimento normal das matrículas para o segundo semestre, sendo que erros nesse processo poderiam caracterizar a perda de vínculo com a UFSM. Depois disso, alguns estudantes enviaram seus questionamentos ao professor, visto que o processo não pode ser concluído já que as disciplinas não foram ofertadas. Paiva respondeu aos estudantes que tampouco tinha informações sobre como ele mesmo deveria proceder.

Dirigentes da SEDUFSM defendem adiamento

Presentes na reunião, alguns diretores da SEDUFSM defenderam o adiamento do calendário acadêmico até o fim da greve. Além disso, foi destacado pelo sindicato que é importante que esse adiamento dure até o final da paralisação tanto de docentes, quanto de TAEs e de estudantes. Conforme apontou o professor Júlio Quevedo, vice-presidente do sindicato e 1º tesoureiro da regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN, não existe a possibilidade de reinício das aulas sem o oferecimento de serviços como o Restaurante Universitário (RU) e a Biblioteca. No caso do RU, muitos estudantes com carência dependem exclusivamente do benefício para sua alimentação.

Na mesma linha o 1º secretário da SEDUFSM, professor Jerônimo Tybusch, reforçou a posição de que não se pode iniciar o segundo semestre letivo sem, sequer, ter sido finalizado o primeiro. “A greve envolve os três setores. Quando terminar a greve nos três setores recém começa-se a discutir o fim do primeiro semestre”, concluiu o professor.

Texto e fotos: Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

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