Repórter do “sequestro dos uruguaios” debate na Sedufsm SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 04/04/14 10h27m
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Luiz Cláudio Cunha participa do evento sobre “50 anos do golpe” no dia 4 de abril

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Luiz Cláudio Cunha: jornalista que conheceu a fundo a Operação Condor participa do Cultura na Sedufsm

Em 2008, o jornalista caxiense Luiz Cláudio Cunha recebeu um dos mais renomados prêmios da literatura brasileira, o Jabuti. A láurea se deve ao livro “Operação Condor: o sequestro dos uruguaios- uma reportagem dos tempos da ditadura.” Pela mesma obra, o jornalista ganhou ainda o prêmio Vladimir Herzog na área de Direitos Humanos e em Cuba, obteve o prêmio Casa de Las Américas. A publicação remete ao trabalho que ele realizou entre 1978 e 1980, na condição de correspondente da revista Veja, através do qual escreveu reportagens que denunciaram o sequestro dos ativistas uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Diaz e seus dois filhos. A matéria jornalística teve repercussão mundial pois demonstrou o vínculo organizado das ditaduras do Cone Sul. Cunha estará em Santa Maria nesta sexta, 4 de abril, para participar do projeto Cultura na Sedufsm que terá como tema “50 anos do golpe, para jamais esquecermos”.

O evento, que inicia às 19h, no auditório da Sedufsm (rua André Marques, 665) terá ainda a presença de Hans Baumann, militante comunista que mora em Porto Alegre, de Gilvan Dockhorn, historiador e professor da Udessm/UFSM e de Luiz Carlos Prates Mancha, da secretaria executiva nacional da central sindical CSP-Conlutas. A coordenação ficará a cargo de Rondon de Castro, professor da UFSM e presidente da Sedufsm.

A carreira de Luiz Cláudio Cunha é marcada pela reportagem política e por denúncias no campo dos direitos humanos atingidos pelas ditaduras militares do Cone Sul da América. Trabalhou em alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país, como as revistas Veja, IstoÉ, Playboy e Afinal, e também os jornais O Estado de São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Correio Braziliense eZero Hora.

A partir de Porto Alegre, Cunha relatou para Veja acontecimentos marcantes no Uruguai e Argentina. Em abril de 1974 fez a primeira entrevista com Leonel Brizola no exílio, na fazenda do ex-governador no interior do Uruguai. Ali acompanhou também a crise político-militar que levou o Uruguai à ditadura, com reportagens sobre os bastidores do golpe de Estado de 1973. Na Argentina, em 1974, cobriu para Veja a morte e o drama no enterro do presidente Juan Domingo Perón. Em junho de 1977, um ano antes da Copa do Mundo na Argentina, descreveu os preparativos da ditadura para reprimir a guerrilha no país.

Eleito em 1977 para a diretoria do Sindicato dos Jornalistas, ajudou a fundar na capital gaúcha a  primeira cooperativa de jornalistas do país, que editava o mensário ‘Coojornal’, um dos mais combativos jornais da chamada ‘imprensa nanica’, núcleo da mídia alternativa de resistência à ditadura.

Em Brasília, como diretor da sucursal de O Estado de S.Paulo, denunciou em 1988 um plano abortado da extrema-direita, no governo do general Figueiredo, para dinamitar o Memorial JK, um dos cartões postais da capital e uma das obras mais conhecidas de Niemeyer. Os terroristas do Estado viam no monumento uma alusão à foice e ao martelo, símbolos da ideologia comunista.   

Comissão da Verdade

 De setembro de 2012 a julho de 2013, Cunha foi consultor do Grupo de Trabalho sobre a Operação Condor, coordenado pela advogada Rosa Cardoso na Comissão Nacional da Verdade. Luiz Cláudio Cunha hoje escreve para o Observatório da Imprensa, nos blogs dos jornalistas Ricardo Setti,  Ricardo Noblat e Paulo Henrique Amorim, para o site Sul21, de Porto Alegre, e para a revista Brasileiros – que acaba de publicar, em sua edição de janeiro, um ensaio de 20 páginas de Cunha, sob o título “Por que os generais brasileiros não fazem o mea culpa, assim como fez a Rede Globo”. 

       Em 2011, Luiz Cláudio Cunha foi reconhecido como ‘Notório Saber em Jornalismo’ pela Universidade de Brasília, o primeiro título concedido na área de Comunicação em meio século de vida da UnB. Em Brasília, onde mora ainda hoje, Cunha trabalha como assessor político do senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho.

Texto: Fritz R. Nunes

Imagem: divulgação

Assessoria de imprensa da Sedufsm

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