Professor da UFSM rejeita acordo e mantém greve SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 03/08/12 22h45m
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Assembleia desta sexta também levantou críticas ao reitor

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Plenária rejeita acordo com o governo e greve docente continua

Um dos pontos pacíficos da assembleia dos docentes da UFSM foi a questão da resposta ao Ministério do Planejamento, que na última quarta-feira, anunciou que a proposta para as categorias estava fechada, que as negociações estavam encerradas e que o acordo seria assinado apenas com o Proifes Federação, mesmo que ANDES-SN e Sinasefe se negassem a assinar. A plenária desta tarde, com a participação de 50 pessoas, rejeitou por unanimidade a assinatura do acordo, por este não atender os pontos principais da pauta da categoria. A greve também foi mantida pela quase totalidade dos presentes, tendo sido registrada apenas uma abstenção. Decisão parecida tiveram os professores do Cesnors, em sua assembleia descentralizada em Frederico Westphalen. Com a participação de 33 pessoas, o acordo imposto pelo governo foi rejeitado e o movimento grevista mantido.

A orientação do Comando Nacional (CNG) - ANDES-SN é pela rejeição do acordo, com manutenção da greve e organização de atividades que ampliem a pressão sobre o governo, o que deverá ser organizado pelo Comando Local de Greve (CLG) na próxima semana. Dentre as ações que estão sendo pensadas, está a de pressionar parlamentares e partidos políticos, para que atuem mais diretamente junto ao governo, tendo em vista que está em vigência o período eleitoral.

O ponto que causou mais polêmica na plenária foi a conduta da reitoria da UFSM no episódio da assinatura da Resolução 017/92, na última quinta, 2. Através do documento, o reitor Felipe Müller, sem consulta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), ou seja, “ad referendum”, adiou o início do segundo semestre letivo em uma semana e cancelou a reunião do CEPE que analisaria o tema do calendário acadêmico nesta sexta, 3, pela manhã.

Uma das alegações para o cancelamento foi de que os funcionários da reitoria estavam impedidos de acessar o prédio para preparar a reunião. Esse argumento foi desqualificado por docentes e também pelo representante da Assufsm que usou o microfone no momento dos “informes”. Segundo Alcir Martins, ninguém que fosse participar das reuniões de comissões do CEPE foi impedido de adentrar ao prédio da Administração.

Autoritarismo

A decisão da reitoria de cancelar a reunião do CEPE, bem como adiar o segundo semestre letivo em uma semana, antevendo a possibilidade de fazer valer dois calendários concomitantes, foi considerada autoritária por diversas manifestações dos grevistas. Chegou-se até mesmo a cogitar uma moção de repúdio a essa atitude, mas que, depois, foi transformada numa indicação para que o Comando de Greve dos três segmentos avaliem com mais profundidade o teor da resolução, e, na sequência, elaborem um documento que rebata todos os pontos considerados inadequados. Esse documento será posteriormente avaliado e aprovado em assembleia e divulgado publicamente, inclusive aos meios de comunicação.

Usando a palavra, o presidente da SEDUFSM e diretor do ANDES-SN, professor Rondon de Castro, deixou claro a sua insatisfação com a postura do reitor, Felipe Müller. Para Rondon, o dirigente da UFSM se utiliza de dois discursos: perante as categorias, diz que respeita a greve, mas nos bastidores, cria dificuldades para o movimento. Ele considerou autoritário o fato de o reitor tomar decisões sem a anuência do CEPE e ainda destacou sobre a proposta da Administração que “a coexistência de dois calendários na instituição é indecente”.

Na avaliação do professor do departamento de Hidráulica e Saneamento, João Batista Dias de Paiva, nem durante o regime militar se pensou algo tão esdrúxulo como a implementação de dois calendários paralelos. Para a professora Helenise Antunes, diretora do Centro de Educação (CE), não há estrutura que possibilite iniciar o segundo semestre letivo. Sobre calendários concomitantes, ela se mostrou totalmente contrária e disse que vai lutar junto à comunidade do CE para que seja rejeitada a “esquizofrenia institucional”.

Também foi informado aos participantes da plenária que, na próxima segunda, 6, o Comando Local de Greve (CLG) se reunirá, a exemplo do que ocorreu na última segunda-feira, com diretores de centro, coordenadores de curso e chefes de departamento. A pauta continua sendo a greve e o calendário acadêmico. A reunião está marcada para as 9h, no Centro de Tecnologia.

Finalização dos diários de classe


Durante a assembleia desta sexta-feira foram apresentados os números em relação à entrega dos diários de classe até 26 de julho, o que dá uma ideia sobre como ficou o primeiro semestre letivo. Os dados de que dispõe a reitoria apontam que, dos 4.801 diários, 53,76% (2.581) foram finalizados, restando, portanto, 46,24% (2.220) a serem finalizados.

Os números e percentuais variam de centro para centro. São eles:

Artes e Letras (CAL)- 292 diários finalizados e 300 não finalizados, o que significa que 49,32% dos diários foram concluídos;

Saúde (CCS)- 431 diários finalizados e 209 não finalizados, o que significa que 67,34% dos diários de classe foram concluídos;

Naturais e Exatas (CCNE)- 271 diários finalizados e 213 não finalizados, o que significa que 56,05% dos diários foram entregues;

Rurais (CCR)- 574 diários foram finalizados e 80 não foram finalizados, o que demonstra que 87,77% foram finalizados;

Sociais e Humanas (CCSH)- 255 foram finalizados e 294 não foram, o que demonstra que 46,45% foram finalizados;

Educação (CE)- 86 diários foram finalizados e 214 não foram, o que significa que 28,67% foram concluídos;

Educação Física (CEFD)- 9 diários foram finalizados e 113 não foram, o que demonstra que apenas 7,38% dos diários de classe foram concluídos;

CESNORS (FW e PM) – 71 diários foram finalizados e 466 não foram, o que significa que apenas 13,22% dos diários foram finalizados;

Tecnologia (CT)- 437 diários foram finalizados e 235 não foram, o que demonstra que 65,03% dos diários foram concluídos;

Agrícola (CAFW)- 14 diários foram finalizados e 57 não foram, perfazendo 19,72% dos que foram finalizados;
Politécnico- 48 diários foram finalizados e 7 não foram, o que significa que 87,27% dos diários foram concluídos;

CTISM- 33 dos diários foram finalizados e 19 não foram, o que totaliza 63,46% dos diários que foram finalizados;

UDESSM (Silveira Martins)- 59 diários foram finalizados e 13 não foram, o que significa que 81,94% dos diários foram finalizados.

Ainda conforme os dados apresentados, que foram levantados pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), foram ministrados 67 dias de aula no primeiro semestre, restando 33 para finalizar os 100 dias letivos. Para a integralização da carga horária das disciplinas são necessárias 15 semanas, mas, considerando os feriados, poderia ser feito em 16 semanas. Foram ministradas, segundo a Prograd, 12 semanas de aula.

A assembleia desta sexta-feira foi coordenada pelos professores Ascisio Pereira, Claudio Losekann e Valeska Fortes de Oliveira. Uma nova plenária está prevista para acontecer na próxima quinta, 9 de julho.

Texto: Fritz Nunes
Fotos: Bruna Homrich e Fritz Nunes
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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