Integrantes do Bloco de Lutas avaliam positivamente ato de terça Publicada em
Atualizada em 26/02/14 14h57m
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O ato desta terça-feira, 25, convocado pelo Bloco de Lutas Santa Maria, teve repercussão positiva para os manifestantes. Lucas Noethen Siqueira avalia que a violência da Brigada Militar, presenciada no ato da última quinta-feira, 20, foi um tiro no pé, pois, nesta terça, a população mostrou-se mais receptiva e apoiadora do protesto. "Sabemos que é uma diretriz nacional de reprimir cada vez mais, mas conseguimos mostrar hoje que sem a polícia agindo ostensivamente contra a gente, conseguimos manter o Bloco na rua, fazendo o que a gente se propõe a fazer: trancar ruas, mobilizar a população, dialogar com os trabalhadores nas paradas de ônibus e com as pessoas que estão compondo o ato. Sem a atuação da polícia, o ato acabou sem incidentes”, diz o integrante do Bloco.

Tendo dois objetivos principais - revogação do aumento da passagem e crítica à repressão policial -, o protesto percorreu algumas das principais ruas e avenidas da cidade, como Acampamento, Dores e Riachuelo. A chuva que caía no fim da tarde não foi capaz de intimidar as mais de 200 pessoas que participaram da manifestação. Enquanto protestavam na esquina da Avenida Dores com a General Neto, os manifestantes receberam alguns apoios de motoristas e pedestres, tendo um deles expressado verbalmente: “É isso aí, continuem, não parem”, disse um homem que atravessava a rua. Na descida da rua Riachuelo, diversos moradores de prédios da região saíram para as sacadas e demonstraram simpatia pela mobilização. “Talvez se a polícia reprimisse menos a gente, conseguiríamos fazer atos com maior capacidade de aglutinação”, opina Siqueira.

Nas canções do protesto, a crítica ao aumento de R$ 2,45 para R$ 2,60, decretado pelo prefeito Cezar Schirmer, e a exigência de revogação desse valor. Numa esfera mais ampla, também foi questionado o caráter mercantil hoje atribuído ao transporte público, que, em suma, deveria ser um direito garantido à comunidade. Outro mote da manifestação era a denúncia da repressão policial que vem sendo registrada tanto em Santa Maria – com mais de vinte manifestantes feridos e duas prisões, na última quinta – quanto em cidades de maior porte, como São Paulo.

O policiamento foi fraco durante o ato, de forma que apenas alguns policiais civis acompanharam o trajeto. Contudo, na Praça Saldanha Marinho, onde desembocou a caminhada, havia grande número de brigadianos do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e da Tropa de Choque.

Assembleia nesta quinta

Nesta quinta-feira, às 18h, no auditório da Sedufsm (André Marques, 665), ocorre assembleia do Bloco de Lutas. Siqueira reforça o convite à população da cidade e explica que na ocasião serão discutidos os próximos passos da mobilização em Santa Maria. William Vinderfeltes, também integrante do Bloco, antecipa que a ideia é seguir aglutinando e mobilizando. “Acreditamos que a luta é nas ruas, e essa é a nossa projeção”, conclui. Confira, ao fim da página, mais imagens do protesto.

Texto e fotos: Bruna Homrich

Edição: Fritz R. Nunes

Assessoria de Imprensa da Sedufsm