Marcha em defesa do Husm ocupa as ruas do campus SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 27/11/13 19h36m
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Abaixo-assinado contra a Ebserh entregue ao vice-reitor da UFSM

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Manifestantes caminham com faixa pelas ruas do campus

Por volta das 8h da manhã desta quarta-feira, 27, o movimento começava a se organizar em frente ao arco da Ufsm. De início tímido, foi agregando, com o passar dos minutos, um grande número de estudantes, técnico-administrativos em educação, grupos sociais da cidade e trabalhadores de setores para além da educação, como os metalúrgicos de Santa Maria e integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta.

Quando saiu rumo à reitoria, a caminhada já estava composta por mais de 70 pessoas, que, tendo por objetivo comum a necessidade de barrar a implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital Universitário (Husm), foram entregar ao reitor o resultado do abaixo-assinado promovido pelas entidades sindicais e estudantis. No documento constavam cerca de 1.300 assinaturas de usuários do hospital, trabalhadores e população em geral, num claro apontamento de que a Empresa encontra grande rejeição na cidade.

Ao passar em frente ao hospital, os integrantes da marcha dialogaram com estudantes de medicina e médicos residentes que, portando cartazes e faixas, também se mobilizavam na porta do Husm. Eles pediam melhores condições de trabalho e, especialmente, contratação de mais médicos, tendo em vista que muitos residentes e estudantes do internato atendem pacientes sem preceptores (profissionais de medicina que deveriam supervisionar e orientar o trabalho). Entretanto, não se posicionavam nem contrários e nem favoráveis à Ebserh, reivindicando soluções para os problemas que vêm recaindo sobre a estrutura do hospital. Os participantes da marcha sustentaram que o caminho é a defesa de investimentos estatais e contratações via Regime Jurídico Único (RJU) dos servidores federais.

O presidente da Sedufsm e diretor do ANDES-SN, Rondon de Castro, desconstruiu a propaganda falaciosa de que a Ebserh é a solução para os problemas da saúde. “A saída é o governo dar recursos. Estamos na rua para mais um ato onde dizemos não à privatização do nosso hospital universitário. Queremos que o governo deixe essa irresponsabilidade que vem demonstrando nos últimos anos ao sucatear o serviço público. Hoje mesmo, estradas no Mato Grosso foram entregues à iniciativa privada. Petróleo e aeroportos também já foram entregues. Queremos que a qualidade no serviço médico seja oferecida pelo Estado, que o Husm mantenha seu caráter de hospital-escola e que a universidade não abra mão da gerência do hospital”, defendeu Rondon.

Formação

Loiva Chansis, da Assufsm, relacionou o tipo de atendimento oferecido aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com o regime de contratação da Ebserh. “Com que qualidade vão atender a população se os contratos com a Empresa são de alta rotatividade, dando um máximo de cinco anos de serviço? Isso compromete não só o atendimento mas a formação de vocês”, disse, dirigindo-se aos estudantes e residentes. “Nossa luta não é imediatista, apenas para resolver o hoje, mas para que esse hospital continue público e de qualidade”, complementou Loiva.

No caminho em direção à reitoria, o representante da CUT-RS e do sindicato dos metalúrgicos da cidade, Cristiano Marques Dutra, também criticou a privatização, pois abre portas à participação de empresários da saúde em Santa Maria. “Isso acarreta o abandono da saúde pública em todo país. Venham para a rua, vamos lutar juntos”, convocou Dutra.

Muito embora hoje se completem seis meses da tragédia na boate Kiss, alguns representantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta estiveram presentes e se demonstraram muito solidários à luta em defesa do caráter público do Husm. Flavio Silva, um dos integrantes, manifestou a posição contrária do movimento. “A saúde no Brasil há muito tempo está um caos, e tende a piorar com a Empresa. Nós, familiares, temos uma preocupação grande com nossos sobreviventes, pois falta atendimento e acesso a medicamentos. A situação vai se agravar com a privatização, que vai servir para bastante gente colocar a mão no dinheiro”, criticou Silva.

Chegando à frente da reitoria, os manifestantes, apesar de já terem marcado com o reitor em atividade, Felipe Muller, não conseguiram um encontro com o gestor. Ele, segundo o vice-reitor, Dalvan Reinert, estava participando de um seminário. Sendo assim, a entrega das assinaturas foi feita ao vice, que se comprometeu apenas com uma questão: respeitar a decisão do Conselho Universitário (Consu). “Assumimos o compromisso de que esse documento, com todas as assinaturas, chegará, em versão digital, aos conselheiros. O que o Consu decidir, vamos tocar para frente”, afirmou Reinert.

Assédio moral

No ato da entrega, Rondon salientou que o abaixo-assinado foi apenas uma das atividades promovidas pela Frente em Defesa do Hospital Universitário, que também realizou debates, seminários e chamou para conversar, inclusive, os conselheiros favoráveis à Ebserh. Esses, contudo, não compareceram. O docente ainda lembrou os assédios morais feitos pela direção do hospital àqueles que se posicionaram contrários à Empresa. “Essa situação é intolerável para os sindicatos. Estamos fazendo coleta de provas e as pessoas que assediaram serão responsabilizadas judicialmente”, ponderou Rondon.

Num exemplo da insegurança que está acometendo a população com relação ao futuro do Husm, Rogerio Silva, coordenador da Assufsm, contou que uma rádio comunitária de Júlio de Castilhos entrou em contato com o sindicato demonstrando preocupação com a adesão do hospital à Ebserh.

O estudante de Medicina e representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Luiz Henrique Macedo, avaliou que hoje existe uma política de pegar procedimentos de alta complexidade nos hospitais universitários e colocar na mão do setor privado. “Somos contra, entendemos que o Husm deva ser 100% público, sem nenhuma promiscuidade com o setor privado”, defendeu Macedo.

Com gritos contrários à mercantilização da saúde, a manifestação foi encerrada, trazendo votos dos movimentos estudantil, social e sindical para que, nesta sexta-feira, 29, quando a Ebserh entrará em pauta novamente no Consu, o desejo da população seja ouvido e respeitado: um hospital público, gratuito, de qualidade, com regime de contratação via RJU e sustentado pelos princípios do ensino, da pesquisa e da extensão.

Texto: Bruna Homrich (estagiária)
Fotos: Carina Carvalho (estagiária)
Edição: Fritz Nunes (Jornalista)
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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